ASSEMBLEIA DE DEUS BRASIL

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quarta-feira, 30 de maio de 2012

ESPÍRITO SANTO


O Espírito Santo e Sua Atuação no Mundo

E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar. (João 16:8-14)

Por Rute Soares 

Para nós, o Espírito Santo é uma pessoa divina que atua na vida dos salvos, que age em ambientes sagrados e que se faz presente em reuniões espirituais. No entanto, essa é apenas uma parte da verdade, pois segundo a palavra de Deus, o Espírito Santo também age no mundo, sobremodo na vida dos não-salvos para conduzi-los a Cristo. Deste modo, sua ação não se limita a “jurisdição” da igreja. Ele não trabalha apenas na vida dos salvos. Não age apenas entre os santos; ele também opera no mundo, entre não santos, entre pecadores perdidos. Ao agir no mundo, o Santo Espírito tem dois objetivos principais:

Em primeiro lugar, o Espírito Santo age no mundo a fim de convencer as pessoas não-crentes. Por estarem sob o domínio do pecado (cf. Rm 6:14; Ef 2:2-3), o não-salvo não reconhece que está errado, ao contrário, procura justificar o pecado. Pois, "o deus deste século lhe cegou o entendimento" (II Co 4:4). Por isso, sem a ação do Espírito Santo é impossível o pecador chegar-se a Cristo. Para entender isso melhor, leia João, capítulo 16, versículos 8 a 11 e veja o que Jesus está falando a respeito do Espírito Santo: "Quando ele vier convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado porque não crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado".

A palavra-chave dessa passagem é “convencerá”. O sentido dela é de “persuadir”,ou seja,“levar a crer” ou “aceitar”. Mas essa palavra também carrega a idéia de “sentenciar”, “expor” e “reprovar”. Assim, o Espírito Santo atua para convencer os não-salvos, que sua terrível incredulidade diante de Cristo, resultará, certamente, em punição eterna. O texto começa dizendo que o Espírito Santo convence o não-crente do pecado. Que pecado? O de não crerem em Cristo (v.9), isto é, o pecado da incredulidade. Tanto a Lei de Deus, quanto a nossa consciência podem nos convencer de diversos pecados. Mas o pecado de “não crê em Cristo”, somente o Espírito Santo pode nos convencer. Esse é o pior pecado do mundo! Diz a Bíblia: "quem não crê já está julgado" ( Jo 3:18) "e, condenado" (Mc 16:16).

Em seguida o texto declara que o Espírito Santo convence o não-crente da justiça. Que justiça? A resposta está versículo 10, que diz: "Porque vou para meu Pai". Jesus disse isso, algumas horas antes de ser preso e crucificado. Ele foi tratado como um malfeitor, mas era inocente! Assim, “a justiça da qual o Espírito convence não é a justiça humana, mas a de Cristo”. Justiça essa que foi autenticada, quando ele ressuscitou e quando foi recebido pelo Pai nos céus.

Essas são as maiores evidências de que Jesus Cristo é o Cordeiro perfeito, que pagou o preço total pelos pecados. Lá no Calvário Jesus assumiu nossa condenação e tomou nosso lugar. Ali, pela graça, ele nos declarou justos diante Deus: "Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (II Co 5:21). Essa é justiça de Cristo!

Por fim, João 16:8 afirma que o Espírito Santo convence o não-crente do juízo. Que juízo? Jesus explica da seguinte forma no versículo 11: "Porque o príncipe deste mundo já está julgado". Na cruz, Satanás foi derrotado. “Ele já foi julgado, e o veredicto declarado”. Para ele só resta à execução da sentença quando Cristo voltar, em que será lançado no lago de fogo e enxofre (Jo 20:10). Esse será também o destino de todos que se recusarem crerem em Cristo. É desse juízo do qual o mundo deve ser convencido. Deste modo, sabemos que o Espírito de Deus também trabalha, e muito, fora da igreja, longe dos salvos, procurando convencer e chamar os perdidos. Sem essa obra, o ser humano jamais chegaria à salvação.

Em segundo lugar, o Espírito Santo age no mundo a fim de regenerar as pessoas não-crentes. No trabalho de convencer os não-salvos do pecado, da justiça e do juízo, o Espírito Santo gera arrependimento e fé dentro deles. Qual é o alvo nesse processo? O Espírito Santo deseja transformar os seus corações! Essa obra é conhecida por regeneração.

Mas o que é regeneração? É o renascimento ou novo nascimento em Cristo. Pois, se alguém está em Cristo, nova criatura é: "as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo"(II Co 5:17). Veja o que está escrito em Tito 3:5: "Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo".

O pecador não pode salvar a si mesmo, já que "está morto em seus próprios delitos e pecados" (cf. Ef 2:1). É o Deus misericordioso que o salva! Diz o texto: "ele nos salvou". De que maneira? "Ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo" (Tt 3:5). Em outra tradução lemos assim: "Ele nos salvou por meio do Espírito Santo, que nos lavou, fazendo com que nascêssemos de novo e dando-nos uma nova vida"(NTLH). Aqui não fica dúvida: a regeneração é obra do Espírito Santo. É o milagre do novo nascimento. O maior milagre que pode acontecer na vida de um ser humano!

Quando ele acontece, à justificação acontece simultaneamente. Pela justificação o pecador é declarado justo; pela regeneração, ele é transformado em justo. “A justificação acontece fora de nós, no tribunal de Deus; a regeneração acontece dentro de nós, em nosso coração”. Ao regenerar o não-crente, o Espírito Santo transforma-o por completo e o torna um filho de Deus. Além de ser perdoado de todos seus pecados, o Espírito Santo passa a habitar dentro dele. É algo inexplicável! É uma ação misteriosa e gloriosa do Espírito de Deus. O próprio Jesus afirmou: "O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito" ( Jo 3:8).

Embora seja um mistério, há duas verdades nisso que podemos saber. 

A primeira verdade é que todo ser humano precisa nascer de novo. Em João 3, versículos 3 e 5, lemos:"Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus (...), pois, quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus". 

A segunda verdade é que o Espírito é quem regenera o ser humano! Ele vai onde o não-salvo está, lá no lamaçal e na escuridão. Ali, o convence do pecado, da justiça e do juízo e o chama para Cristo. Se o pecador atender a esse chamado, ele o transforma numa nova criatura.

Vale a pena conhecer melhor o Espírito Santo! Isso nos faz ter uma visão mais correta e clara sobre nossa missão nesse mundo. Ele não age apenas entre os salvos e santos; ele age também no mundo e, vive atuando entre os não-salvos. Está profundamente envolvido na salvação desses. Note, se o próprio Espírito de Deus, que é Santo, age assim. Então, não vemos razão para agirmos diferentes. Não fomos salvos para nos isolar dos não-salvos. Ao contrário, devemos estar no meio deles, sendo sal e luz. Somos o convidados a uma parceria espiritual no mundo. Nós evangelizamos,mas quem convence e regenera é o Espírito Santo!

Conclusão

O Espírito Santo é bem maior do que pensamos. Ele faz muito mais do que podemos ver ou entender. Age em ambientes que nunca imaginamos. Ele não é uma força ou uma energia impessoal que emana de Deus. Ele é Deus grandioso, poderoso e ilimitado! Está em nós, mas ele não age somente em nós. Age em todo o universo. É onisciente, onipotente e onipresente! O Espírito Santo fez e continua fazendo grandes feitos em todo o momento e em todos os lugares. Foi através dele que a Bíblia foi escrita. Foi no poder dele e a na unção dele que Jesus se fez carne, habitou entre nós e cumpriu a sua missão na terra. É o Espírito Santo que convence o não-crente do pecado, da justiça e de juízo. Bem antes de alguém se converter, ele já está trabalhando para levá-lo a Cristo. Todos os que atendem o seu convite, ele os regenera, os faz novas criaturas e passa a habitar neles.

Leia o Salmo 139, versos 5 a 7. Nesse poema, durante uma profunda reflexão sobre Deus, o salmista inspirado por ele, escreve essas palavras, dizendo: "Tu estás à minha frente e atrás de mim ao mesmo tempo, e me guias e abençoas com a tua mão. Saber isso é algo tão maravilhoso que eu nem consigo compreender! É impossível fugir do teu Espírito!" (Bíblia Viva).

Ao observar a grandeza do Espírito de Deus, o poeta fica intrigado com uma questão: Porque um Deus tão grandioso assim, pode se importar com alguém tão pequeno? Isso era tão magnífico, que ele não podia entender. Meu irmão, eu não sei explicar, mas o Santo Espírito também se importa contigo. Você não faz idéia o quanto ele agiu em toda sua vida para que você fosse lavado e redimido pelo sangue do Cordeiro. Você pode contar com ele! Ele habita no seu coração. Ele guia a sua vida e ilumina sua mente para você compreender a Bíblia. Porém, na obra de convencer o mundo é ele que conta com você. Propõe uma parceria: você evangeliza e ele convence e regenera. Portanto, seja cheio do Espírito do Deus! Permita que ele conduza seus passos. Viva sob a unção e poder dele.

Amém!

BIBLIOGRAFIA 


DUFFIELD, Guy P. & CLEAVE, Nathaniel M. Van. Fundamentos da Teologia Pentecostal. São Paulo: Quadrangular, vol. II, 1991.
ERICKSON, Millard J. Introdução à teologia sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1997.
GRAHAM, Billy. O Poder do Espírito Santo. São Paulo: Vida Nova, 2009.
GREEN, Michael. II Pedro e Judas, Introdução e Comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1983.
GRUDEM, Wayne A. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999.
HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento: João. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1993.
KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento: Epístolas de Pedro e Judas. São Paulo: Cultura Cristã, 2006.
LOPES, Hernandes Dias. Tito e Filemom: Doutrina e Vida, um binômio inseparável. São Paulo: Hagnos, 2009.
STRONG, Augustus H. Teologia Sistemática. São Paulo: Teológica, 2002.
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico expositivo: Novo Testamento 1. Santo André, SP: Geográfica, 2006. __________. Comentário Bíblico expositivo: Novo Testamento 2. Santo André, SP: Geográfica, 2006.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

EXEMPLO OS IRMÃOS MORÁVIOS

A SAGA DOS IRMÃOS MORÁVIOS 



Os irmãos morávios e a igreja valdense são os únicos grupos protestantes atuais cujas raízes mais remotas são anteriores à Reforma do século 16. Os valdenses tiveram suas origens em um movimento reformista iniciado por volta de 1175 por Valdès, um comerciante de Lião, no sul da França. Expulsos da Igreja Católica em 1184, seus simpatizantes enfrentaram heroicamente séculos de perseguição, abraçando eventualmente a Reforma Protestante. Refugiaram-se principalmente nos vales alpinos do norte da Itália, na região conhecida como Piemonte, a sudoeste de Turim. Os irmãos morávios, por sua vez, têm uma história ainda mais complexa, mas não menos inspiradora, cujos primórdios remontam à Inglaterra do final do século 14.
De João Wyclif a João HusJohn Wyclif (c.1325-1384) nasceu em Yorkshire, estudou na Universidade de Oxford e abraçou o sacerdócio. Na década de 1360, adquiriu grande reputação em Oxford e outros centros intelectuais como brilhante professor e escritor de filosofia. Posteriormente, tornou-se conselheiro teológico do rei e prestou serviços à coroa inglesa. Defendeu a teoria de que o poder civil tinha o direito de se apoderar das propriedades do clero corrupto. Suas opiniões foram condenadas pelo papa em 1377, mas ele teve o apoio de pessoas influentes e do povo. Após o Grande Cisma (1378), com a existência simultânea de dois papas rivais, suas idéias tornaram-se mais radicais e ele acabou por rejeitar toda a estrutura tradicional da igreja medieval. Em uma série de tratados teológicos, afirmou a autoridade suprema das Escrituras, definiu a igreja verdadeira como o conjunto dos eleitos, e questionou o papado e a transubstanciação. Além disso, incentivou a primeira tradução da Bíblia completa para a língua inglesa (1384).
Eventualmente, Wyclif perdeu o apoio da nobreza e de muitos simpatizantes, mas viveu em paz os seus últimos anos, vindo a falecer em sua paróquia, Lutterworth, no dia 28 de dezembro de 1384. Seus seguidores, conhecidos como lolardos, foram duramente reprimidos nas décadas seguintes. Ensinavam que a missão principal de um sacerdote era pregar as Escrituras e que a Bíblia dever ser acessível a todos nas várias línguas vulgares. Essas idéias contribuiriam para a ampla aceitação da Reforma Protestante pelos ingleses no século 16.
No século 14, a Boêmia (Tchecoslováquia) fazia parte do Sacro Império Germânico. Politicamente, o país estava dividido por conflitos entre os tchecos e a comunidade imigrante alemã, mais poderosa. Em 1382, a Boêmia, até então pouco ligada à Inglaterra, aproximou-se deste país por meio do casamento de uma princesa tcheca com o rei Ricardo II. Jovens tchecos passaram a estudar em Oxford e conheceram as doutrinas de Wyclif, que logo levaram para a sua terra, especialmente para a Universidade de Praga (fundada em 1348). Entre os professores que abraçaram muitas idéias de Wyclif estava o ardoroso Jan Hus (c. 1373-1415).
Hus nasceu na vila de Husinec, estudou na Universidade de Praga e foi ordenado sacerdote em 1400. Pouco antes da ordenação teve uma experiência de conversão pelo estudo da Bíblia e se tornou um zeloso defensor de reformas eclesiásticas. Além de lecionar na universidade, em 1402 foi nomeado pregador da Capela de Belém, o centro do movimento reformista tcheco, alcançando enorme popularidade por suas pregações. Como João Wyclif, ele ensinava que a igreja verdadeira consiste somente dos eleitos, dos quais o cabeça é Cristo, e não o papa. Embora defendesse a autoridade tradicional do clero, Hus afirmava que somente Deus pode perdoar pecados. Acreditava que nem o papa nem os cardeais podiam estabelecer como autêntica uma doutrina que fosse contrária à Escritura, e que nenhum cristão devia obedecer às suas ordens quando estas se revelassem abertamente erradas. Dizia que a igreja devia ter uma vida de simplicidade e pobreza, à semelhança de Cristo. A única lei da igreja era a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, daí a grande importância da pregação. Condenou a corrupção do clero, a adoração de imagens, os falsos milagres, as peregrinações supersticiosas e a venda das indulgências, mas manteve a transubstanciação.
A partir de 1410, as autoridades eclesiásticas e seculares começaram a tomar medidas drásticas contra os wyclifitas. Apesar de ser altamente estimado pelo povo, Hus foi excomungado e seguiu para o exílio no sul da Boêmia, onde escreveu sua principal obra, De Ecclesia (Sobre a Igreja). Munido de um salvo-conduto fornecido pelo imperador alemão Sigismundo, compareceu ao célebre Concílio de Constança (1414-1418), no sul da Alemanha, a fim de justificar as suas posições. Em 4 de maio de 1415, o concílio condenou formalmente João Wyclif como herege e ordenou que o seu corpo fosse retirado da terra consagrada (essa ordem só seria cumprida em 1428). Hus, considerado por todos um wyclifita, recusou-se firmemente a abjurar as suas idéias. No dia 6 de julho de 1415 foi sentenciado e queimado na fogueira, enfrentando a morte com grande coragem e dignidade.
A Unitas Fratrum e os Irmãos MoráviosA notícia da morte de Hus produziu grande revolta na Boêmia, que seria agravada pela condenação do seu amigo e colega Jerônimo de Praga, também levado à fogueira pelo Concílio de Constança, em 30 de maio de 1416. Outra fonte de protestos foi a proibição, pelo mesmo concílio, da ministração do cálice da Ceia aos leigos, prática que se tornara o símbolo do movimento hussita. Surgiram duas facções no movimento: um partido moderado e aristocrático, sediado em Praga, conhecido como utraquistas (referência à comunhão sub utraque, isto é, “em ambas” as espécies) ou calixtinos (do latim calix = cálice), e um partido radical, popular, os taboritas (de Tábor, a sua fortaleza). Os primeiros rejeitaram somente as práticas que consideravam proibidas pela “lei de Deus”, a Bíblia, ao passo que os taboritas repudiavam todas as práticas não sancionadas expressamente pelas Escrituras.
Após um período de conflitos, as duas facções se uniram em 1420, adotando uma agenda religiosa comum, “Os Quatro Artigos de Praga”, que exigiam a livre pregação da Palavra de Deus, o cálice para os leigos, a pobreza apostólica e uma vida de austeridade para clérigos e leigos. Durante alguns anos, eles se envolveram em várias guerras vitoriosas contra os seus adversários. Uma tentativa de acordo com a igreja católica produziu novas lutas internas, sendo os taboritas derrotados pelos utraquistas em 1434, na batalha de Lipany. Fracassado o acordo com o catolicismo, os utraquistas tornaram-se um grupo religioso autônomo, cuja plena paridade com os católicos foi declarada pelo Parlamento da Boêmia em 1485. Alguns anos antes, em 1457, havia surgido a Unitas Fratrum (Unidade dos Irmãos Boêmios), reunindo elementos taboritas, utraquistas e valdenses. Essa igreja absorveu o que havia de mais vital no movimento hussita e tornou-se a precursora dos irmãos morávios.
Com o advento da Reforma, os “irmãos unidos” abraçaram o protestantismo. Nessa época, eles contavam com cerca de 400 igrejas locais e 150 a 200 mil membros na Boêmia e na vizinha Morávia. Expulsos de sua pátria durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), espalharam-se por diversas regiões da Europa e perderam muitos adeptos. Um ano especialmente amargo foi 1621, quando quinze irmãos foram decapitados no “dia de sangue”, muitos crentes foram mandados para as minas ou masmorras, igrejas foram fechadas, escolas destruídas, Bíblias, hinários e catecismos foram queimados. Os poucos remanescentes continuaram a realizar as suas funções religiosas em segredo e a orar pelo renascimento da sua igreja. Um importante líder desse período aflitivo foi o notável educador Jan Amos Comenius (1592-1672), eleito bispo dos irmãos morávios em 1632.
O conde Zinzendorf e HerrnhutEm 1722, sobreviventes dos irmãos unidos que falavam alemão, residentes no norte da Morávia, começaram a buscar refúgio na vizinha Saxônia, sob a liderança de um carpinteiro, Christian David. O jovem conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf (1700-1760) permitiu que eles fundassem uma vila em sua propriedade de Berthelsdorf, cerca de 110 quilômetros a leste de Dresden. Zinzendorf era fruto do pietismo, um influente movimento que havia surgido recentemente no luteranismo alemão. Esse movimento teve como líderes iniciais Phillip Jacob Spener (1635-1705) e August Hermann Francke (1663-1727), sendo seu principal centro de atividade a cidade de Halle, também na Saxônia, a terra de Martinho Lutero. Os pietistas davam grande ênfase à devoção, à experiência e aos sentimentos, em contraste com a ortodoxia, credos e rituais. Também valorizavam a conversão pessoal, o sacerdócio universal dos crentes, o estudo das Escrituras, os pequenos grupos para comunhão e auxílio mútuo, e um cristianismo prático voltado para educação, missões e beneficência.
Nascido em uma família aristocrática, Zinzendorf recebeu uma educação pietista em Halle dos 10 aos 17 anos. Desde a infância revelou uma intensa devoção pessoal a Cristo e mesmo depois de ingressar no serviço público, em 1721, continuou a ter como interesse predominante o cultivo da “religião do coração”. Foi então que entrou em contato com os morávios. A vila que estes fundaram em sua propriedade recebeu o nome de Herrnhut (“a vigília do Senhor”). A comunidade cresceu e logo se uniram a ela muitos pietistas alemães e outros entusiastas religiosos. Inicialmente Zinzendorf lhes deu pouca atenção, mas em 1727 começou a assumir a liderança espiritual do grupo. Superadas algumas divisões iniciais, no dia 13 de agosto de 1727 foi realizado um marcante culto de comunhão que veio a ser considerado o renascimento da antiga Unitas Fratrum, a Igreja Morávia renovada. A partir de então, Herrnhut tornou-se uma disciplinada e fervorosa comunidade cristã, um corpo de soldados de Cristo ansioso em promover a sua causa no país e no exterior.
Embora Zinzendorf desejasse que os morávios permanecessem como membros da igreja estatal da Saxônia (luterana), gradualmente eles formaram uma igreja separada. Em 1745 a Igreja Morávia já estava plenamente organizada com seus bispos, presbíteros e diáconos, embora seu governo fosse, e ainda seja, mais presbiteriano que episcopal. A essa altura o moravianismo estava criando uma liturgia de grande beleza e uma rica tradição hinológica. A Igreja Morávia restaurada permaneceu pequena, mas sua influência se fez sentir em toda a Europa. Seus primeiros bispos foram David Nitschmann (1735) e o próprio Zinzendorf (1737), que, após uma vida de intensa atividade missionária e pastoral na Europa e na América do Norte, faleceu em Herrnhut em 1760. Certa vez havia declarado, referindo-se a Cristo: “Eu tenho uma paixão; é ele e ele somente”.
Até aos confins da terraCom o seu zelo por Cristo, os morávios escreveram uma das páginas mais nobres das missões cristãs em todos os tempos. Nenhum grupo protestante teve maior consciência do dever missionário e nenhum demonstrou tamanha consagração a esse serviço em proporção ao número de seus membros. Numa viagem a Copenhague para assistir à coroação do rei dinamarquês Cristiano VI, Zinzendorf conheceu alguns nativos das Índias Ocidentais e da Groenlândia. Regressou a Herrnhut cheio de fervor missionário e, em conseqüência disso, Leonhard Dober e David Nitschmann iniciaram uma missão aos escravos africanos em St. Thomas, nas Ilhas Virgens, em 1732, e Christian David e outros seguiram para a Groenlândia no ano seguinte.
Em 1734, um grupo liderado por August Gottlieb Spangenberg (1704-1792) começou a trabalhar na Geórgia. No Natal de 1741, o próprio Zinzendorf visitou a América e deu o nome de Bethlehem (Belém) à colônia que os morávios da Geórgia estavam criando na Pensilvânia. Essa cidade se tornaria a sede americana do movimento. O mais famoso missionário morávio aos índios norte-americanos foi David Zeisberger (1721-1808), que trabalhou entre os creeks da Geórgia a partir de 1740 e entre os iroqueses desde 1743 até a sua morte.
Herrnhut tornou-se um centro de atividade missionária, iniciando missões no Suriname, Costa do Ouro, África do Sul, Argélia, Guiana, Jamaica, Antigua e outros locais. Em 1748, foi iniciada uma missão aos judeus em Amsterdã. Até 1760, o ano da morte de Zinzendorf, os morávios haviam enviado 226 missionários a dez países e cerca de 3 mil conversos haviam sido batizados. Outros locais alcançados posteriormente foram Egito, Labrador, Espanha, Ceilão, Romênia e Constantinopla. Em 1832, havia 42 estações missionárias morávias ao redor do mundo. Os nomes dos primeiros campos missionários mostram uma característica do trabalho morávio: eram em geral locais difíceis e inóspitos, exigindo uma paciência e dedicação toda especial, traço que até hoje caracteriza o trabalho missionário desse grupo.
ConclusãoCom seu heroísmo, apego às Escrituras e consagração a Deus, os irmãos morávios, embora pouco numerosos, exerceram uma forte influência espiritual sobre outros grupos e movimentos protestantes, especialmente na Inglaterra. A convivência com alguns morávios causou profundo impacto em João Wesley e contribuiu para a sua conversão e o surgimento do metodismo. William Carey, o pioneiro das missões batistas, os admirava grandemente e apelou para o seu exemplo de obediência. Eles também inspiraram a criação de duas das primeiras agências protestantes de missões — a Sociedade Missionária de Londres (1795) e a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (1804). Assim completou-se um ciclo extraordinário: a obra do pré-reformador inglês João Wyclif contribuiu para o surgimento dos morávios e, séculos depois, estes foram uma bênção para a Inglaterra e, por meio dela, para muitos outros povos.

Aderli S. de Matos

quarta-feira, 23 de maio de 2012

GONDIM E JUNG MO




Salvação universalista, aqui e agora! Quem vai querer?





Thiago Lima Barros

“Quem é injusto, seja injusto ainda; e quem é sujo, seja sujo ainda; e quem é justo, seja justificado ainda; e quem é santo, seja santificado ainda”. Ap. 22:11




Ricardo Gondim aprofundou em mais uns palmos a cova de apostasia na qual optou se enterrar. Dessa vez, numa obra a quatro mãos com outro heresiarca, o católico romano Jung Mo Sung, professor da Universidade Metodista de São Paulo. Em vídeo recentemente postado no YouTube, ambos fazem tábula rasa das palavras do próprio Deus Encarnado, que deixou claro, em não poucas passagens do Novo Testamento, que Ele era o único Caminho para a redenção do gênero humano.

O desejo incontido e concupiscente de Gondim de ser um representante da intelligentsia evangélica junto à mídia secular o fez enveredar por um caminho letal: abraçar o liberalismo teológico mais desbragado, a fim de se tornar palatável àqueles que elegeu como interlocutores. Foi atraído e engodado por sua própria concupiscência. Sua fala no vídeo em tela encerra, ainda uma grave contradição: se ele diz, torcendo as palavras de Jesus, que a salvação é ter “vida em abundância” no aqui e no agora, reduzindo o sacrifício redentor do Calvário a uma garantia de ataraxia permanente nesse mundo, no que ele difere do neopentecostalismo que diz combater? Os ensinos de Hagin e companhia não dizem exatamente isso, que Deus existe apenas para nos satisfazer neste plano terreno?

Quanto a Jung Mo Sung, comete dois erros absurdos. Primeiro, desconhece o caráter de Deus, ao confundir Graça com tolerância ao pecado, esquecendo também que esse favor imerecido que Deus confere ao homem caído está diretamente atrelado ao reconhecimento, por essa mesma humanidade decadente, de que Jesus é o único capaz de provê-la. Ou seja: a Bíblia é categórica em afirmar que nenhum outro sistema de crença (judaísmo, budismo, hinduísmo, islamismo etc.) é capaz de garantir salvação à alma humana. Nas palavras de Paulo, mas que diz? A palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração; esta é a palavra da fé, que pregamos, a saber: se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Rm. 10:8-9.

Em segundo lugar, Jung e Gondim atribuem ao Espírito Santo uma autuação autônoma em relação ao restante da Trindade, como se Ele agisse à revelia do Pai e do Filho, infundindo uma convicção salvífica duvidosa nos membros das demais religiões. Ora, as três Pessoas da Divindade agem de modo concatenado! O Espírito jamais daria qualquer outra convicção ao homem que não fosse a de que o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade! E jamais batizaria qualquer ser humano para lhe dar outro poder que não fosse o de testemunhar ao mundo jacente no Maligno, com ousadia e intrepidez, de que Deus Pai se reconciliou em Cristo com a humanidade! Dizer o contrário é anátema!

Por fim, é cediço que o que salva não é religião, mas fé na obra redentora de Cristo. Contudo, o ecumenismo dos apóstatas que se manifestam no vídeo ofende esse sacrifício redentor do Nazareno, ao admitir que todas as religiões do mundo, as quais promovem de forma grosseira e ilusória a capacidade do homem de se auto-salvar por meio de obras pias ou de barganhas com divindades de faz de conta, são instrumentos de Deus para redimir a alma humana da ira vindoura (sim, Gondim, ela existe, mesmo que você não queira mais acreditar nela!). Mesmo com as falhas eventuais de seus pregadores sinceros e comprometidos com a Verdade, a mensagem cristã é a única que não ensina ao ser humano essa mentira satânica. E só pode ser satânica, portanto, qualquer tentativa patética de mudar essa realidade, como a que acabamos de assistir.

E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm. Rm. 1:28.









domingo, 20 de maio de 2012

IGREJA PERSEGUIDA


Extremistas atacam igrejas e casa de família cristã no Iraque

Dias após serem ameaçados de morte, a casa de uma família cristã foi queimada para intimidar os cristãos do norte do Iraque. Segundo informações da Portas Abertas, a família foi vítima do ataque de maneira a reforçar as últimas ameaças aos cristãos locais.
A Igreja do norte do Iraque suplica por orações pelos cristãos que ali estão, pois segundo um contato, “algumas famílias poderão ser mortas antes do próximo domingo”. Além disso, a Igreja também foi notificada de que sofrerá um ataque neste domingo, dia 20 de maio.
A perseguição aos cristãos no Iraque não se dá de forma sistemática. No entanto, quase todos os grupos independentes (alheios ao governo) se posicionam contra a minoria cristã. Sabe-se que nas cidades de Bagdá e Mosul cobram-se taxas de não-muçulmanos, há conversão forçada ao islã, sequestros e vandalismo nas igrejas.
O Ministério Portas Abertas faz os seguintes pedidos de oração: pela famílias que sofreram ameaças, para que o Senhor as proteja e livre de todo o mal; para que a fé dos nossos irmãos em Cristo permaneça inabalável em meio à tantas lutas; pelos agressores, para que o poder do Senhor seja revelado a eles e sejam salvos, e que não tenham tal postura ante os cristãos.
Fonte: Portas Abertas

quarta-feira, 9 de maio de 2012

HOMENAGEM PARA MAMÃES

FELIZ DIA DAS MÃES

No próximo domingo comemora o dia das mães. E como eu não tenho mais mãe fica aqui a homenagem a todas as mães do Brasil e do mundo.
Mãe é uma figura serena, com forte laços de afeto, é onde nos dá o privilégio de passarmos 9 meses dentro dela. Mãe lembra de infancia, cheiro de bebê  ,do primeiro beijo que aquece.
Mãe sinônimo de partos e dores, noites sem dormir quando o filho que não chega.
Amar é a arte , é o dom , a qualidade onde a mãe sábia domina.
Mamães parabéns pelo seu dia. Deus abençoe e cubra de graça todas as mães cristãs ou não cristã.
Reflitam nessa passagem bíblica Proverbio 31.10- 31.
OBS: Esta homenagem é uma forma de agradecer minha esposa Rosângela Felipe por ser a mulher que Deus colocou na minha vida para eu ter o prazer de ser pai. Obrigado meu amor eu TE AMO minha mãe Rosângela.









sábado, 5 de maio de 2012

A UNÇÃO DO CELULAR


          CELULARES UNGIDOS


Atenção você que ama seu telefone celular, você que não consegue viver sem seu aparelho.Chegou a mais nova moda de unção. A Unção do Celular.
E os caras não param de inovar!! Desta vez sobrou até para o celular, um instrumento de comunicação tão essencial nos dias de hoje.
Será que esse celular depois de ser "ungido" nessa igreja ele recebe créditos de graça? Será que ele não sairá mais de área? Será que são para todas as operadoras?
Meu Deus quanta falta de Bíblia,quanta falta de discernimento, é meus amados ainda bem que a própria Bíblia diz que:  E se aqueles dias não fossem abreviados, ninguém se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias. Mateus 24.22
E Jesus está próximo de voltar!!!
Analisem o vídeo e comentem.
Paz do Senhor
  Marcelo Pessoa 

Você ainda pode escolher se seu celular vai ser ungido na Universal ou

na igreja do Evangelho Quadrangular.


Deus tem misericórdia de nós!!!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

PASSINHO DO ABENÇOADO

EX FUNKEIRO TONZÃO DOS HAVAIANOS CRIA PASSINHO DO ABENÇOADO

Mais uma nova moda musical para o  mundo "gospel".
Ex funkeiro Tonzão do grupo havaianos cria o passinho do abençoado. Já não bastasse tantas aberrações no meio "gospel", acaba de entrar no mercado lançado na igreja do pastor Marcos Pereira, Assembléia de Deus dos Santos dos Ùltimos Dias no Rio de Janeiro , o rap Passinho do Abençoado.
O que me assusta é que daqui a alguns dias eles inventem os bailes funk "gospel" com direito a lado A e lado B, montagens, mixagens, raps, galeras etc. Meu Jesus querido volta logo para buscar tua igreja.
Analisem e comentem aí amados irmãos.


terça-feira, 1 de maio de 2012

THALLES UNGIDO PASTOR ?


THALLES ROBERTO É UNGIDO PASTOR COM DIREITO A PROFECIA DE ESTEVAM HERNANDES


Algumas indagações ferveram em minha mente após ver este vídeo. Confesso que não tenho tanto conhecimento bíblico e preciso de ajuda. Me respondam por favor:

- Thalles sentiu vontade de ser pastor e foi ungido – É assim que funciona a coisa?

- Herança sacerdotal?- Alguém me explique o que é isso?

- O Espírito do Senhor se aparta de nós na Nova Aliança? – Como assim?

- Que saia fogo de minhas mãos – Haducken?

- Ungido pastor sob línguas estranhas é algo sinistro – Cadê os intérpretes?

- “Apóstolo” Estevam Hernandes ungindo Thalles? – Não há perigo de ele receber a “unção” da grana suja do Estevão!?

Gente, estas indagações irônicas não estão aí pra tentar diminuir ou deslegitimar o trabalho de Thalles. O preocupante, e que eu já consigo ver como realidade, são as decisões precipitadas e a triste hierarquização no reino – quando o cara é cantor, que se acha levita e se intitula pastor fico a procurar quais as reais motivações diante do ministério. Pensemos.

Infelizmente, em muitos casos, após se tornarem astros, ricos, famosos, muitos buscam ou a insubmissão de líderes e se auto promovem a pastor, ou tomados por uma má orientação decidem, sem preparo teológico algum, serem além de cantores, pregadores de púlpito sem qualquer chamado.

Se escavacarmos o dossiê de alguns dos astros do Gospel, notaremos que a grande maioria após a fama, inventaram um pastoreio. Mas fico pensando, será se eles realmente exercem um pastoreio de forma integral, com excelência, ou se apenas carregam esse título em detrimento de uma prioridade de agenda de show’s?

Eu ainda vejo uma certa validade em canções de Thalles como “Ele é contigo”, “Deus do Impossível”, por exemplo, mas como a Bíblia diz que “as más companhias corrompem os bons costumes (1 Coríntios 15:33), eu não tenho dúvidas, o negão tá se cercando de gente peçonhenta. Então, com muito din din dos shows que não param de entrar e convivendo com gente como Estevam Hernandes, R.R. Soares, dentre outros, certamente este novo pastor não terá problemas com a teologia da prosperidade e outras teologias estranhas à Palavra, terminando de se confirmar como mais um o vexame gospel. Falo isso sem nenhum tipo de desejo ou pessimismo, mas tentando manter os pés nos chãos e compreendendo que estes são, realmente, tempos difícies.

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Indagações e texto de Antognoni Misael, direto do Arte de Chocar.
FONTE: http://www.pulpitocristao.com/