ASSEMBLEIA DE DEUS BRASIL

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quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Raízes históricas da teologia da prosperidade





Alderi Souza de Matos


http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/313/raizes-historicas-da-teologia-da-prosperidadeO evangelicalismo brasileiro apresenta características apreciáveis e preocupantes. Entre estas últimas está o gosto por novidades. Líderes e fiéis sentem que, para manter o interesse pelas coisas de Deus, é preciso que de tempos em tempos surja um ensino novo, uma nova ênfase ou experiência. Geralmente tais inovações têm sua origem nos Estados Unidos. Assim como outros países, o Brasil é um importador e consumidor de bens materiais e culturais norte-americanos. Isso ocorre também na área religiosa. Um movimento de origem americana que tem tido enorme receptividade no meio evangélico brasileiro desde os anos 80 é a chamada teologia da prosperidade. Também é conhecida como “confissão positiva”, “palavra da fé”, “movimento da fé” e “evangelho da saúde e da prosperidade”. A história das origens desse ensino revela aspectos questionáveis que devem servir de alerta para os que estão fascinados com ele.

Ao contrário do que muitos imaginam, as idéias básicas da confissão positiva não surgiram no pentecostalismo, e sim em algumas seitas sincréticas da Nova Inglaterra, no início do século 20. Todavia, por causa de algumas afinidades com a cosmovisão pentecostal, como a crença em profecias, revelações e visões, foi em círculos pentecostais e carismáticos que a confissão positiva teve maior acolhida, tanto nos Estados Unidos como no Brasil. A história de seus dois grandes paladinos irá elucidar as raízes dessa teologia popular e mostrar por que ela é danosa para a integridade do evangelho.

Essek W. Kenyon, o pioneiro

Embora os adeptos da teologia da prosperidade considerem Kenneth Hagin o pai desse movimento, pesquisas cuidadosas feitas por vários estudiosos, como D. R. McConnell, demonstraram conclusivamente que o verdadeiro originador da confissão positiva foi Essek William Kenyon (1867-1948). Esse evangelista de origem metodista nasceu no condado de Saratoga, Estado de Nova York, e se converteu na adolescência. Em 1892 mudou-se para Boston, onde estudou no Emerson College, conhecido por ser um centro do chamado movimento “transcendental” ou “metafísico”, que deu origem a várias seitas de orientação duvidosa. Uma das influências recebidas e reconhecidas por Kenyon nessa época foi a de Mary Baker Eddy, fundadora da Ciência Cristã.

Kenyon iniciou o Instituto Bíblico Betel, que dirigiu até 1923. Transferiu-se então para a Califórnia, onde fez inúmeras campanhas evangelísticas. Pregou diversas vezes no célebre Templo Angelus, em Los Angeles, da evangelista Aimee Semple McPherson, fundadora da Igreja do Evangelho Quadrangular. Pastoreou igrejas batistas independentes em Pasadena e Seattle e foi um pioneiro do evangelismo pelo rádio, com sua “Igreja do Ar”. As transcrições gravadas de seus programas serviram de base para muitos de seus escritos. Cunhou muitas expressões populares do movimento da fé, como “O que eu confesso, eu possuo”. Antes de morrer, em 1948, encarregou a filha Ruth de dar continuidade ao seu ministério e publicar seus escritos.

Quais eram as crenças dos tais grupos metafísicos? Eles ensinavam que a verdadeira realidade está além do âmbito físico. A esfera do espírito não só é superior ao mundo físico, mas controla cada um dos seus aspectos. Mais ainda, a mente humana pode controlar a esfera espiritual. Portanto, o ser humano tem a capacidade inata de controlar o mundo material por meio de sua influência sobre o espiritual, principalmente no que diz respeito à cura de enfermidades. Kenyon acreditava que essas idéias não somente eram compatíveis com o cristianismo, mas podiam aperfeiçoar a espiritualidade cristã tradicional. Mediante o uso correto da mente, o crente poderia reivindicar os plenos benefícios da salvação.

Kenneth Hagin, o divulgador

O grande divulgador dos ensinos de Kenyon, a ponto de ser considerado o pai do movimento da fé, foi Kenneth Erwin Hagin (1917-2003). Ele nasceu em McKinney, Texas, com um sério problema cardíaco. Teve uma infância difícil, principalmente depois dos 6 anos, quando o pai abandonou a família. Pouco antes de completar 16 anos sua saúde piorou e ele ficou confinado a uma cama. Teve então algumas experiências marcantes. Após três visitas ao inferno e ao céu, converteu-se a Cristo. Refletindo sobre Marcos 11.23-24, chegou à conclusão de que era necessário crer, declarar verbalmente a fé e agir como se já tivesse recebido a bênção (“creia no seu coração, decrete com a boca e será seu”). Pouco depois, obteve a cura de sua enfermidade.

Em 1934 Hagin começou seu ministério como pregador batista e três anos depois se associou aos pentecostais. Recebeu o batismo com o Espírito Santo e falou em línguas. No mesmo ano foi licenciado como pastor das Assembléias de Deus e pastoreou várias igrejas no Texas. Em 1949 começou a envolver-se com pregadores independentes de cura divina e em 1962 fundou seu próprio ministério. Finalmente, em 1966 fez da cidade de Tulsa, em Oklahoma, a sede de suas atividades. Ao longo dos anos, o Seminário Radiofônico da Fé, a Escola Bíblica por Correspondência Rhema, o Centro de Treinamento Bíblico Rhema e a revista “Word of Faith” (Palavra da Fé) alcançaram um imenso número de pessoas. Outros recursos utilizados foram fitas cassete e mais de cem livros e panfletos.

Hagin dizia ter recebido a unção divina para ser mestre e profeta. Em seu fascínio pelo sobrenatural, alegou ter tido oito visões de Jesus Cristo nos anos 50, bem como diversas outras experiências fora do corpo. Segundo ele, seus ensinos lhe foram transmitidos diretamente pelo próprio Deus mediante revelações especiais. Todavia, ficou comprovado posteriormente que ele se inspirou grandemente em Kenyon, a ponto de copiar, quase palavra por palavra, livros inteiros desse antecessor. Em uma tese de mestrado na Universidade Oral Roberts, D. R. McConnell demonstrou que muito do que Hagin afirmou ter recebido de Deus não passava de plágio dos escritos de Kenyon. A explicação bastante suspeita dada por Hagin é que o Espírito Santo havia revelado as mesmas coisas aos dois.

Reflexos no Brasil

Os ensinos de Hagin influenciaram um grande número de pregadores norte-americanos, a começar de Kenneth Copeland, seu herdeiro presuntivo. Outros seguidores seus foram Benny Hinn, Frederick Price, John Avanzini, Robert Tilton, Marilyn Hickey, Charles Capps, Hobart Freeman, Jerry Savelle e Paul (David) Yonggi Cho, entre outros. Em 1979, Doyle Harrison, genro de Hagin, fundou a Convenção Internacional de Igrejas e Ministros da Fé, uma virtual denominação. Nos anos 80, os ensinos da confissão positiva e do evangelho da prosperidade chegaram ao Brasil. Um dos primeiros a difundi-lo foi Rex Humbard. Marilyn Hickey, John Avanzini e Benny Hinn participaram de conferências promovidas pela Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno (Adhonep). Outros visitantes foram Robert Tilton e Dave Robertson.

Entre as primeiras manifestações do movimento estavam a Igreja do Verbo da Vida e o Seminário Verbo da Vida (Guarulhos), a Comunidade Rema (Morro Grande) e a Igreja Verbo Vivo (Belo Horizonte). Alguns líderes que abraçaram essa teologia foram Jorge Tadeu, das Igrejas Maná (Portugal); Cássio Colombo (“tio Cássio”), do Ministério Cristo Salva, em São Paulo; o “apóstolo” Miguel Ângelo da Silva Ferreira, da Igreja Evangélica Cristo Vive, no Rio de Janeiro, e R. R. Soares, responsável pela publicação da maior parte dos livros de Hagin no Brasil. Talvez a figura mais destacada dos primeiros tempos tenha sido a pastora Valnice Milhomens, líder do Ministério Palavra da Fé, que conheceu os ensinos da confissão positiva na África do Sul. As igrejas brasileiras sofreram o impacto de uma avalanche de livros, fitas e apostilas sobre confissão positiva. Ricardo Gondim observou em 1993: “Com livros extremamente simples, [Hagin] conseguiu influenciar os rumos da igreja no Brasil mais do que qualquer outro líder religioso nos últimos tempos”.

Conclusão

Além de apresentar ensinos questionáveis sobre a fé, a oração e as prioridades da vida cristã, e de relativizar a importância das Escrituras por meio de novas revelações, a teologia da prosperidade, através dos escritos de seus expoentes, apresenta outras ênfases preocupantes no seu entendimento de Deus, de Jesus Cristo, do ser humano e da salvação. A partir dos anos 80, várias denominações pentecostais norte-americanas se posicionaram oficialmente contra os excessos desse movimento (Assembléias de Deus, Evangelho Quadrangular e Igreja de Deus). Autores como Charles Farah, Gordon Fee, D. R. McConnell e Hank Hanegraaff, todos simpatizantes do movimento carismático, escreveram obras contestando a confissão positiva e suas implicações. Eles destacaram como, embora essa teologia pareça uma maneira empolgante de encarar a Bíblia, ela se distancia em pontos cruciais da fé cristã histórica.

No Brasil, três obras significativas publicadas em 1993 -- “O Evangelho da Prosperidade”, de Alan B. Pieratt; “O Evangelho da Nova Era”, de Ricardo Gondim; e “Supercrentes”, de Paulo Romeiro -- alertaram solenemente as igrejas evangélicas para esses perigos. Tristemente, vários grupos, principalmente os que têm maior visibilidade na mídia, estão cada vez mais comprometidos com essa teologia desconhecida da maior parte da história da igreja. Ao defenderem e legitimarem os valores da sociedade secular (riqueza, poder e sucesso), e ao oferecerem às pessoas o que elas ambicionam, e não o que realmente necessitam aos olhos de Deus, tais igrejas crescem de maneira impressionante, mas perdem grande oportunidade de produzir um impacto salutar e transformador na sociedade brasileira.


Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil. É autor de A Caminhada Cristã na História e "Os Pioneiros Presbiterianos do Brasil".


FONTE: 
http://www.genizahvirtual.com/

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

ENCERRAMENTO EBD 2013

Aula 13 – TEMA A DEUS EM TODO TEMPO


4º Trimestre/2013



Texto Básico: Ec 12:1-14



“De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (Ec 12:13).



INTRODUÇÃO

Mais um ano letivo se finda. Não poderia terminar melhor sem o estudo dos livros de Provérbios e Eclesiastes. Neste 4º trimestre tivemos momentos de grandes reflexões acerca da vida nossa de cada dia. O capítulo 12 do livro de Eclesiastes encerra as reflexões de Salomão a respeito da vida, e este é o final do discurso: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau” (Ec 12:13,14). Todo o livro de Eclesiastes deve ser interpretado conforme o contexto destes versículos. Salomão reconhece que a vida é passageira. Tiago a compara a um “vapor que aparece por um pouco e depois desvanece" (Tg 4:14). Ela é muito breve, por isso precisamos vivê-la de modo completo, isto é, temendo a Deus e obedecendo aos seus mandamentos, certo de que todos seremos um Dia julgados.

1. “TEME A DEUS” EM TODO TEMPO. Temer a Deus é reconhecer nossas limitações e a grandeza do nosso Criador. O Livro de Eclesiastes ordena cinco vezes que o homem tema a Deus (Ec 3:14; 5:7;7:18; 8:12,13; 12:13), reconheça quem é Ele e responda de forma adequada em adoração, reverência, amor, confiança e obediência.

O temor a Deus é o princípio da sabedoria e da vida abundante. Quem teme a Deus vive todas as fases da vida de modo a agradar a Deus. Desperdiçar qualquer fase da vida, longe de Deus, é suicídio espiritual.

Ser temente a Deus não é ter medo de Deus, mas, muito pelo contrário, ter respeito a Deus, comportar-se de modo que se reconheça que Deus é o Senhor e que nós somos apenas Seus servos.

Ser temente a Deus é reconhecer que Deus deve guiar nossos passos e que nós devemos obedecer-lhe, simplesmente porque Ele é o Senhor. Aqui repousa, aliás, a própria moralidade do servo do Senhor. Fazemos ou deixamos de fazer algo não porque tenhamos medo de Deus, mas porque reconhecemos que Ele é o Senhor e que a Ele cabe ordenar os homens sobre o que deve ser feito ou não.

Ser temente a Deus é ser dependente de Deus, é negar o convite feito pelo inimigo de sermos auto-suficientes e de querermos ser "pequenos deuses", dizendo, para nós mesmos, o que é certo ou o que é errado, exatamente a mensagem satânica que está sendo disseminada no mundo, atualmente sob a roupagem do movimento Nova Era.

A Bíblia diz que o temor do Senhor é o princípio da ciência (Pv 1:7), é o princípio da sabedoria (Sl 111:10).

Jó era temente a Deus, reconhecia em Deus o senhorio sobre o universo e sobre a sua vida e, por isso, aborrecia o mal (Pv 8:13). É no temor de Deus que Jó depositava a sua confiança (Jó 4:6), não sendo diferente conosco nestes dias(Pv 14:26), pois, ao temermos a Deus, sabemos que Ele é soberano e, portanto, reina antes da fundação do mundo, tendo, pois, o absoluto controle sobre todas as coisas, o que nos deixa tranquilos quanto à Sua bênção sobre nós e o cumprimento de Suas promessas a nosso respeito.

Só poderemos alcançar a pureza se tivermos o temor do Senhor, pois só Ele é limpo (Sl 19:9). Não temer a Deus é ser ímpio e, portanto, sem qualquer parte com o Senhor e com a vida eterna (Sl 36:1; Rm 3:12-18).

2. “E GUARDA OS SEUS MANDAMENTOS”.  O mandamento divino é constituído de princípios eternos e, para o nosso próprio bem, temos de observá-los e acatá-los integralmente fazendo tudo quanto o Criador requer de nós, pois esta é a vontade de Deus – “Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados” (1João 5:3).

Existem cristãos que não apreciam o ensino bíblico, declarando que só o amor é importante, como se o cristianismo fosse algo para viver em superficialidade. Observemos que Jesus ordenou, em primeiro lugar, a obediência aos seus mandamentos, como prova de nosso amor para com Ele: “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos”(Jo 14:15). Verificamos pelas Escrituras que o valor que damos a seu ensino, mostra o relacionamento que temos com Ele: “E aquele que guarda os seus mandamentos nele está, e ele nele”(1Jo 3:24). Estar nEle garante plena confiança, permite que O sirvamos, que prossigamos no caminho com autenticidade. Estar firmado nEle é um fator de estabilidade na vida cristã.

Guardar os mandamentos de Deus é guardar a sua Palavra. Desobedecer aos seus mandamentos é não obedecer à Sua Palavra. Não obedecer à Palavra de Deus de forma consciente e deliberada peca contra o Espirito Santo. Uma menção bíblica explícita a respeito deste pecado contra o Espírito Santo é encontrada no sermão inspirado de Estevão, o primeiro mártir da Igreja. Em At 7:51, em meio àquela multidão enfurecida de judeus que o haviam levado ao Sinédrio, Estevão acusa os israelitas de cometerem o pecado de resistência contra o Espírito Santo: “Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim vós sois como vossos pais”. Estamos, portanto, neste caso, diante de um pecado contra o Espírito Santo. Pelo que podemos verificar, a resistência ao Espírito Santo caracteriza-se por ser uma rejeição de obediência à Palavra de Deus. Conforme nos dá conta Estevão, o povo de Israel cometera este pecado e, por isso, havia rejeitado a Jesus, o seu Messias, porque haviam se recusado a ouvir a Palavra de Deus, a obedecer aos mandamentos divinos, tornando-se “incircuncisos de coração e de ouvido”, “homens de dura cerviz”. Jesus declarou: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mt 19:17).

3. “PORQUE ESTE É O DEVER DE TODO HOMEM”. “Dever” é algo que está acima da minha vontade ou desejos. Posso não gostar de remédios, mas para o bem da minha saúde, preciso tomar o medicamento receitado. Posso não ter a mínima vontade de pagar impostos, mas se não o fizer, vou arcar com as consequências. Se Deus mandou devemos obedecer. No original, essa frase está expressa assim: “isso é tudo do homem”. Isto sugere que sem um relacionamento correto com Deus o homem não se realiza, nem se entende; não compreende seu mundo, nem a sua razão de existir.

4. AGUARDANDO O JULGAMENTO – “Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau”. A mensagem final do Livro de Eclesiastes faz-nos lembrar de uma verdade solene e inabalável: a prestação de contas do ser humano perante Deus, por todos os seus atos. O Senhor julgará a todos nós, crentes e incrédulos, isto é, todos os nossos atos, bons e maus.

Deus julgará cada pessoa (Hb 9:27). Esse julgamento será de acordo com a Palavra que Deus revelou através de seu Filho – “Quem me rejeitar a mim e não receber as minhas palavras já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último Dia” (João 12:48).

O Novo Testamento menciona sete categorias de Julgamentos definitivos:

a) Julgamento da Igreja (2Co 5:10). O julgamento da Igreja é o chamado “Tribunal de Cristo”, que ocorrerá logo após o arrebatamento, antes das Bodas do Cordeiro. Acontecerá nas regiões celestiais. Neste tribunal, os crentes serão julgados pelas obras que tiverem feito por meio do corpo, ou bem, ou mal (Rm 14:10; 2Co 5:10). Os critérios do julgamento e o seu tratamento são descritos em 1Co 3:12-15.

b) Julgamento de Israel (Ez 20:34-38;Ml 3:2-5). O segundo julgamento é o julgamento de Israel, o povo escolhido de Deus. A Grande Tribulação será o instante em que Deus tratará com a nação israelita e, ao término da Grande Tribulação, Deus terá provado este povo e só o remanescente será salvo (Rm 9:27).

c) O Juízo sobre o Anticristo e o Falso profeta. Assim está narrado o fim do Anticristo e do Falso profeta: "E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e enxofre" (Ap 19.20). Portanto, o Anticristo e o Falso profeta, na batalha do Armagedon, serão aniquilados pela espada que sai da boca de Cristo (isto é, por sua Palavra), e serão lançados vivos no lago de fogo e enxofre, que é o inferno propriamente dito (Ap 19:20). É o fim das duas “bestas”.

d) Julgamento das Nações (Mt 25:31-46). Esse julgamento acontecerá na terra sobre aqueles que sobreviveram ao Armagedon. Serão julgados com base no tratamento dado a mensagem do Reino, aos seus mensageiros e ao modo como trataram a nação de Israel. Esse julgamento terá como finalidade apartar os “bodes” das “ovelhas”, ou seja, decidir quem passará com Cristo o Reino milenial e quem não passará o milênio, ficando a aguardar o julgamento final e definitivo.

e) Julgamento dos anjos maus (1Co 6:3;Jd 6). Judas revela o fato de que anjos serão trazidos a julgamento: “e aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande Dia” (Jd 6). Serão julgados e condenados ao lago de fogo juntamente com o Diabo, logo após o Milênio e antes do juízo do Trono Branco (Mt 25:41).

f) O Juízo sobre o Dragão (Ap 20:9). Quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações hostis a Cristo que há nos quatro cantos da Terra, chamados de Gogue e Magogue(Ap 20:7-8). Aqui, Gogue e Magogue não devem ser confundidos com os dos textos de Ezequiel 38-39. Na passagem do Antigo Testamento, Magogue é um território extenso ao norte de Israel, e Gogue é seu governante. Neste texto de Apocalipse, as palavras se referem às nações do mundo em geral. Em Ezequiel, o contexto é pré-milenar; em Apocalipse, é pós-milenar.

Após os exércitos de Satanás ser devorados por Cristo, Satanás será, para sempre, destruído, esmagado – “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo sempre” (Ap 20:10). O julgamento divino é a destruição e ruína total de Satanás. No inferno (o lago de fogo e enxofre), ele não reinará, sendo sempre atormentado, dia e noite, eternamente.

g) Julgamento do Grande Trono Branco (Ap 20:11-15). Este é o chamado “Julgamento Final” ou “Juízo Final” ou, ainda, o “Juízo do Trono Branco”, que terá lugar depois do término do reino milenial de Cristo. Logo após os rebeldes serem devorados pelo fogo do céu que cairá sobre os exércitos que estarão a cercar o lugar santo em Israel, terá findado a história humana. O tempo deixará de existir e Deus chamará à sua presença todos os seres humanos que foram criados e que ainda não tinham sido julgados até então, ou seja, todo ser humano que não pertence nem à Igreja, nem ao Israel salvo e nem ao grupo dos mártires da Grande Tribulação, que já terão sido julgados. Estes outros homens são os que serão levados a julgamento neste último grande tribunal da história.

Portanto, quem negligenciou ou rejeitou a graça redentora de Deus não estará justificado no Dia do julgamento.

CONCLUSÃO

Salomão começou com uma avaliação negativista da vida como vaidade, algo irrelevante, mas no fim ele conclui com um sábio conselho, a indicar onde se pode encontrar o sentido da vida. No temor de Deus, no amor a Ele e na obediência aos seus mandamentos, temos o propósito e a satisfação que não existem em nada mais. Salomão nos mostrou que podemos desfrutar a vida, mas isso, de forma alguma, nos isenta de guardar e cumprir os mandamentos de Deus. Lembre-se: “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (Ec 12:13).  Amém?

Agradeço sobremaneira a todos os que me acompanharam durante este ano letivo. Acredito que terminamos o ano melhor do que começamos. Temos mais solidez espiritual. Somos agora mais maduros espiritualmente. Aprendemos verdades fundamentais que nos levarão a uma intimidade com Deus mais firme e confiante, contudo, com temor e tremor. Que o Senhor nos conceda saúde física para podermos continuar neste precioso trabalho de estudo, aprendizagem e ensino da Palavra de Deus, que Ele tão bondosamente nos confiou. Feliz 2014!

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Revista Ensinador Cristão – nº 56 – CPAD.

Comentário Bíblico Beacon – v.3. CPAD.

Sábios Conselhos para um viver Vitorioso – José Gonçalves. CPAD. 2013.

FONTE: www.luloure.blogspot.com

sábado, 21 de dezembro de 2013

LUCINHO BARRETO E BRANDON BARTHROP

O Brasil tem o pastor cheira Bíblia, mas os E.U.A têm o pastor chapadão


Gospel +


Brandon Barthrop é um ex-viciado em drogas que têm chamado a atenção por ajudar a popularizar um inusitado culto religioso, que tem entre seus principais ensinamentos instruções para seus fiéis simularem efeitos de drogas e embriaguez como forma de adorar a Deus.

Barthrop se apresenta como um seguidor do pregador evangélico John Crowder, que tem com um de seus principais ensinamentos a afirmação de que Espírito Santo pode deixar as pessoas alteradas, fazendo os fiéis rirem, gritarem e até mesmo se contorcerem no chão, em um aparente estado de embriaguez.

Líder do “movimento da glória embriagada”, Barthrop começou seu estranho ministério religioso após sair da reabilitação pelo uso de drogas e se mudar para uma casa abandonada junto com sua esposa e seus primeiros seguidores. Ele explica que se mudou para essa casa após ter uma epifania na reabilitação.

Como forma de disseminar sua crença, Brandon Barthrop publica vídeos semanais no Youtube, nos quais encoraja os fiéis a se entregarem à “bebida” e às “drogas” imaginárias, e aparece usando incensos e o que ele classifica como “misturas caseiras e totalmente legais” que, segundo ele, o ajudam a levá-lo mais perto de Deus. Tais vídeos, segundo o “Daily Mail”, estão ajudando a espalhar a seita pela América do Norte, e também no Reino Unido. A casa, antes abandonada, é agora a sede de seu ministério, o Red Letter.

- A maior parte das pessoas que vive na nossa casa é formada por ex-drogados, ex-alcoólatras e ex-prostitutas – explicou o pregador, em um documentário exibido pela revista Vice.

Repetindo alguns dos ensinamentos mais famosos de Crowder, Barthrop ensina aos seus seguidores que “não há nada que se assemelhe a ficar cheio do Altíssimo”.

- Fomos ensinados pela igreja tradicional que aquilo que nos faz sentir mal é bom, e o que nos faz sentir bem é ruim, mas isso não é verdade. Os seres humanos são feitos para ter prazer – afirma.

Porém, procurado pela revista Vice para comentar sobre o assunto, Crowder se mostrou critico aos ensinamentos proferidos Brandon Barthrop, que afirma ser seu seguidor.

- Eles ensinam coisas estranhas, como algo em que simulam fazer sexo com Deus… Já vi um monte de gente se envolver com um monte dessas coisas estranhas, e com isso perderam sua liberdade – afirma John Crowder.

No Brasil, a simulação do uso de drogas por evangélicos causou uma grande polêmica em meados de 2012, quando o pastor Lucinho Barreto, da Igreja Batista da Lagoinha, apareceu no convite para o culto “Quarta Louca por Jesus” cheirando a Bíblia, em uma situação análoga ao consumo de cocaína.

Assista ao documentário da revista Vice sobre a seita (em inglês):









Deve ser dai que o  Lucinho Barreto tirou a sua ideia brilhante. 

FONTE: 
http://www.genizahvirtual.com/

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Indios teriam fundado a primeira igreja reformada do país



O Diário

Igreja Reformada Potiguara segundo a historiadora e professora cearense Jaquelini de Souza é a primeira igreja evangélica do Brasil, que foi criada por índios evangelizados por holandeses em Pernambuco. No seu livro “A Primeira Igreja Protestante do Brasil” pela Editora Mackenzie a historiadora faz este relato. - Confira, fique informado e comente…

Em 1625, holandeses numa frota aportaram na Baía da Traição, na Paraíba, antes de seguirem viagem para a Europa, e encontraram a tribo Potiguara. Treze índios dessa tribo foram levados para a Holanda. Pelo menos dois deles, Pedro Poty e Antonio Paraupaba, ficaram cinco anos por lá desfrutando a melhor educação formal do país. Os dois conheceram o protestantismo na Holanda, e foram evangelizados. Depois desse período, voltaram para a sua tribo no Brasil a fim de ensinar a doutrina e para serem mediadores culturais entre a tribo e a Holanda. Segundo Jaquelini foi a partir disso que a primeira igreja evangélica protestante originou-se no Brasil, pois segundo a historiadora teologicamente, havendo dois ou três reunidos em nome de Deus, independentemente do lugar, está ali uma igreja, como relata as Escrituras Sagradas.


Os primeiros protestantes brasileiros

Em trabalho inédito, historiadora revela que a primeira igreja evangélica do Brasil foi criada por índios da tribo potiguara convertidos por holandeses em Pernambuco. Perseguidos pelos portugueses, eles se refugiaram no Ceará

Muito se fala do legado das invasões holandesas no Brasil, que duraram quase três décadas durante o século XVII. A cidade do Recife, por exemplo, quartel-general dos invasores em Pernambuco, guarda até hoje as marcas do urbanismo batavo, com ruas e avenidas de traçado reto e pouco usual para a época. Em museus do Brasil e do mundo, sobrevive a arte de gênios holandeses da pintura e da botânica como Albert Eckhout e Frans Post, que documentaram o Brasil com cores e formas incomuns em outros registros. A partir de agora, um lado mais obscuro, mas não menos importante, da herança holandesa deve ganhar renovada atenção: o religioso. No livro “A Primeira Igreja Protestante do Brasil” (Editora Mackenzie, 2013), lançado na semana passada, a historiadora e professora cearense Jaquelini de Souza conta a história da “Igreja Reformada Potiguara”, criada por índios com apoio holandês e mantida em funcionamento pelos nativos mesmo depois da expulsão desses colonizadores pelos portugueses.


Como a história de qualquer igreja em seus primórdios, a da Igreja Potiguara começa confusa, com a ida para a Holanda, em 1625, daqueles que viriam a ser duas de suas maiores lideranças indígenas. Pedro Poty e Antônio Paraupaba, índios potiguaras, embarcaram para os Países Baixos em junho daquele ano sem saber bem o que fariam por lá. Ao aportar, foram apresentados ao que o país tinha de melhor, receberam educação formal e religiosa de ponta e logo se converteram ao protestantismo. Mas, diferentemente do que costumava acontecer com índios que iam à Europa com os ingleses e os franceses, cinco anos depois Paraupaba e Poty voltaram ao Brasil, em data que coincide com o início da segunda invasão holandesa (leia quadro-clique e aplie) no País. Por aqui, assumiram funções administrativas, militares e espirituais. Aos poucos, deram corpo, com outros índios igualmente educados na fé, a um programa intenso de ensino e de formação de professores reformados indígenas. Incipiente, a igreja em formação se reunia nas aldeias e fazia batismos, casamentos, profissões de fé e ceias do senhor. “Já era a Igreja Potiguara porque, teologicamente, havendo dois ou três reunidos em nome de Deus, independentemente do lugar, está ali uma igreja”, diz Jaquelini.

Pouco na nascente igreja a fazia diferir de outras experiências religiosas europeias nas Américas. Havia o componente protestante, que aproximava o índio do colonizador de forma inédita por colocar a educação do nativo como pré-requisito para sua conversão, algo que os católicos pouco faziam. Mas, ainda assim, tratava-se de uma experiência religiosa mediada por uma força impossível de ignorar: a de colonizador sobre colonizado. “Por isso, argumento que foi só depois da expulsão dos holandeses que vimos aflorar a verdadeira Igreja Potiguara”, diz Jaquelini. Expulsos do Brasil em 1654, os batavos abandonaram os potiguaras convertidos e outros nativos, aliados políticos e militares contra os portugueses, à própria sorte. Mesmo assim, a maioria dos protestantes manteve sua fé. Refugiados dos portugueses na Serra da Ibiapaba, no Ceará, onde chegaram depois de caminhar 750 quilômetros do litoral pernambucano ao sertão, eles continuaram praticando a fé protestante e chegaram a converter índios tabajaras, que também estavam no refúgio. Enquanto isso, Paraupaba, já tido como um brilhante historiador e profundo conhecedor da “Bíblia”, tentava, na Holanda, apoio para os refugiados – um esforço que não rendeu frutos imediatos.


Nada, porém, tirou o peso da experiência protestante na Ibiapaba. Um relato do famoso padre Antônio Vieira, jesuíta português incumbido de relatar à Companhia de Jesus o que acontecia na região, dá o tom ao batizar o lugar de “Genebra de todos os sertões”. A cidade de Genebra está para os protestantes como o Vaticano está para os católicos. Em outro trecho, Vieira diz que os índios “estão muitos deles tão calvinistas e luteranos como se nasceram em Inglaterra ou Alemanha”. Não se sabe ao certo o que restou dos índios da Igreja Potiguara depois que o grupo se desfez, ao que tudo indica, passados seis anos de vida em comunidade na Ibiapaba. Especula-se que alguns se juntaram aos opositores dos portugueses durante as Guerras dos Bárbaros a partir de 1688. Outros teriam voltado ao catolicismo ou às religiões nativas. O que fica para história é que esses índios foram os primeiros brasileiros protestantes. E que a Igreja Reformada Potiguara foi a primeira igreja evangélica do Brasil.

Para se tornar protestante, o índio precisava estudar, entender e aceitar a doutrina. No catolicismo, os índios tinham apenas que ser batizados.

Mas, quando os holandeses foram expulsos do Brasil, todas as igrejas protestantes foram queimadas. Parte dos índios foi recatolizada. Pedro Poty foi capturado pelos portugueses durante a Batalha dos Guararapes. Preso em Pernambuco, ele foi torturado para renegar a sua fé. Não renegou e acabou morto. Ele, segundo Jaquelini de Souza, foi o primeiro latino-americano martirizado pela Igreja Católica.

FONTE: 
http://www.genizahvirtual.com/

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

PENÚLTIMA AULA EBD 2013

Aula 12 – LANÇA O TEU PÃO SOBRE AS ÁGUAS


4º Trimestre/2013


Texto Básico: Eclesiastes 11:1-10

22/12/2013

 

“Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias, o acharás” (Ec 11:1).

 


INTRODUÇÃO


Nos textos de Eclesiastes 11:1-10, o sábio Salomão nos convida a ser proativos (alguém que antecipa futuros problemas, necessidades ou mudanças, fazendo com que as coisas aconteçam). “Lança, reparte, semeia, alegre-se, recreie-se, anda” (Ec 11:1,2,6,9) são alguns dos imperativos apresentados pelo sábio. Muitos comentaristas tem dito que aqui temos a “vida de fé”, no sentido de tomar algumas atitudes e acreditar que elas trarão resultados proveitosos. A expressão “não sabes” aparece quatro vezes em três versículos (Ec11:2,5,6). Então, a lei da semeadura e da colheita está presente aqui.

I. VIVENDO COM PROPÓSITO


1. Tomando uma atitude. "Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás" (Ec 1:1). Aqui, Salomão nos exorta a tomarmos uma atitude. Este texto faz referência a maneira de como era plantado o trigo naquela época, que consistia em semear os grãos sobre a água na época da cheia dos rios e que quando as águas baixassem haveria uma grande plantação. Isso demonstra uma confiança de que mesmo sem saber qual semente vai germinar, a certeza é que a colheita será abundante. A lei da semeadura pode ser aplicada a todas as áreas da nossa vida, "porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna"(Gl 6:7b,8). Vivemos num tempo em que se ficarmos aguardando condições ideais para fazermos alguma coisa, nunca faremos  nada. Para "lançar o pão sobre as águas", é preciso ter fé. A fé "é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem" (Hb 11:1). Só aquele que crê que Deus supre as nossas carências pode tomar esta atitude. Não tenha medo de lançar sementes, pois Deus "é poderoso para fazer [...] além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera" (Ef 3:20).

Lança o pão sobre as águas, através das obras. As Escrituras nos contam a história de Davi e Jônatas. Eles construíram uma amizade sincera, na base da honestidade e compreensão. Jônatas não concordava com as atitudes erradas do seu pai, o rei Saul, por isso defendeu a Davi em várias ocasiões, livrando-o da morte, pois o rei, seu pai, queria matá-lo. Mais tarde, após a morte do príncipe Jônatas, quando Davi já era rei, o filho de Jônatas, Mefibosete, aleijado, vivia isolado e pobre em lugar distante do reino. Paralítico e longe de sua família ele vivia, até que o rei Davi o descobriu e lhe restituiu a honra, deu-lhe uma casa e o colocou como um príncipe até o fim dos seus dias. Jônatas lançou o seu pão sobre as águas e o seu filho colheu as bênçãos da sua atitude.

2. Evitando a passividade. "Reparte com sete, e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra" (Ec 11:2). O sábio se utiliza de uma figura de linguagem para nos fazer um convite à generosidade. Repartir “com sete e ainda com oito” é a generosidade colocada em prática. Afinal, muitos que ajudamos hoje poderão nos ajudar amanhã. Podemos aplicar isso à nossa vida; tomando uma atitude de generosidade com as pessoas, pois talvez algum dia vamos precisar da generosidade de alguém. Salomão se afastou de Deus e certamente deve ter experimentado o egoísmo. Porém, ele conseguiu perceber que o egoísmo torna a vida sem sentido, vazia, que não compensa, por isso, Deus nos ensina, em sua Palavra, a termos uma vida generosa. A sociedade está marcada pelo egoísmo, onde não damos mais espaço para a generosidade. Todavia, nós crentes não podemos nos conformar com a maneira de pensar deste mundo: "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rm 12:2). Ao invés de olharmos somente para as nossas carências e necessidades, venhamos a olhar para aqueles que estão necessitados da nossa ajuda.

O apóstolo Paulo escrevendo aos Gálatas diz: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6:9,10).

John Wesley disse: "Faça todo o bem que você puder, por todos os meios que você puder, de todos os modos que você puder, em todos os lugares que você puder, em todo o tempo que você puder, pra todas as pessoas que você puder".

II. VIVENDO COM DINAMISMO


1. A imobilidade da árvore caída (vivendo do passado). “Estando as nuvens cheias, derramam a chuva sobre a terra, e, caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que a árvore cair, ali ficará” (Ec 11:3). O pr. José Gonçalves, citando Derek Kidner, observa que na metáfora da árvore caída aprendemos que a mesma não consultou a conveniência de ninguém para que pudesse tombar. A árvore caiu e onde tombou ficou! Está totalmente imóvel e não há mais nada a fazer! A vida também é imprevisível e cheia de contingências. Ela não é feita somente de momentos bons, pelo contrário, há aqueles que são extremamente desagradáveis. E aí, o que fazer? Ficar preso a uma experiência passada sobre a qual nada mais se pode fazer ou enfrentar a vida desse ponto para frente? Ficar preso ao passado é assemelhar-se à árvore que tombou e sobre a qual nada mais pode ser feito. Devemos, sim, enfrentar o futuro com fé e coragem.

2. O movimento do vento e das nuvens (vivendo o presente). “Quem observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará” (Ec 11:4). O homem é limitado e mesmo com toda tecnologia existente, e todo conhecimento adquirido, não pode prever com exatidão o que pode acontecer. Se Deus determinar uma coisa, quem é o homem para impedir? “Agindo eu, quem o impedirá?" (Is 43:13b). As forças da natureza (“nuvens cheias, chuvas, árvores, ventos”) são apenas um lembrete que o homem não controla o clima. Então, o melhor é não ficar somente observando o vento ou olhando para as nuvens. A frase a seguir é muito instrutiva: “O pessimista se queixa do vento, o otimista espera que ele mude, e o realista ajusta as velas” ( Nicolas- Sebastien Chamfort, escritor francês, 1741-1794).

III. VIVENDO COM FÉ E ESPERANÇA


1. Plantando a semente. “Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará; se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas” (Ec 11:6). Aqui, Salomão usa, novamente, uma metáfora: a do plantio – “semeia a tua semente”. Nós devemos semear em tempo oportuno, pela manhã e  pela tarde, pois não sabemos qual semente dará bom fruto. Vale a pena lembrar que ao nosso redor existem muitas pessoas que precisam que lancemos a boa semente sobre suas vidas, a começar dentro da sua casa com seus filhos, marido ou esposa. Pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará (Gl 6:7). Diz o pr. José Gonçalves que lançar e semear requer ação. É preciso plantar a semente, pois só colhe quem planta. “E digo isto: Que o que semeia pouco pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também ceifará” (2Co 9:6). Muitos desistem de semear porque as condições não são favoráveis; desistem logo diante das primeiras dificuldades que a vida lhes impõe. Mas, o sábio incentiva: “Não retires a tua mão”. É um convite a não desanimar. No mundo da semeadura, vale lembrar que a perseverança é fator determinante.

2. Germinando a semente. ”... não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará; se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boa”.

Quem pode garantir qual semente germinará? Alguém escreveu algo verdadeiro sobre esse assunto: “Qualquer pessoa pode contar quantas sementes tem dentro de uma maça, mas só Deus poderá dizer quantas maças nascerão de uma semente”. É preciso ter coragem e ser ousado. A vida é dura e os obstáculos são tremendos na trajetória da vida. Os desertos fazem parte de nossa trajetória, e muitos desistem no meio do caminho, porque perdem a esperança. Sem esperança, não há como semear, e assim terminam vencidos pelas dificuldades instransponíveis que os desertos lhes impõem. Foi assim com o povo de Israel em sua trajetória rumo a Terra Prometida. Josué e Calebe plantaram as sementes  de fé e esperança em Deus, por isso alcançaram a Terra Prometida.

Diz o pr. José Gonçalves: “Não há dúvida de que Salomão via a vida como um grande campo e com ele uma grande variedade de solos. Com certeza havia muitos solos nos quais fosse não atrativo semear, mas o agricultor só saberia que a semente germinaria se semeasse. O que dependeria também do clima. Era, portanto, preciso fé, perseverança e esperança. Uma bela metáfora da lei da sementeira espiritual. De nada adianta ficarmos observando o caos social e não tomarmos nenhuma atitude. É necessário que façamos a nossa parte semeando a genuína Palavra de Deus nesse solo duro e pedregoso (Lc 8:5-15)”.

IV. VIVENDO COM RESPONSABILIDADE


“Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas” (Ec 11:9 – ARA).

Neste texto, Eclesiastes apresenta três ordens que mostram o desejo de Deus para a vida do ser humano, especialmente quando ainda é jovem: (a) alegrar-se na juventude; (b) recrear-se nos dias da juventude; (c) andar pelos caminhos que satisfazem ao coração e agradam aos olhos. Mas, na última parte deste versículo, Salomão nos diz: “sabe, porém...”. Toda vez que essa expressão é usada na Bíblia, precisamos ficar atentos, pois, em seguida, recebemos uma orientação clara de Deus para a nossa vida.

Nesse texto Eclesiastes diz: “que por todas essas coisas te trará Deus a juízo”. Deus deseja que vivamos intensamente, porém, Ele já nos orientou pela Palavra o que isso significa. Por exemplo, o Salmo 16:5 diz: “O Senhor é a porção da minha herança e o meu cálice; tu és o arrimo de minha sorte”. O Salmista entendia que alegria e satisfação deveriam ser medidas pelo Senhor e não por nós. O termo “porção” fala de quantidade exata. Em Salmos 16:11, ele reitera essa ideia: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente”. Isso nos faz pensar que alegria verdadeira não depende de experiências marcantes, mas de nossa comunhão contínua com Deus.

Os conselhos dados em Provérbios 16:2 - “Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito” -, e em Provérbios 16:25 - “Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte” -, ensinam a considerar a direção e aprovação de Deus em todas as coisas. Em outras palavras, o autor recomenda um prazer inteligente, responsável. Ele lembra que Deus faz certas exigências na vida, e que Ele castiga os excessos e os abusos da Sua vontade. Esse pensamento continua em Eclesiastes 11:10: “Afasta, pois, a ira do teu coração e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade”.

O comentário Bíblico Moody, ao se referir ao texto de Eclesiastes 11:9,10, diz: “Aproveite ao máximo os dias da juventude, quando os prazeres da vida ainda podem ser desfrutados, e não espere pelos dias da velhice, quando a vitalidade já tiver acabado. Contudo, é o caminho divino e não a devassidão que deve ser o guia ao prazer”.

Não há problema em uma pessoa desfrutar a vida, principalmente a juventude. No entanto, além dela ter a consciência de que prestará contas a Deus, também precisa saber que o vigor da vida passa (muito mais rápido do que se gostaria), e no final, aquilo que foi cultivado e desejado pode não ter valor para a eternidade.

O que nos guia para desfrutar a vida, com responsabilidade, aproveitando ao máximo, sem perder a direção correta? Eclesiastes responde: “Lembra-te do teu Criador” (Ec 12:1). Lembrar-se do Criador é mais que simplesmente trazê-lo à mente. É um chamado à reverência que é uma forma de praticar o temor do Senhor. Lembrar-se do Criador é considerar que Ele é o justo juiz (2Tm 4:1).

CONCLUSÃO


Concluo esta Aula expressando o mesmo ponto de vista do pr. José Gonçalves. Ele diz que o capítulo 11 de Eclesiastes é um convite à ação. É uma resposta contra a imobilidade. É um convite a um mergulho na fé que assume riscos, já que o mundo à nossa frente é um terreno desconhecido. É, portanto, um “lançar-se” e “semear”. É também um “alegrar-se” com as maravilhas com as quais a vida nos presenteou. Mas também é um “afastar-se”; afastar-se do pecado e da iniquidade, pois, no final, teremos de dar conta de todos os nossos atos perante Deus. A verdadeira sabedoria consiste em reconhecer que nada somos sem Deus.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Revista Ensinador Cristão – nº 56 – CPAD.

Comentário Bíblico Beacon – v.3. CPAD.

Sábios Conselhos para um viver Vitorioso – José Gonçalves. CPAD. 2013.

domingo, 15 de dezembro de 2013

ESTUDO SOBRE O TABERNÁCULO

O Tabernáculo - A Casa de Deus - Redenção e Remissão Pelo Sangue de Jesus



Tanto a bíblia, como a Torah começam com a letra Bet בּ, empregada na primeira palavra das escrituras, Bereshit בְּרֵאשִׁי , 'no princípio'.

Bet significa [bayit בית , 'casa']. A idéia de casa é um conceito básico que está presente em três níveis, tanto no material, como no da alma e da espiritualidade.

No nível material, casa é referida como a construção que experimentamos passar muitas horas da nossa vida, como quando voltamos do trabalho, da escola ou da igreja.

Esse é o mais básico sentido da palavra, que quer dizer prédio ou construção.
Nós estudamos, nos divertimos, trabalhamos ou vivemos em algum tipo de prédio, seja em uma casa baixa, de um andar apenas ou de vários. Casa aqui traz esse significado implícito que compreende toda a realidade física, concreta e palpável.
No nível da alma, o corpo é a casa da alma. Todas as pessoas vivem essa experiência, mesmo que não acreditem, de terem suas almas habitando dentro de si mesmos.
E no nível espiritual, toda a criação é uma 'casa' intimamente relacionada à habitação divina. Isso explica o porquê das escrituras serem iniciadas com a letra Bet (casa), pois da perspectiva de Deus, o mundo e o universo inteiro constituem a sua morada.
Veja que a palavra Bereshit 'no princípio' pode ser quebrada em outras duas, Bayit בית 'casa' e Rosh רֹאשׁ 'cabeça'. Ao que parece querer transmitir uma grande verdade, Deus é o 'cabeça' da criação, que realiza nesta realidade e neste universo a sua 'casa'.
tabernaculoO Tabernáculo no Centro das Doze Tribos de Israel.

E é enigmático as razões e os motivos que Deus teria para desejar uma habitação em um nível mais baixo, como a que este mundo físico representa. Mas somos ensinados pela sua palavra que este mundo foi criado para que o ser humano pudesse existir.
Assim, na verdade, esse desejo de Deus por habitar essa realidade mais baixa, seria motivada na sua soberana vontade de encontrar a sua veradeira casa, aquela que Deus amou, e que ama habitar, e hoje sabemos que o Senhor realiza a sua morada em nosso coração e em nossa alma, à quem devemos construir a nós mesmos como sua casa santa.
O Tabernáculo [do hebraico משכן‎, mishkan, "residencia" ou "lugar de habitação"] seria assim o primeiro passo, ainda que provisório e representativo, para que o Altísssimo, quem está presente na mais alta e poderosa luz, pudesse realizar o seu ardente desejo de habitar junto ao humilde e ao quebrantado de coração.
Naquela tenda, Deus desceu para acampar juntamente com seu povo. Desta forma, os Hebreus puderam ver a auto-revelação de Deus, pois o modo como Ele se fazia presente mostrava e remetia à sua vontade de não ser somente uma divindade, mas muito mais além, de se fazer amigo dos homens.
Neste sentido, essa é a mensagem central da bíblia. Quando nós lemos a Torah, os livros de Moisés, podemos perceber a história de Deus visitando o homem, que culmina com o Senhor acampando juntamente com o homem no deserto, em um tabernáculo desenhado e projetado para manifestar o seu propósito, poder e a glória da sua divina presença.
O Novo Testamento, de forma semelhante, traz essa brilhante narrativa que descreve como Deus 'acampou' definitivamente com o ser humano.
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus." João 1:1
"E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade." João 1:14
O fato é que Deus criou o homem para um profundo relacionamento de amizade e comunhão, e Ele não desistirá até que esta comunhão seja restaurada totalmente, não apenas no mundo físico, mas também no plano espiritual, nos céus por toda a eternidade.
"Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer." João 15:15
Assim, o Tabernáculo representava dois fatos importantes na vida dos filhos de Israel. Representava a presença de Deus no meio do seu povo, a quem Ele havia chamado da escravidão do Egito, sendo fixado no centro do acampamento.
E também tipificava o meio pelo qual o homem pecador poderia se aproximar de Deus, que noutro tempo era inacessível, pois o ser humano não sobreviveria à sua santíssima glória e a sua inefável majestade.
O Tabernáculo foi objeto de ensinamento para os filhos de Israel por aproximadamente quinhentos anos, desde Moisés até Davi. Foi só no reino de Salomão que ele foi substituído por uma construção mais duradoura, o grande Templo de Salomão.
E neste estudo vamos ver melhor esta tipificação de Jesus, pois o simbolismo do tabernáculo encontra o seu cumprimento em Jesus Cristo. Ele é o Sacerdote, o Altar e o Sacrifício.

O Estabelecimento do Tabernáculo

Quando Surgiu

Os filhos de Jacó, que foram peregrinos na terra de Canaã, se tornaram o povo redimido por Deus, segundo a promessa feita aos patriarcas Abraão e Isaque. E eles estavam saindo do Egito pela mão forte do Senhor, sendo libertos da escravidão. E para que Deus pudesse morar no meio deles, teriam que atravessar o Mar Vermelho para que a redenção fosse completada.
Deus costumava visitar a Adão no Jardim do Éden, e se comunicou aparecendo aos patriarcas da nação israelita, porém até que Ele tivesse redimido o seu povo para fora do Egito, nada é revelado sobre a construção de um santuário para que Ele pudesse habitar.
O Tabernáculo era a prova de uma redenção, alcançada pela compra através do poder. Uma promessa de que não só os israelitas ficariam abrigados e protegidos debaixo do sangue do cordeiro aspergido no altar. E eles atravessaram o Mar Vermelho pelas mãos que detêm o poder e a autoridade.

O Local

O Tabernáculo não foi erguido no Egito, nem previamente em Canaã, mas sim no meio do deserto. E há uma mensagem muito importante neste fato. O Egito, a certa altura da história, passou a representar a terra da idolatria, do pecado e da escravidão. Por isso, lá não havia lugar para a habitação do Senhor.
Devido ao simbolismo da presença de quem representava, o Tabernáculo também não poderia ter sido construído anteriormente na terra prometida.
O Tabernáculo foi erigido específicamente para o povo que estava peregrinando no deserto, com o Egito atrás deles, e a terra de Canaã, a terra prometida à sua frente. Esse ensinamento é tremendo e está intimamente relacionado à nossa vida como peregrinos neste mundo, enquanto fazemos o nosso caminho para a Canaã celestial.
Essa nossa existência é o nosso 'deserto' à caminho da 'terra prometida' por Jesus, a habitação celeste.
O Tabernáculo, enquanto estava no deserto, sempre foi montado sobre a areia, e não havia piso ou algo que cobrisse o solo, fazendo com que o sacerdote ficasse com seus pés em contado direto com a areia do deserto. Isto era para lembrá-los que eles estavam em uma jornada e não tinham chegado ao destino final.
Esta é uma outra lição profunda de que o nosso destino, o nosso descanso não é neste mundo. Temos por destino uma alta e elevada pátria, coisa que muitos não podem compreender. É algo que está na dimensão espiritual.
o lugar santo e o santo dos santos no tabernáculoO lugar Santo e o Santo dos Santos.

O Propósito do Tabernáculo

Por quase quinhentos anos o Tabernáculo serviu como o lugar para que Deus habitasse no meio do povo de Israel e como local onde os seus filhos pudessem ter comunhão com Ele. Por toda a história de Israel, o povo teve uma tendência a se envolver com a idolatria.
Mesmo em tempos de idolatria, o Tabernáculo permaneceu como uma testemunha silenciosa, que lembrava visualmente ao povo da aliança do verdadeiro e único Deus. Ele ajudou a manter Israel longe do culto aos ídolos, que era praticado pelos povos ao redor, enquanto estavam peregrinando pelo deserto.
Embora o Tabernáculo tenha tornado possível a acessibilidade à Deus pelos israelitas, era somente permitido uma aproximação com o devido temor e santidade. A estrutura e o serviço do Tabernáculo mostrava ao pecador como ele deveria chegar diante da santidade de Deus, para o servir, adorar e oferecer o sacrifício pelos pecados.
Cada aspecto do Tabernáculo, como o altar de bronze onde eram oferecidos os sacrifícios pelos pecados, e até a figura do sumo sacerdote, quem ofertava o sangue sacrificial no propiciatório, apontava para o plano da redenção do homem, traçado por Deus.
O povo só poderia se aproximar de Deus através do sangue expiatório e de um sacerdócio intercessor. Ambos são figuras belíssimas que se tipificam no ministério de Jesus, que deixou a sua habitação celeste para morar com o seu povo.
Em Cristo nós temos o Sumo Sacerdote e o perfeito sangue para expiação dos pecados de todos aqueles que o reconhecem e que Nele confiam.

Local Central do Culto

O Tabernáculo era o ponto central da comunidade e da vida dos filhos de Israel. As doze tribos acampavam em torno de seus quatro lados. No lado esquerdo, habitavam aproximadamente 186 mil pessoas das tribos de Issacar, Judá e Zebulom. No norte estavam 157 mil das tribos de Aser, Dan e Naftali.
No lado direito residiam 108 mil pessoas das tribos de Manassés, Efraim e Benjamim. Ao sul estavam 151.400 das tribos de Simeão, Ruben e Gade. Sem contar Moisés, Arão e os Levitas que eram aproximadamente 22.300 pessoas alocadas em todos os quatros lados do Tabernáculo.
O número de homens acima dos 20 anos, sem incluir os Levitas, era de 603.550. Incluindo as mulheres e crianças, o número de pessoas acampadas ao redor do Tabernáculo girava em torno de 2 milhões e meio a 3 milhões. E com os animais que os Israelitas trouxeram do Egito, fazia desse um acampamento gigantesco no meio do deserto.

As Medidas do Tabernáculo

O átrio exterior media 45,72m de comprimento por 22,86m de largura, fechado por uma cortina de linho fino trançado de 22,28m de altura. O seu portão estava localizado no lado oriental do átrio e media 9,14m de largura.
A cortina de linho fino trançado era sustentada por 60 pilares feitos de madeira de acácia coberta com bronze.
O Tabernáculo, propriamente dito, tinha 13,71m de comprimento por 4,57m de largura e 4,57m de altura. E estava dividido em duas seções, o lugar santo (4,57m de largura x 9,14m de comprimento), e o santo dos santos (4,57m x 4,57m).

O Altar de Bronze

O altar de bronze estava localizado no átrio externo, próximo ao portão, logo à frente do Tabernáculo. Os sacrifícios eram oferecidos neste altar, e o sangue dos animais ofertados era derramado pelos pecados do povo.
O altar de bronze tipificava a obra redentora de Jesus Cristo na cruz em nosso favor, onde todos aqueles que crêem no seu sangue derramado são justificados e recebem a remissão de seus pecados. Assim como era impossível para os filhos de Israel entrar na presença de Deus sem sacrificar primeiro no altar de bronze, igualmente hoje em dia é impossível se chegar a Deus sem invocar primeiro a graça redentora do sacrifício eterno de Jesus na cruz.
altar de bronzeO Altar de Bronze no Átrio Exterior.


A Pia de Bronze

A pia de bronze também ficava no átrio exterior, entre o altar de bronze e o Tabernáculo. A pia era de uso exclusivo dos sacerdotes, que tinham que se lavar antes de entrarem no Tabernáculo. Enquanto se lavavam na pia de bronze, podiam ver seus rostos refletidos em espelhos. Era um lembrete de como Deus os via.
A pia falava de Jesus, como aquele que nos santifica. Somos lembrados de que Cristo nos santifica pela lavagem dos nossos pecados, através da água viva que é a sua palavra.
"Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra" Efésios 5:26
Depois de se lavar na pia, o sacerdote andava alguns passos e entrava no lugar santo, onde poderia conversar com Deus, em um relacionamento de profunda amizade. Deus gosta de gente. Deus ama o ser humano e deseja ter essa amizade, esse relacionamento com todos nós.
pia de bronzeA Pia de Bronze Onde os Sacerdotes se Lavavam.


O Lugar Santo

A Mesa dos Pães da Proposição

O lugar santo continha três tipos de móveis, que simbolizavam o nosso relacionamento com o Senhor. A mesa dos pães da proposição ficava no lado direito do lugar santo. Havia 12 pães da proposição sobre a mesa, representando as 12 tribos de Israel.
Os pães da proposição tipificavam Jesus. Ele é o pão que desceu do céu, e todo aquele que comer desse pão, que é o seu corpo, partido na cruz, tem a vida eterna. O pão da vida sustenta a vida espiritual de todos aqueles que Dele se alimentam. Estes já passaram da morte para a vida.
"Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo." João 6:51

A Menorá מנורה Candelabro de Ouro

No lado esquerdo do lugar santo estava a menorá (do hebraico מנורה menorah, "lâmpada, candelabro"), um candelabro de ouro batido com sete braços, que falava de Jesus como a luz do mundo. A luz da vida é a mesma que deu forma ao mundo no princípio e que iluminará a Jerusalém celestial, nosso novo lar, eternamente.
"Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida." João 8:12

O Altar de Incenso

O altar de incenso ficava no lugar santo, bem em frente do véu que o separava do local santíssimo. Brasas retiradas do altar de bronze eram colocadas sobre o altar de incenso, sobre o qual era derramado um suave incenso diariamente. A fumaça, que subia do incenso sobre as brasas, representava as orações do povo de Deus.
"Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e as minhas mãos levantadas sejam como o sacrifício da tarde." Salmos 141:2

O Véu Que Separava

O pesado véu que estava entre o lugar santo e o santo dos santos, separava o Deus santíssimo de um povo vil e pecador. Porém com a morte de Jesus na cruz do calvário, o véu foi rasgado de alto a baixo, abrindo o caminho direto a Deus, através do sangue derramado de Cristo.
Assim, pelo sangue de Jesus, podemos chegar diante do trono da graça, do qual recebemos o perdão e a misericórdia.
o veu que separavaUm Véu Espesso Separava o Lugar Santo do Santo dos Santos.


O Santo dos Santos

Logo ao passar pelo véu, adentrando o santo dos santos, podia-se contemplar a arca da aliança, uma caixa retangular coberta de ouro por dentro e por fora. No topo da arca havia dois querubins, um de frente para o outro, olhando para baixo em direção ao propiciatório, com suas asas estendidas para cima.
Era no propiciatório que o sumo sacerdote aspergia o sangue, do cordeiro sacrificial, com seu dedo por sete vezes, no dia da expiação. A fumaça que vinha da queima do incenso ocultava o sacerdote de ver 'a face de Deus', para que não perecesse ali mesmo.
Todo o povo esperava do lado de fora do Tabernáculo, ansiosamente para saber se o sumo sacerdote reapareceria, pois este era o sinal de que Deus havia aceitado o sangue da expiação e que os pecados foram cobertos por mais um ano.

A Igreja é Prefigurada no Tabernáculo

O Tabernáculo era também a figura tipificada da igreja e dos discípulos de Jesus em todos os tempos da história.
"No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito." Efésios 2:21-22
A palavra 'templo' empregada nos versículos acima, não se refere às paredes de uma construção, mas sim ao santuário interior, o santo dos santos. Hoje em dia, Deus não habita em estruturas físicas, mas Deus mora no corpo espiritual, nas pessoas que constituem o corpo místico de Cristo, a que chamamos de 'igreja'.
O Tabernáculo era um lugar santo e separado para Deus. E nós, templos verdadeiros e reais de Deus, também fomos separados para o servir e o adorar. Deus habita em cada um de nós, na pessoa do seu Santo Espírito, que encontra em nós o seu templo, a sua casa.
O povo de Israel nunca teve esse privilégio. Somento o sumo sacerdote podia entrar uma vez ao ano no santo dos santos para poder estar na presença de Deus. Enquanto que nós podemos sentir a Sua doce e suave presença constantemente em nossas vidas.
"Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?" 1 Coríntios 6:19

FONTE:  http://www.rudecruz.com/estudos-biblicos/antigo-testamento/exodo/o-tabernaculo-a-casa-de-deus-estudo-biblico.php