ASSEMBLEIA DE DEUS BRASIL

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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

LANNA HOLDER


Lanna Holder, o porco e a sodomia


Julio Severo
Em entrevista recente ao Gospel Prime, Lanna Holder, que se considera pastora lésbica, usou o exemplo dos pastores para defender sua opção sexual: se eles podem viver em divórcios e recasamentos, por que ela não pode viver no lesbianismo?
Só não vou tratar desse assunto porque meu artigo “A teologia da nudez” já disse tudo o que precisava ser dito sobre homossexuais e pastores divorciados e recasados:http://juliosevero.blogspot.com/2008/04/teologia-da-nudez.html
Vou tratar de outro assunto igualmente importante de Lanna Holder, que é “pastora”, não porque alguma denominação evangélica brasileira esteja ordenando gays e lésbicas, imitando decadentes igrejas americanas. Ela é “pastora” por decadência lésbica pessoal, sem o apoio de nenhuma denominação evangélica do Brasil. Claro que, no que depender do governo e da mídia, ela tem aprovação garantida para qualquer decadência lésbica, gay, bissexual, transexual e transgênera que quiser.
Lanna Holder e sua parceira lésbica: carne de porco é igual ao homossexualismo?
Na entrevista ao Gospel Prime, ela foi indagada sobre este versículo:
“Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é.” (Levítico 18:22 ACF)
A resposta dela: “No mesmo capitulo de Levítico que fala que é proibido um homem se deitar com outro homem… no mesmo contexto também fala que era abominável comer carne de porco”.
Ela colocou o porco diretamente no assunto! Barack Hussein Obama, durante sua primeira campanha eleitoral presidencial, fez discurso não muito diferente, citando Levítico e o homossexualismo.
Mas será que o pecado da homossexualidade está mesmo, no livro de Levítico, no contexto do porco? Vejamos:
“Nenhum homem se chegará a qualquer parenta da sua carne, para descobrir a sua nudez. Eu sou o SENHOR. Não descobrirás a nudez de teu pai e de tua mãe: ela é tua mãe; não descobrirás a sua nudez. Não descobrirás a nudez da mulher de teu pai; é nudez de teu pai. A nudez da tua irmã, filha de teu pai, ou filha de tua mãe, nascida em casa, ou fora de casa, a sua nudez não descobrirás. A nudez da filha do teu filho, ou da filha de tua filha, a sua nudez não descobrirás; porque é tua nudez. A nudez da filha da mulher de teu pai, gerada de teu pai (ela é tua irmã), a sua nudez não descobrirás. A nudez da irmã de teu pai não descobrirás; ela é parenta de teu pai. A nudez da irmã de tua mãe não descobrirás; pois ela é parenta de tua mãe. A nudez do irmão de teu pai não descobrirás; não te chegarás à sua mulher; ela é tua tia. A nudez de tua nora não descobrirás: ela é mulher de teu filho; não descobrirás a sua nudez. A nudez da mulher de teu irmão não descobrirás; é a nudez de teu irmão. A nudez de uma mulher e de sua filha não descobrirás; não tomarás a filha de seu filho, nem a filha de sua filha, para descobrir a sua nudez; parentas são; maldade é. E não tomarás uma mulher juntamente com sua irmã, para fazê-la sua rival, descobrindo a sua nudez diante dela em sua vida. E não chegarás à mulher durante a separação da sua imundícia, para descobrir a sua nudez, Nem te deitarás com a mulher de teu próximo para cópula, para te contaminares com ela. E da tua descendência não darás nenhum para fazer passar pelo fogo perante Moloque; e não profanarás o nome de teu Deus. Eu sou o SENHOR. Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é; Nem te deitarás com um animal, para te contaminares com ele; nem a mulher se porá perante um animal, para ajuntar-se com ele; confusão é.” (Levítico 18:6-23 ACF)
Não há nenhum porco aí. Aliás, ao contrário do que Lanna alegou, no capitulo 18 inteiro não há uma única menção a porco. No máximo, só há espírito de porco e muita, muita porcaria sexual. O contexto traz proibições de várias anormalidades sexuais, inclusive sexo com animais e sacrifício de bebês ao demônio Moloque.
Se a homossexualidade é normal, o que dizer então de todas as outras porcarias sexuais que estão nesse contexto? Deve-se legalizar tudo o que está ali junto com a homossexualidade? (Para mais informações sobre os casos de “nudez” mencionados nessa passagem de Levítico, consulte meu artigo “A teologia da nudez”.)
No livro de Levítico, há menção ao porco, porém não é no contexto da homossexualidade nem no capítulo 18, conforme insistiu Lanna. Mas talvez ela tenha introduzido o porco na discussão homossexual devido à semelhança de estilos de vida. E que nenhum ativista gay me acuse de nada desta vez, pois quem igualou o porco ao homossexualismo foi uma “pastora” lésbica.
Pois bem, se ela quer falar de porco e homossexualismo, vamos aos fatos bíblicos.
Realmente, no Levítico é proibido comer porco, mas essa condenação não é reforçada no Novo Testamento. O Apóstolo Paulo, sob inspiração divina, nunca disse: “Os que comem carne de porco não herdarão o Reino de Deus!”
Eu não como porco, por entender que a Bíblia ensina corretamente sobre alimentos. Mas não acho que quem come vai para o inferno espiritual. Aliás, nunca me esqueço de um médico, pastor de Brasília, que durante uma pregação disse: “Como médico, sei que a carne de porco não é saudável e que viverei menos anos se a comer. Mas EU GOSTO!” Assim, pela medicina, o porco pode condenar o comilão a um inferno de problemas físicos.
Diferente da carne de porco, a condenação à homossexualidade é reforçada no Novo Testamento em vários lugares, inclusive nesta passagem:
“Vocês sabem que os maus não terão parte no Reino de Deus. Não se enganem, pois os imorais, os que adoram ídolos, os adúlteros, os homossexuais, os ladrões, os avarentos, os bêbados, os caluniadores e os assaltantes não terão parte no Reino de Deus. Alguns de vocês eram assim. Mas foram lavados do pecado, separados para pertencerem a Deus e aceitos por ele por meio do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus.” (1 Coríntios 6:9-11 BLH)
No tempo do apóstolo Paulo, não havia ativista gay ou gayzista ou homossexualista, como conhecemos hoje. Havia só os homens que cometiam atos homossexuais.  Mesmo não sendo ativistas, Paulo mostrou que, enquanto não abandonassem as práticas homossexuais, as portas do Céu estavam fechadas para eles. Para eles e também para os idólatras, os adúlteros, os ladrões, os avarentos, os bêbados, os caluniadores e os assaltantes.
Entretanto, as portas da igreja devem estar abertas para eles exatamente para que eles possam ouvir o Evangelho, se arrepender, abandonar seus pecados e obter entrada no Reino de Deus. Mas a nenhum deles é permitido entrada no ministério sacerdotal, pois é antibíblico um pastor ser idólatra, adúltero, homossexual, ladrão, avarento, bêbado, caluniador e assaltante.
Então, aparece a Lanna Holder e diz: “Mas eu não quero ficar na igreja só ouvindo o Evangelho. Conheço a Bíblia de capa a capa! Quero pregar! Quero o púlpito! Do contrário, saio da igreja e fundo minha própria igreja!” E foi o que ela fez: fundou sua própria igreja, pois ela não se reconhece como uma mulher pecadora que precisa de Jesus Cristo e sua libertação. Ela só se reconhece como “pastora”.
Lanna Holder sendo promovida pela revista Eclésia, sucessora da revista VINDE, de Caio Fábio
Apesar disso, na entrevista, ela declarou que não é ativista do movimento gay. Mas Levítico 18:22 não condena homens envolvidos em militância política e legal gay. Condena homens envolvidos em atos homossexuais. Assim, sejam ativistas ou não, a Bíblia deixa muito claro que os homossexuais, assim como outros pecadores que não se arrependem e abandonam seus pecados, não têm direito ao Reino de Deus.
Tente imaginar a nojeira que é um porco no lamaçal de seu chiqueiro, e você entenderá por que Deus considera o ato homossexual nojento. Aliás, ele o chama de “abominação”, que significa “repugnante” e “detestável”.
Houve tempo em que Lanna queria crer nisso, mas hoje ela confessa sobre seus sentimentos lésbicos:“Se era uma influência demoníaca, por que eu continuava sentindo os mesmos desejos? Percebi que a minha natureza e a minha orientação sexual continuavam sendo as mesmas”.
Um drogado, beberrão, assaltante e outros desviados, que permanecem a vida inteira com o pecado abrigado no coração, poderiam fazer o mesmo questionamento: “Se é uma influência demoníaca, por que eu continuo sentindo os mesmos desejos (drogas, pedofilia, bebedeiras, roubos, estupros, adultérios, etc.)? Percebo que minha natureza continua sendo a mesma”.
Viver com o porco na boca não leva ninguém ao inferno. Só leva a problemas de saúde. Mas levar o porco na alma traz problemas de saúde e leva o porco de alma ao inferno.
Porco de alma é o que escolhe conviver com a “abominação” na alma e no corpo.
Tal “abominação” contamina também a mente, de modo que seu portador faz da verdade exatamente o que o porco faz com qualquer coisa limpa e bonita que venha a parar debaixo de suas patas: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.” (Mateus 7:6 ACF).
No caso de Lama Holder, ela tem jogado a Bíblia no lamaçal de seu chiqueiro teológico. Alegremente, ela pisa à vontade em qualquer passagem da Bíblia, distorcendo e reinterpretando do jeito lésbico que ela quer, e atacando como “fanático” qualquer cristão que discorde da interpretação de chiqueiro dela.
Ela diz que conheceu o Evangelho no passado, largou do lesbianismo e depois voltou. Mas ela não é a única. Ela representa inúmeros casos de pessoas que fazem a escolha pessoal de voltar.
“Essas pessoas são um exemplo deste ditado verdadeiro: ‘O cachorro volta ao seu próprio vômito’ e ‘A porca lavada volta a rolar na lama.’” (2 Pedro 2:22)
Essa porca lavada é porca de alma. Por mais que lhe lavem, a bicha prefere a lama! “Eu nasci assim! Eu nasci assim! Não consigo viver sem vômito e lama!” dirão algumas dessas criaturas.
Já vi muitos drogados irem ao Evangelho, e voltarem aos antigos hábitos. Já vi prostitutas, ladrões, beberrões e outros voltando aos seus vícios. E essas infelizes escolhas são confirmadas pelas palavras de Jesus, que disse que a maioria sempre escolhe a porta larga e o caminho espaçoso que conduz à perdição (cf. Mateus 7:13-14).
Claro que se você perguntar para Lanna Holder se ela abandonou o Evangelho, prontamente ela negará. O que as porcas de alma fazem é muito pior: trocam o Evangelho de Jesus Cristo pelo “evangelho” do vômito e da lama. E ainda por cima querem ser pastoras! Esse é o mesmo “evangelho” da decadênciaabraçado por grandes denominações evangélicas dos EUA.
No final das contas, foi ótimo a Lama ter enfiado o porco nessa estória toda. Nem mesmo eu nunca liguei o porco ao homossexualismo. Mas agora, com as palavras da “pastora” lésbica, tudo começou a fazer sentido. Sim, realmente tem tudo a ver! Estilos de vida idênticos.
Com relação ao número pequeno de pessoas que não volta aos antigos hábitos nem troca o Evangelho de Jesus Cristo pelo “evangelho” da decadência, Jesus diz: “Estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” (Mateus 7:14 ACF)
Já vi os que aceitaram e permaneceram no Evangelho puro e simples, e não voltaram ao vômito e à lama. São realmente poucos.
FONTE: http://juliosevero.blogspot.com.br/

MAR VERMELHO

Aula 05 - A TRAVESSIA DO MAR VERMELHO


1º Trimestre/2014

 

Texto Básico: êxodo 14:15,19-26

 

 “O Senhor é a minha luz e o meu cântico; Ele me foi por salvação; este é o meu Deus[...]” (Ex 15:2)

 

INTRODUÇÃO


Após todos os juízos espetaculares de Deus sobre o Egito, seu rei e seus falsos deuses, o povo de Deus é liberto da escravidão e caminha, guiado por Deus, em direção à Terra Prometida. O povo teve que esperar 430 anos até o dia glorioso da liberdade. Só que o juízo de Deus sobre os exatores do seu povo ainda faltava a última cena, e isto se daria num dos mais impressionantes acontecimentos: a travessia do Mar Vermelho (ou mais acertadamente, mar de juncos). A saída do povo de Deus do Egito foi algo marcante, tanto para os israelitas como para os egípcios. Apesar de toda a desgraça sobre seu país, seus falsos deuses e sobre a sua casa, Faraó não quis aceitar a derrota tão facilmente e se levantou para sua última investida; não estava disposto deixar o povo de Deus partir (Ex 14:5), por isso, ele reuniu seu exército e saiu em perseguição ao povo de Deus. O Inimigo não desiste facilmente, por isso precisamos buscar em Deus forças para resisti-lo. A Palavra de Deus nos ensina: "resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tg 4:7). Se você é um servo fiel ao Senhor, saiba que durante sua caminhada até o Céu encontrará muitos "Faraós" que lhe resistirão. Você está preparado para enfrentá-los? Com Deus nos guiando seremos vencedores!

I. A TRAVESSIA DO MAR


1. A saída do Egito (Ex 12:11,37). Depois de 430 anos nos quais, na maior parte desse tempo, viveram como escravos, o povo hebreu saiu do Egito. Mas ao deixar o Egito, não saiu com as mãos vazias. Ele despojou os egípcios. Foi um momento de grande celebração.

A Bíblia diz que, ao todo, saíram do Egito cerca de 600 mil homens a pé, sem contar mulheres e crianças (Êx 12:37), ou seja, provavelmente 2 milhões de pessoas. A rota foi escolhida por Deus e ele mesmo se constituiu em guia de seu povo, manifestando-se em uma coluna de nuvem e de fogo durante todo o trajeto rumo à Terra Prometida (Ex 13:21,22).

A rota escolhida pelo Senhor foi a mais longa (Ex 13:18). Por que Ele não conduziu os hebreus pela rota curta ao longo da linha costeira do mar Mediterrâneo? Porque nesta rota havia fortes guarnições egípcias, e na região de Canaã os esperava os belicosos povos cananeus, que eram assaz experientes em guerras. Como escravos recém-libertos, os hebreus não estavam treinados para embates e a fé em Deus ainda era fraca. O Senhor conhecia a força limitada do seu povo e o protegeu de tentações inadequadas. Por vezes, os caminhos de Deus não são os mais simples e diretos. Além do mais, o Senhor os levou ao sul, para o mar Vermelho (possivelmente o mar de juncos), a fim de levar Faraó à sua derrota final e, desse modo, destruir a ameaça egípcia e libertar para sempre os israelitas do Egito.

Silas Daniel diz que “Deus muitas vezes nos leva a ‘caminhos mais longos’, que não entendemos. E Ele o faz porque quer nos levar a experiências extraordinárias com Ele. Seja qual for o caminho pelo qual Deus o está levando hoje, se é Ele mesmo quem está conduzindo você, então confie, creia e espere, porque, no final, vai dar tudo certo. Lembre-se: ‘Todas as coisas cooperam para o bem daquels que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito’” (Rm 8:28, ARA).

Observação: A palavra “armados” em Êx 13:18, embora seja um termo militar no original hebraico, deve ser referência à maneira organizada da marcha.

2. A perseguição de Faraó (Êx 14:5-9). Deus colocou os hebreus em uma situação muito perigosa. Estavam encerrados por montanhas, pelo deserto e pelo mar, e de repente viram o exército de Faraó que se aproximava deles. Você consegue imaginar o desespero dos israelitas ao verem Faraó e seu exército vindo em sua direção? Os hebreus ficaram desesperados, pois parecia não haver saída; eles estavam encurralados. Os israelitas clamaram ao Senhor (Ex 14:10) e Ele lhes ouviu. Deus quis revelar-se como o Único guerreiro da batalha e protetor de seu povo dando-lhe um livramento inesquecível (Ex 14:4,14-18). O Senhor ouve e responde às orações do seu povo (Jr 33:3).

3. A ruína de Faraó e seu exército (Êx 14:26-31). Ao verem o exército de Faraó se aproximando com fúria e sede de vingança, os hebreus perderam a confiança e começaram a lançar culpa sobre Moisés – “E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirares de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, que nos tens tirado do Egito? Não é esta a palavra que te temos falado no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto” (Ex 14:11,12). Apesar de há poucos dias vendo tão grandes feitos de Deus sobre o Egito o povo ficou cego de medo e não enxergou a presença de Deus ao redor deles. Seus olhos estavam fechados e a fé tinha esmaecida. O povo, realmente, precisava de uma maior experiência com Deus, precisava conhecê-lo melhor.

Moisés não precisava pensar, precisa agirTiago afirma que o resultado de nossa fé tem que ser ação, tem que resultar em gestos práticos, tem que resultar em movimento na direção de se fazer algo de concreto (Tg 2:26).

Moisés disse ao povo: “Não temais; estai quietos e vede o livramento do SENHOR, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais vereis para sempre. O SENHOR pelejará por vós, e vos calareis. Então, disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem” (Ex 14:13-15). Certamente indagaram: “Marchar para onde? Para o mar?”. 

Disse mais o Senhor a Moisés:

“E tu, levanta o teu cajado, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco, e os egípcios saberão que eu sou o SENHOR, quando for glorificado em Faraó, e nos seus carros, e nos seus cavaleiros. Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o SENHOR fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de Israel foram pelo meio do mar em seco: e as águas foram-lhes como muro à sua mão direita e à sua esquerda. E os egípcios seguiram-nos, e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até ao meio do mar. Então, Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar retomou a sua força ao amanhecer, e os egípcios fugiram ao seu encontro; e o SENHOR derribou os egípcios no meio do mar, porque as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda um deles ficou. Assim, o SENHOR salvou Israel naquele dia da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. E viu Israel a grande mão que o SENHOR mostrara aos egípcios; e temeu o povo ao SENHOR e creu no SENHOR e em Moisés, seu servo “(Ex 14:16-31).

O povo de Israel atravessou o mar e os egípcios quiseram imitá-los, mas o Senhor os arruinou (Êx 14:27). O livramento era para o povo de Deus, não para os inimigos. Agora, Faraó e seu exército estão arruinados. Você pertence ao povo de Deus? Então não temas, marche! Há livramento para você!

II. O CÂNTICO DE MOISÉS

Diante de tão grande livramento ninguém poderia ficar calado. Todos cantaram louvores ao Senhor e o adoraram pelo triunfo. Foi uma alegria coletiva nunca vista antes na história do povo de Deus. Cada detalhe da travessia do mar Vermelho fora elaborado para que o Senhor fosse glorificado: Deus foi glorificado ao libertar Israel do Egito; Deus foi glorificado ao punir o Egito, uma nação pecadora e idólatra; Deus foi glorificado ao fortalecer a fé de Israel; Deus foi glorificado em Moisés, ao edificar e fortalecer sua fé.

Tem você celebrado a Deus pelas vitórias? Seu coração é grato ao Senhor? Então ofereça a Ele sacrifício de louvor, não somente por bênçãos recebidas, mas, sobretudo, pelo que Ele é: Senhor, Redentor, Deus único e Verdadeiro. Todavia, recomenda Moisés: “Quando oferecerdes sacrifico de louvores ao SENHOR, fá-lo-eis para sejais aceitos”(Lv 22:29).

Recomenda o salmista:

“Celebrai com júbilo ao SENHOR, todos os moradores da terra. Servi ao SENHOR com alegria e apresentai-vos a ele com canto. Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele, e não nós, que nos fez povo seu e ovelhas do seu pasto. Entrai pelas portas dele com louvor e em seus átrios, com hinos; louvai-o e bendizei o seu nome. Porque o SENHOR é bom, e eterna, a sua misericórdia; e a sua verdade estende-se de geração a geração” (Salmo 100).

1. Moisés celebra a Deus pela vitória (cf. Ex 15:1-19). Moisés celebrou ao Senhor com um cântico. A sua composição é animada por uma verdadeira emoção que revela a alegria da salvação e sua fé. A primeira parte do cântico de Moisés (Êx 15:1-12) trata da vitória sobre os egípcios, e a segunda parte (Êx 15:13-19), profetiza a conquista de Canaã. Foi composto para reconhecer a bondade e o inigualável poder do Senhor mediante os quais salvou o seu povo.

Certamente, a travessia do mar Vermelho prefigura a derrota do último e mais formidável inimigo do povo de Deus, pois o cântico de Moisés e do Cordeiro será cantado novamente pelos redimidos no Céu (cf Ap 15:3,4). Também se observa que o livramento final do povo de Deus, descrito no Apocalipse, será efetuado pelos mesmos meios que Deus empregou no êxodo: juízos sobre seus inimigos e redenção pelo sangue do Cordeiro.

2. Miriã juntamente com as mulheres louvam a Deus (Ex 15:20-21). “Então, Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao SENHOR, porque sumamente se exaltou e lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro”.

Miriã louvou a Deus, juntamente com todas as mulheres. Elas se reuniram por iniciativa própria para dançar e louvar ao Senhor. As danças eram equivalentes ao ato de pular de alegria. Certamente, quando o texto diz que elas dançavam, não está se referindo a nenhum movimento corporal escandaloso, mas a atos e gestos solenes de louvor e adoração.

Na cultura do Antigo Oriente as danças eram usadas como manifestação popular pelas vitórias militares obtidas, e eram geralmente lideradas pelas mulheres. Foi o caso com a dança de Miriã, a filha de Jefté (Jz 11:34), as mulheres de Judá (1Sm 18:6) e a própria dança de Davi (2Sm 6:20). Ao que parece, o povo saía em passeata dançando em roda (sobre dança de roda, veja Juízes 21:21,23-ARA).

Alguém poderá indagar: Se Miriã dançou de alegria na presença de Deus, e se o rei Davi também dançou diante da arca de Deus, quando a mesma estava sendo trazida de volta para Jerusalém, por que nós não podemos, da mesma forma, expressar nossa alegria diante de Deus em nossos cultos, com danças de caráter religioso? Não acredito que devamos fazer normas ou estabelecer princípios gerais para a vida da igreja simplesmente a partir de atos, ações, eventos, incidentes envolvendo os heróis da Bíblia. Nem tudo o que aconteceu na vida deles pode virar paradigma para os cristãos. A não ser aquelas coisas que a própria Bíblia determina. Até onde eu sei, nos cultos determinados por Deus no Antigo Testamento não havia dança alguma. Deus não determinou a dança como elemento de culto, não há qualquer registro de que as mesmas fizessem parte do culto que lhe era oferecido no templo. E acho que os apóstolos e primeiros cristãos entenderam dessa forma, pois não há danças nos cultos do Novo Testamento.

3. Celebrando a Deus. “O SENHOR reinará eterna e perpetuamente. Porque os cavalos de Faraó, com os seus carros e com os seus cavaleiros, entraram no mar, e o SENHOR fez tornar as águas do mar sobre eles; mas os filhos de Israel passaram em seco pelo meio do mar”(Êx 15:18,19).

O cântico de Moisés e das mulheres lideradas por Miriã, falam a respeito de redenção. Israel havia sido remido e seus inimigos destruídos. Quando consideramos que Deus nos remiu do pecado e do inferno, nosso louvor deveria passar a ter um lugar de importância. Hoje, nosso cântico fala a respeito da redenção feita pelo Cordeiro de Deus. Um dia, no Céu, nós incluiremos junto a este o cântico de Moisés, ao contemplarmos a vitória de Cristo sobre as duas “bestas” (o Anticristo e o falso Profeta) e o ardiloso dragão (Satanás, Diabo) (Ap 15:1-4).

III. A PROTEÇÃO E O CUIDADO DE DEUS COM SEU POVO

1. Uma coluna de nuvem guiava o povo de Deus (Ex 13:21,22; 40:36-38). “E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite” (Êx 13:21,22).

Deus colocou as colunas de nuvem e de fogo como evidências da sua presença, do seu amor e do seu cuidado por Israel (cf Êx 40:38; Nm 9:15-23; 14:14; Dt 1:33; 1Co 10:1). Representavam a glória de Deus e são conhecidas como Shekiná, termo derivado de uma palavra hebraica que significa “habitação”.

Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, Deus concedeu aos hebreus as colunas de nuvem e de fogo para que eles soubessem que a presença de Deus os acompanharia dia e noite durante a jornada para a Terra Prometida. O que Deus nos tem oferecido para que possamos ter esta mesma certeza? A Bíblia Sagrada – algo que os hebreus não possuíam. Leia e estude a Palavra de Deus para assegurar-se da presença dEle. Assim como os hebreus olhavam para aquelas colunas, também podemos ler a Palavra de Deus de dia e de noite para sabermos que Ele está conosco e nos ajuda em nossa jornada rumo ao Céu.

2. Deus cuida do seu povo (Ex 16:4; Dt 29:5). Deus estava presente durante toda a peregrinação de Israel no deserto, porque Ele cuida do seu povo. As colunas de nuvem e de fogo constituem exemplos de teofania (uma manifestação física de Deus). Desse modo, Deus iluminou o caminho de Israel, o guiou e o protegeu dos inimigos (Êx 14:19,20), qualidades que representam perfeitamente o Senhor Jesus Cristo. Também providenciou segurança e controlou os movimentos do seu povo, inspirando o ardente zelo que este deveria ter pelo seu Deus. Também Deus lhes proveu de alimento durante os quarenta anos da jornada pelo deserto - “Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se anda em minha lei ou não” (Êx 16:4). O Senhor não mudou. Ele cuidou do seu povo na travessia do deserto e também cuida, em todo o tempo, de nós, o povo da nova aliança, porque, também, o “deserto” faz parte de nossa jornada rumo à “Terra Prometida”, o Céu.

CONCLUSÃO

A travessia do mar Vermelho, mediante os atos portentosos de Deus para abrir o mar, representa uma das maiores manifestações do poder de Deus no Antigo Testamento. Um estudioso observa que a travessia do mar Vermelho foi para Israel a salvação, a redenção e o juízo de Deus, tudo em um mesmo ato. Por isso é semelhante ao batismo em água (1Co 10:1,2) como símbolo da separação do cristão do mundo e o sepultamento de seu pecados. Os cadáveres dos egípcios na margem do mar representam a velha vida de servidão ultrapassada, pois os seus exatores foram destruídos para sempre – “Porque os cavalos de Faraó, com os seus carros e com os seus cavaleiros, entraram no mar, e o SENHOR fez tornar as águas do mar sobre eles; mas os filhos de Israel passaram em seco pelo meio do mar” (Ex 15:19). A maior demonstração de todos os tempos consiste, porém, na ressurreição de Cristo dentre os mortos.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 57 – CPAD.

Eugene H. Merrill – História de Israel no Antigo Testamento. CPAD.

Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.

Leo G. Cox -  O Livro de Êxodo - Comentário  Bíblico Beacon. CPAD.

Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.

Silas Daniel – Uma jornada de Fé (Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida). CPAD.

FONTE: http://luloure.blogspot.com.br/

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

PÁSCOA ÊXODO 12

Aula 04 – A CELEBRAÇÃO DA PRIMEIRA PÁSCOA


1º Trimestre/2014

 
Texto Básico: Êxodo 12:1-11

 
"Assim, pois, o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do Senhor” (Ex 12:11)

INTRODUÇÃO

Deus desejava que o os israelitas se recordassem do dia triunfal em que no Egito seus filhos primogênitos foram libertos da morte (Êx 12:1-30). O Senhor também almejava que as novas gerações conhecessem a sua história e os Seus feitos a fim de que temessem o Seu nome. Então, o Senhor instituiu a festa da Páscoa como comemoração perpétua. Seria, então, um memorial ao Todo-Poderoso, por isso deveria ser celebrada todos os anos. A refeição da Páscoa assinalava o início da Festa dos Pães Ázimos (Êx 12:18), que prenunciava a importância da fé no Cordeiro sacrifical e a obediência a Ele. Os fiéis deviam sinceramente arrepender-se do pecado e viver para Deus, em humilde gratidão.

A palavra “Páscoa” significa “passagem”, pois lembrava os primogênitos de Israel que foram poupados. Ao ver o sangue do cordeiro na verga da porta, o anjo da morte “passou” sobre a casa dos israelitas, sem retirar a vida do primogênito que ali se encontrava (Êx 12:12,13). O âmago do evento da Páscoa é a graça salvadora de Deus. Deus tirou os israelitas do Egito, não porque eles eram um povo merecedor, mas porque Ele os amou e porque Ele era fiel ao seu concerto (Dt 7:7-10). Semelhantemente, a salvação que recebemos de Cristo nos vem através da maravilhosa graça de Deus (Ef 2:8-10; Tt 3:4,5). A Páscoa era a figura mais proeminente da morte de Jesus, tendo servido de seu prenúncio desde o dia da primeira Páscoa até o dia mesmo da prisão do Senhor, que se deu no dia anterior à mesma (Lc 22:15).

I. A PÁSCOA

Depois de os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó passarem mais de quatrocentos anos de servidão no Egito, Deus decidiu libertá-los da escravidão. Suscitou Moisés e o designou como o líder do êxodo. Em obediência ao chamado de Deus, Moisés compareceu perante Faraó e lhe transmitiu a ordem divina: "Deixa ir o meu povo”. Para conscientizar Faraó da seriedade dessa mensagem da parte do Senhor, Moisés, mediante o poder de Deus, invocou pragas como julgamentos contra o Egito. No decorrer de várias dessas pragas, Faraó concordava em deixar o povo ir, mas, a seguir, voltava atrás, uma vez a praga sustada. Soou a hora da décima e derradeira praga, aquela que não deixaria aos egípcios nenhuma outra alternativa senão a de lançar fora os israelitas. Deus mandou um anjo destruidor através da terra do Egito para eliminar "todo primogênito... desde os homens até aos animais" (Êx 12:12).

Visto que os israelitas também habitavam no Egito, como poderiam escapar do anjo destruidor? O Senhor emitiu uma ordem específica ao seu povo; a obediência a essa ordem traria a proteção divina a cada família dos hebreus, com seus respectivos primogênitos. Cada família tinha de tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo ao entardecer do dia quatorze do mês de Abibe (Êx 12:4). Parte do sangue do cordeiro sacrificado, os israelitas deviam aspergir nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa. Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele passaria por cima daquelas casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas (daí o termo Páscoa, do hebraico “pessach”, que significa "pular além da marca", "passar por cima"). Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus ordenou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do "Cordeiro de Deus”, que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (João 1:29).

Naquela noite específica, os israelitas deviam estar vestidos e preparados para viajar (Êx 12:11). A ordem recebida era para assar o cordeiro e não fervê-lo, e preparar ervas amargas e pães sem fermento. Ao anoitecer, portanto, estariam prontos para a refeição ordenada e para partir apressadamente, momento em que os egípcios iam se aproximar e rogar que deixassem o país. Tudo aconteceu conforme o Senhor dissera (Êx 12:29-36). A partir daquele momento da história, o povo de Deus ia celebrar a Páscoa, obedecendo às instruções divinas de que aquela celebração seria "estatuto perpétuo" (Êx 12:14). Era, porém, um sacrifício comemorativo, exceto o sacrifício inicial no Egito, que foi um sacrifício eficaz (Fonte:Bíblia de Estudo Pentecostal).

Diante do que foi exposto, o que significa a Páscoa para os egípcios, para Israel e para nós cristãos?

1. Para os egípcios. A saída do povo de Israel significava prejuízo financeiro. Evidentemente, o escravo representava um capital para o dono e este não aceitava facilmente perder o seu escravo. Assim também Faraó não aceitava facilmente perder os seus escravos, que construíram as suas cidades (cf. Êx 1:11), só se fosse obrigado por um Ser mais poderoso do que ele. Por isso, a história da saída de Israel do Egito relata a verdadeira batalha entre Deus dos hebreus e Faraó, para obrigar este a soltar os seus escravos, o povo hebreu. O desfecho final foi o julgamento de Deus sobre Faraó para com as atrocidades cometidas pelos egípcios contra os meninos hebreus. Deus é misericordioso, longânimo e deseja que todos se salvem (2Pe 3:9), porém, Ele é também um juiz justo que se ira contra o pecado e a idolatria (Sl 7:11). Está escrito: “Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau” (Ec 12:14).

2. Para Israel. A Páscoa é para Israel o que o dia da independência é para um país, e mais ainda. O último juízo sobre o Egito e a provisão do sacrifício pascoal possibilitaram o livramento da escravidão, a passagem para a liberdade, para uma vida vitoriosa e abundante; significou também a peregrinação do povo para a Terra Prometida. O Egito, a escravidão e Faraó ficariam para trás. Além do livramento do Egito, a Páscoa se constituiu em primeiro dia do ano religioso dos hebreus e o começo de sua vida nacional (Êx 12:1). Em vista disso, se percebe a relevância desta celebração para a nação de Israel.

Assim como Israel não poderia se esquecer de tal celebração, nós também jamais poderemos nos esquecer do sacrifício remidor do nosso Redentor, Jesus Cristo. Jamais se esqueça que Cristo morreu em seu lugar. Este é um dos princípios da Ceia do Senhor. Todas as vezes que participarmos da Ceia temos que recordar da nossa passagem, da escravidão do pecado, para uma nova vida em Cristo (1Co 5:17). Jesus declarou: "Fazei isto em memória de mim" (1Co 11:24,25).

3. Para nós. Para nós cristãos, a Páscoa é um símbolo profético da morte de Cristo, da salvação e do andar pela fé a partir da redenção (1Co 5:6-8), isto é, a redenção pelo sangue de Jesus Cristo.Cristo veio ao mundo, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, para nos libertar do jugo do pecado e nos dar vida abundante, vida eterna (João 3:16; 10:10). Israel foi salvo da ira divina e liberto da escravidão, nós também estávamos destinados a experimentar da ira divina, mas Cristo, o Cordeiro Pascal, nos substituiu na cruz do calvário. Em Cristo fomos redimidos dos nossos pecados - “[...] Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5:7b).

II. OS ELEMENTOS DA PÁSCOA

1. O Pão - “pães ázimos”. De acordo com a descrição bíblica, o pão deveria ser sem fermento. A massa não deveria passar pelo processo de fermentação, ou seja, seria levada ao fogo tão logo estivesse pronta, sem ter de esperar para crescer. A ideia era mostrar que os israelitas teriam pouco tempo para preparar sua última refeição como escravos, pois logo sairiam para uma grande jornada.

Na Bíblia, o fermento normalmente simboliza o pecado e a corrupção (ver Êx 13:7; Mt 16:6; Mc 8:15). Os pães ázimos representavam a separação entre os israelitas redimidos e o Egito, isto é, o mundo e o pecado. Semelhantemente, o povo redimido por Deus, a Igreja, é chamado para separar-se do mundo pecaminoso e dedicar-se exclusivamente a Deus.

Na Páscoa cristã – a Santa Ceia – o Pão é também um dos elementos. O Pão da Ceia não é o corpo verdadeiro (literal) de Cristo, nem está ele presente invisivelmente, é somente o símbolo do Cristo perfeito. Representa a sua encarnação, que ele tomou um corpo humano e deixou sua glória (João 1:14), nasceu de uma virgem  e viveu entre os pecadores em perfeição de conduta, doutrina e voluntariamente. Era ele um Homem perfeito, idôneo para servir de sacrifício pelos nossos pecados (Hb 7:26; 2Co 5:21). Ele partiu o pão da Ceia significando que ia se sacrificar em resgate da humanidade caída e escravizada pelo Diabo.

Na noite em que foi traído, Jesus e os discípulos estavam comendo o cordeiro pascal. Em dado momento da festa, Jesus pegou o pão e o abençoou e distribuiu aos discípulos dizendo: “Tomai, comei, isto é o meu corpo”. Observe que Jesus após cear tomou o pão, ou seja, após comer o cordeiro pascal, que foi preparado pelos discípulos no dia dos pães ázimos, é que instituiu o cerimonial em sua memória tomando o pão e o abençoando (ver Lc 22:7) – “E, tomando o pão e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isso em memória de mim”(Lc 22:19). Jesus mandou que os discípulos pegassem o pão e comessem, pois o pão estava representando o seu corpo que fora entregue por todos nós.Jesus aponta o objetivo pela qual deveriam pegar e comer do pão: manter viva a memória do seu nome.

2. As ervas amargas – “E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão” (Êx 12:8). As “ervas amargas” simbolizam a amargura vivida no Egito, que não deveria ser esquecida, para que nunca mais fosse experimentada (Êx 1:14). O sacrifício se daria com sofrimento. O Senhor Jesus disse que no mundo teríamos aflições e que elas fariam parte da nossa caminhada, a exemplo do que aconteceu com Ele mesmo como homem.

3. O Cordeiro (Êx 12:3-7). O cordeiro pascal era um "sacrifício" (Êx 12:27) a servir de substituto do primogênito; isto prenuncia a morte de Cristo em substituição à morte do ser humano (ver Rm 3:25). Paulo expressamente chama Cristo nosso Cordeiro da Páscoa, que “foi sacrificado por nós” (1Co 5:7).

O cordeiro macho separado para morte tinha de ser "sem mácula" (Êx 12:5); esse fato prefigura a impecabilidade de Cristo, o perfeito Filho de Deus (João 8:46) - “porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”  (Hb 4:15). Esta escolha dava-se no dia dez do mês de Nisã (mês que se situa entre os meses de março e abril do nosso calendário). Após essa escolha, os israelitas deveriam guardar o cordeiro até o dia quatorze do mês, quando, então, seria imolado (Êx 12:5,6).

Verificado que o cordeiro pascal nenhuma mancha tinha, na tarde do dia quatorze, deveria ser sacrificado (Êx 12:6). Flávio Josefo, o grande historiador judeu, informa-nos que este sacrifício se dava entre as três e cinco horas da tarde, o que é mais uma demonstração de que apontava para a morte de Jesus, pois, como informa a Bíblia, Jesus morreu por volta da hora nona, ou seja, três horas da tarde (Mt 27:46; Mc 15:34; Lc 23:44), devendo ter sido retirado da cruz por volta das cinco horas da tarde, já no término do dia, que era o da preparação da páscoa (João 19:38-42).

O cordeiro, uma vez sacrificadodeveria ser assado, inteiro, sendo comido, então, à noite, com pães ázimos e ervas amargas (Êx 12:8,9), queimando-se tudo o que restasse naquele mesmo dia (Êx 12:10). Isto nos fala, também, que o sacrifício de Jesus era completo, não teria de ser repetido, nem restaria algo a ser realizado depois de sua efetivação. O sacrifício se daria com sofrimento (ervas amargas) e com sinceridade (os pães ázimos), mas traria vida ao povo de Deus. O fato de o cordeiro ser assado e, depois, retirado do forno para ser consumido, também tipificava a ressurreição de Cristo.

Cristo é o nosso Cordeiro Pascal (João 1:29). Ele morreu para trazer a redenção a toda humanidade. Ele é o nosso Redentor. Da mesma forma que, no Egito, o cordeiro pascal foi sacrificado, o Senhor Jesus Cristo também o foi. A diferença reside no fato de que o cordeiro do Êxodo não foi voluntário para verter seu próprio sangue. Jesus Cristo se ofereceu para esse sacrifício. O sacrifício de Cristo nos trouxe vida, da mesma forma que o sacrifício do cordeiro no Egito preservou a existência dos primogênitos hebreus. A diferença é que o sacrifício de Cristo oferece vida não apenas aos filhos mais velhos de cada família, mas a todos que aceitarem pela fé o sacrifício de Cristo, se arrependendo de seus pecados e se converterem dos seus maus caminhos.

III. CRISTO, NOSSA PÁSCOA

“[...] Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (1Co 5:7b).

1. Jesus, o Pão da Vida (João 6:35,48,51). Jesus, certa feita, disse que era o Pão da vida – “E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome...” (João 6:35). Jesus dizer que é o Pão da Vida é para Ele o mesmo que dizer: “Eu sou o sustento da vida de vocês”. Da mesma forma que o pão fornece aos nossos corpos força e nutrição, Jesus, o verdadeiro Pão do Céu, veio para fortalecer e nutrir o seu povo, para que jamais tenham fome e nunca tenham sede.

Ninguém além de Jesus é o Pão que dá a vida eterna. Por ocasião da jornada no deserto do povo de Israel, Deus o proveu de “maná”, o pão que descia do céu, mas o “maná” foi um pão físico e temporal. O povo o comia e se sustentava por um dia. Mas era necessário que conseguissem mais pão todos os dias, e este pão não poderia impedi-los de morrer. Sem diminuir o papel de Moisés, Jesus apresentou a Si mesmo como o Pão espiritual do Céu que satisfaz completamente, e que conduz à vida eterna.

2. O Sangue de Cristo (1Co 5:7; Rm 5:8,9). “O sangue de Cristo é a chave do céu”. Afinal, o que seria o Evangelho sem a morte de Nosso Senhor? Nem Evangelho haveria; ela é a garantia de nossa vida eterna. Portanto, seu Sacrifício era indispensável. Veja o que a Bíblia diz: “... Sem derramamento de Sangue não há remissão”(Hb 9:22). Aqui mostra que para Deus perdoar o pecado era preciso derramamento de sangue vicário. Daí, o nosso perdão depender da morte de Jesus na cruz.

Por ocasião da primeira Páscoa, no Egito, o sangue do cordeiro deveria ser aspergido na verga e nas umbreiras das portas dos israelitas. Essa atitude, em obediência ao mandado de Deus, deveria ser efetivada para que o anjo da morte passasse sobre a casa e não ferisse o primogênito (Êx 12:7). O sangue de Jesus foi derramado para que pudéssemos passar da morte para a vida (João 5:24), para que, antes longe de Deus, pudéssemos chegar perto dEle (Ef 2:13), e toda vez que houver acusação contra nós, Deus vê o Sangue de Jesus em nós (que são as casas – Hb 3:6) e, por isso, não somos dEle separados, mas mantidos em comunhão com o Senhor. Aleluia!

Quando da instituição da Santa Ceia, por ocasião de sua última participação de refeição pascal (veja Mt 26:26-28), Jesus disse que a “Nova Aliança” da graça seria ratificada pelo seu precioso sangue derramado por muitos par remissão dos pecados, ou seja, seu sangue seria eficaz para remir os pecados de todos aqueles que aceitarem pela fé o seu sacrifício - “Porque isto é o meu sangue, o sangue do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26:28). Portanto, “se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1João 1:7). O apóstolo Paulo expressou: “... Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5:8,9).

3. A Santa Ceia. À época de Cristo, a Páscoa era a festa por excelência, a grande festa dos judeus. O rito não só olhava retrospectivamente para aquela noite no Egito, mas também, antecipadamente, para o dia da crucificação.

A Ceia foi instituída pelo Senhor (1Co 11:23) na sua última refeição da Páscoa (Mt 26:26-29; Mc 14:22-­25; Lc 22:15-20). Ela é uma das festas mais solene da Igreja, de muitíssima importância. A sua importância relaciona-se com o passado, o presente e futuro.

- Quanto a sua importância no passado, é um ato “memorial” da morte de Cristo no Calvário, para nos remir da condenação (Lc 22:19; 1Co 11:24-26) – “...Fazei isto em memória de mim...”. Na celebração da Santa Ceia, as nossas mentes se voltam para o Calvário, relembrando o Sacrifício de Jesus, em nosso favor. Embora que em todo tempo devemos lembrar-nos deste santo sacrifício, todavia, temos um dia especifico e oportuno para esta comemoração e meditação.

- Quanto a sua importância no Presente, a Santa Ceia expressa a nossa “comunhão” (gr.koinonia) com Cristo e, de nossa participação nos benefícios oriundos da sua morte sacrifical e ao mesmo tempo expressa a nossa “comunhão” com os demais membros do corpo de Cristo (1Co 10:16,17). A Santa Ceia é o símbolo da nossa união com Cristo.

- Quanto a sua importância no Futuro, a Santa Ceia é um ato que antevê a volta iminente de Jesus Cristo para arrebatar a Sua Igreja e, um antegozo em podermos participar com Cristo, na Ceia das Bodas do Cordeiro. Uma das expectações de Paulo com relação à vinda de Cristo era a comemoração da Ceia do Senhor Jesus, quando esperançoso ele disse aos coríntios: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cáliceanunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1Co 11:26). Portanto, cada celebração da Ceia do Senhor Jesus é um antegozo e antecipação profética do grande banquete de casamento que está sendo preparado para a Igreja.

CONCLUSÃO

“Que culto é este vosso?” (Êx 12:26). Era dever dos pais hebreus usar a Páscoa para ensinarem aos filhos a verdade sobre a redenção da escravidão e do pecado, que Deus efetuara em seu favor e que através disso fez deles um povo especial sob seus cuidados e senhorio. Semelhantemente, a Ceia do Senhor – a Páscoa do povo de Deus da Nova Aliança - tem o propósito de lembrar-nos da salvação em Cristo e da nossa redenção do pecado e da escravidão a Satanás – “Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que venha” ( 1Co 11:25,26). Amém!!

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 57 – CPAD.

Eugene H. Merrill – História de Israel no Antigo Testamento. CPAD.

Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.

Leo G. Cox -  O Livro de Êxodo - Comentário  Bíblico Beacon. CPAD.

Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.

Alexandre Coelho – Uma jornada de Fé (Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida). CPAD.

FONTE: http://www.luloure.blogspot.com.br/