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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

IGREJA PRESBITERIANA E CASAMENTO GAY

Igreja Presbiteriana pode aprovar mudança constitucional para aceitar o casamento gay em breve

Igreja Presbiteriana pode aprovar mudança constitucional para aceitar o casamento gay em breve
A Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos pode estar se aproximando de uma mudança na sua constituição que iria abençoar o casamento gay.
A Assembléia Geral da Igreja votou por aceitar o casamento gay em junho passado, e agora, o próximo movimento deverá ser a conclusão da avaliação da matéria pelos 172 presbitérios para mudar a posição da Igreja sobre o casamento gay.
De acordo com informações do Christian Today, até o momento, a votação foi concluída em 40% por cento dos presbitérios que regem a igreja, com 51 presbitérios votando a favor da aceitação do casamento gay, enquanto 23 votaram contra a alteração constitucional.
Se o cenário prévio for levado em consideração, a possibilidade de aceitação do casamento gay na tradicional denominação protestante é grande.
Caso seja aprovada, a mudança na constituição da Igreja Presbiteriana estabeleceria que o casamento é um “compromisso único entre duas pessoas”, ao contrário da definição que atualmente é aceita e que diz que o casamento é um “compromisso único entre e homem e uma mulher”.
O Charisma News informa que alguns pastores presbiterianos já receberam permissão para celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo nos Estados norte-americanos onde a prática é reconhecida pela legislação.
A maior abertura à homossexualidade na Igreja Presbiteriana não é recente. Há quatro anos, a denominação passou a aceitar a ordenação de homossexuais para ministérios eclesiásticos, após uma apertada votação.

Divergência

O embate sobre a aceitação do casamento gay nas igrejas norte-americanas é protagonizado por aqueles que que defendem a ideia como forma de legalizar o que já acontece na realidade e por outro lado, pelos que apontam a Bíblia como razão para continuar reprovando a homossexualidade.

O pastor Rob Bell, notório apoiador do casamento gay, disse recentemente que é inevitável que as uniões homossexuais sejam permitidas e reconhecidas entre os evangélicos. “Muitas pessoas [homossexuais] já estão lá [na igreja]. Achamos que é inevitável e estamos a momentos de distância da aceitação da Igreja”.
Já o pastor Woody Butler entende que a aceitação do casamento gay marcará a queda da igreja: “Muito poucas igrejas pentecostais cheias do Espírito Santo abriram as portas para o casamento gay, mas infelizmente algumas já abriram. Para mim, as denominações que fazem isso estão dando um passo para a queda da igreja nos Estados Unidos”, disse o líder da Life Church Charleston, na Carolina do Norte.

FONTE: http://noticias.gospelmais.com.br/

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

CASAMENTO GAY E OS MÓRMONS


Mórmons anunciam apoio ao casamento gay e afirmam que iniciativa defende “justiça para todos”

A concordância com a existência da união civil entre homossexuais é crescente nos Estados Unidos, e os favoráveis acabam de crescer: a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias anunciou que apoia o chamado casamento gay.

O comunicado da Igreja Mórmon informando a decisão foi divulgado no final de janeiro, quando a direção da denominação se disse “favorável às leis que protegem os direitos dos homossexuais”. No entanto, a concordância com essas iniciativas só existe se “a liberdade religiosa não for comprometida”.

O posicionamento da Igreja Mórmon foi descrito pela agência Reuters como “um movimento conciliatório raro em direção a uma comunidade com a qual a igreja tem estado em desacordo por muito tempo”.

O apoio dos mórmons se dá no âmbito de leis que criem salvaguardas para os homossexuais em “termos de habitação, emprego e outros direitos”, pois a postura da igreja é de “justiça para todos”.

No entanto, as cerimônias religiosas de união homossexual em igrejas não foram apoiadas pelos mórmons, justamente por exigirem respeito à liberdade religiosa e às liturgias cristãs tradicionais.


“Acreditamos que as leis devem ser moldadas para alcançar um equilíbrio na proteção das liberdades de todas as pessoas, respeitando aqueles com valores diferentes”, disse o ancião da igreja, Dallin Oaks, durante uma entrevista coletiva.
“Rejeitamos a perseguição e a retaliação de qualquer tipo, incluindo perseguição com base na raça, etnia, crença religiosa, as circunstâncias econômicas ou diferenças de gênero ou orientação sexual”, disse Oaks.


Os críticos da postura da igreja acusaram-na de oportunismo, afirmando que a igreja está ao sabor do vento da opinião pública e que preferiu não resistir aos movimentos sociais. A denominação acumula um histórico de controvérsias, pois em sua história, muitos fiéis foram polígamos, mesmo contra a legislação em vigência no país.

FONTE: noticias.gospelmais.com.br

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

SÁBADO AULA BÍBLICA

Aula 06 – SANTIFICARÁS O SÁBADO


1º Trimestre/2015

 
Texto Base: Êxodo 20:8-11; 31:12-17

 
“E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem, por causa do sábado” (Mc 2:27).

INTRODUÇÃO

Deus instituiu um dia para o descanso; um dia para o homem cessar suas atividades labutais e voltar-se para Ele em adoração e serviço. Santificar o sábado importava em separá-lo como um dia diferente dos demais, cessando o labor para descansar, servir a Deus e concentrar-se nas coisas respeitantes à eternidade, à vida espiritual e à gloria de Deus (Ex 20:8-11; Gn 2:2,3).

A nação de Israel recebeu a ordem de guardar o sábado quando os Dez Mandamentos foram dados (Ex 20:8-11). Pouco tempo depois, Deus assim enfatizou: “Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados...” (Ex 31:13a). Nesse dia, o povo não deveria realizar qualquer tipo de trabalho, nem mesmo relacionado à construção do tabernáculo. Quem desobedecesse era punido com a morte (Ex 31:15). O sábado representava uma aliança entre Deus e Israel. Era (como até hoje o é) um caráter distintivo do relacionamento com Deus, uma marca que mostrava ao mundo que Israel era a “propriedade peculiar de Deus dentre os povos” (Ex 19:5), um sinal de que ele pertencia a Deus (Ex 31:13); lembrava-lhe o seu livramento da escravidão do Egito (Dt 5:15).

Segundo o pr. Esequias Soares, “as controvérsias em torno deste mandamento se referem à sua interpretação. O que acontece é que existe o sábado institucional e o sábado legal, e quem não consegue separar estas duas instituições terminam radicalizando indo aos extremos. O mandamento de santificar o sábado é mais bem compreendido quando se conhece o propósito pela qual ele foi dado. A necessidade de um dia de repouso após seis dias de trabalho é universal, mas o sábado é um presente de Deus para Israel”.

1. O SÁBADO DA CRIAÇÃO

1. O shãbat. “E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fizera” (Gn 2:2,3).

Duas vezes o texto sagrado declara que Deus "descansou", ou seja, cessou; esse é o significado do verbo hebraico usado aqui, shãbat, "cessar, desistir, descansar". O substantivo hebraico shabbat, "sábado", não aparece aqui; sua primeira ocorrência acontece no relato do maná (Êx 16:23).

2. Deus completou a sua obra da criação no sétimo dia (Gn 2:2,3). “E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra... E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou”. O texto diz que Deus acabou a sua obra no sétimo dia e descansou nesse dia e o santificou. Aqui está a base do sábado institucional e do sábado legal. O sábado legal não foi instituído aqui. Isso só aconteceu com a promulgação da lei.

Este “descanso” não deve ser interpretado fisicamente. Por quê?  Porque Deus não Se cansa (Is 40:28). Isto é mera indicação que Deus nada mais criou, que Deus cessou a Sua criação e passou a contemplá-la. Foi esse sétimo dia o início da convivência entre Deus e o homem, visto que o homem foi criado no sexto dia (Gn 1:26,31). Ao mesmo tempo em que Deus estava a contemplar a Sua criação, estava também na companhia do homem que criara. O sétimo dia,pois, ao nos revelar o “descanso”, está a nos mostrar a companhia entre Deus e o homem.

Quando os israelitas, no sétimo dia, nada fazem, estão a reconhecer que Deus é o Senhor que criou todas as coisas e que eles querem obedecer-lhe, que eles precisam servir-lhe, que eles reconhecem o Seu senhorio.

Este “descanso” expressa comunhão com o Senhor. Este “descanso” deve ser entendido como o resultado de obediência a Deus, de submissão ao jugo do Senhor, de fidelidade ao Criador, de reconhecimento de que Ele é o Senhor de todas as coisas. O Senhor Jesus nos mandou tomar sobre nós o Seu jugo, e aprender d’Ele que é manso e humilde de coração, e, então, encontremos “descanso em nossas almas” (Mt 11:29).

Ao não efetuar qualquer trabalho no sábado, os israelitas também expressam a necessidade que o homem tem de restaurar as suas forças, além de indicar que não é o “suor do rosto” a razão de ser de tudo o que possuem, mas, sobretudo, a bênção de Deus sobre as suas vidas. O sábado expressa a limitação e a dependência do homem em relação ao Senhor.

3. A bênção de Deus sobre o sétimo dia. O sábado da criação aponta para o descanso de Deus para o mundo inteiro no fim dos tempos: "Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus. Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas" (Hb 4:9,10). Portanto, “procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência” (Hb 4:11).

II. O SÁBADO INSTITUCIONAL

O sábado institucional não é necessariamente o sétimo dia da semana, mas um a cada seis dias.

1. Desde a criação. O principio de um dia sagrado de repouso foi instituído antes da lei judaica, existe desde a criação - “E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou” (Gn 2:3). Isto indica que o propósito divino é que um dia, em sete, fosse uma fonte de benção para toda a humanidade e não apenas para a nação judaica. O sábado é o memorial da criação.

No Novo Testamento esse dia era visto como uma cessação de labor e ao mesmo tempo um dia dedicado a Deus (ler Atos 20:7; 1Co 16:2); um dia para se conhecer melhor a Deus e adora-lo; uma oportunidade para dedicar-se em casa e em público às coisas de Deus.

Os sabatistas insistem em afirmar que Deus descansou no sétimo dia da criação (Gn 2:1-3), e daí deduzem que aos homens foi ordenado que guardassem o sábado desde o tempo da criação. Mas nenhuma passagem afirma isso. A primeira vez que lemos sobre mandamento para os homens guardarem o sábado é em Êxodo 16, depois que Moisés tinha guiado os israelitas para fora do Egito. Gênesis 2:1-3 mostra que Deus descansou no sétimo dia, mas não ordena aos homens guardarem o sétimo dia. Aliás, a Bíblia nunca ordenou aos gentios que guardassem o sábado; este foi ordenado­ somente aos judeus, desde o tempo de Moisés até Cristo.

2. Não era mandamento. O sábado institucional não era mandamento nem havia imposição sobre a sua observância; talvez, seja essa a razão de aos poucos ter caído no esquecimento. A linguagem do Quarto Mandamento - "lembra-te do dia de sábado" (Êx 20:8) - reforça a ideia de que não se trata de uma instituição nova, mas existente desde a criação.

Segundo o pr. Esequias Soares, “o sétimo dia da criação não era mandamento, mas revela a necessidade natural do descanso de toda natureza, homem, animal, máquina, agricultura. O repouso noturno de cada dia não é suficiente para isso. Deus abençoou e santificou esse dia não somente para comemorar a obra da criação, mas para que nesse dia todos cessem o trabalho tendo em vista o descanso físico e mental e também o culto de adoração a Deus. É importante que todos os seres humanos possam refletir que o universo foi criado por um Deus pessoal, Todo-poderoso, sábio e transcendente, que planejou todas as coisas que foram criadas. Parece que esse dia foi logo esquecido pelo gênero humano, mas há resquício dele em muitos povos da antiguidade”.

3. Os patriarcas não guardaram o sábado. Segundo o pr. Esequias Soares, “o livro de Gênesis não menciona os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó observando o sábado. Irineu de Lião diz que Abraão, "sem circuncisão e sem observância do sábado, acreditou em Deus e lhe foi imputado a justiça e foi chamado amigo de Deus" (Contra as Heresias, Livro IV, 16.2)”.

III. O SÁBADO LEGAL

1. Significado. O sábado legal é o sétimo dia da semana no calendário judaico, marcado para repouso e adoração, que foi dado aos israelitas no Sinai; é exclusividade dos israelitas e nenhum povo da terra recebeu tal responsabilidade, nem mesmo a igreja. É um sinal entre Deus e Israel. O texto Bíblico, em Êxodo 31:13, é claro sobre isso: “Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados; porquanto isso é um SINAL entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica”. Ainda, em Êxodo 31:17a, diz: “Entre mim e os filhos de Israel será um SINAL para sempre...”. Também, Ezequiel 20:10-12,20 afirma isso. Isto é prova e demonstração de que o povo de Israel havia sido separado das nações pelo Senhor para ser Sua propriedade peculiar (Ex 19:5), prova de que o sábado legal não se trata de instituição que se tenha transportado para o novo povo que se formou de judeus e gentios, a Igreja (Ef 2:11-16). É o segundo sinal para os israelitas, que já tinham a circuncisão como primeiro sinal desse concerto (Gn 17:10-14). Ao longo dos séculos, os judeus trataram esses dois preceitos com a mesma atenção.

O Decálogo registrado em Deuteronômio apresenta o sábado como memorial da saída dos israelitas do Egito: "Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito e que o SENHOR, teu Deus, te tirou dali com mão forte e braço estendido; pelo que o SENHOR, teu Deus, te ordenou que guardasses o dia de sábado" (Dt 5.15). Portanto, o sábado legal é mandamento exclusivo para o povo de Israel.

2. O sábado do Decáogo. O tema do sábado havia sido tratado por ocasião do maná (Êx 16:23-30) e no Decálogo, Quarto Mandamento (Êx 20:8-11); Javé retoma o assunto aqui para que o presente preceito seja observado de maneira apropriada.

Quando da entrega dos mandamentos no Sinai, o Senhor foi bem claro ao dizer os israelitas que deveriam guardar o sábado, bem como os estrangeiros que habitassem em suas portas. Ou seja, tratava-se de um mandamento destinado única e exclusivamente à nação israelita, e que os estrangeiros que habitassem entre eles deveria também guardar, já que não se permitiria esta “brecha” para se violar este sinal distintivo entre o povo de Israel e Deus, até porque o estrangeiro que habitasse em Israel deveria se sujeitar à lei de onde estava a viver.

Vemos, logo de início, que o sábado do Decálogo é uma disposição que diz respeito apenas entre Deus e Israel e, por isso mesmo, o estrangeiro que não habitava em Israel não era obrigado a observá-lo. Eis a razão precípua pela qual não se pode estender o sábado aos gentios e, mais precisamente, à Igreja que, apesar de ser o povo de Deus, não é Israel e, deste modo, não está sujeita ao mandamento da guarda do sábado, como, aliás, ficou bem claro no concílio de Jerusalém, quando a Igreja, seguindo o parecer do Espírito Santo, não determinou a guarda do sábado aos salvos em Cristo Jesus (At 15:28,29).

3. Propósito do Sábado legal. “Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é o sábado do descanso, santo ao Senhor; qualquer que no dia do sábado fizer algum trabalho, certamente morrerá. Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua” (Ex 31:15,16).

a) Estabelecer um sinal de santificação. Mostrar a todas as nações que Israel era a “propriedade peculiar de Deus entre os povos”, um povo que havia sido separado por Deus para ser “reino sacerdotal e povo santo” (Ex 19:6). O sábado é, pois, a verdadeira “marca visível” da aliança do Sinai, a “marca da lei” e, por isso mesmo, não pode ser assumido por quem não mais vive na lei, como é o caso da Igreja (Gl 3:23-29).

b) Criar uma semelhança entre Deus e Israel. Mostrar que, além de povo separado, Israel era um povo que era “imagem e semelhança de Deus”. Por que se escolheu o sétimo dia para guarda entre os sete dias da semana? Porque foi no sétimo dia que Deus havia descansado de Suas obras (Gn 2:2,3). Quando Israel deixava de fazer toda e qualquer obra no dia sétimo, estava a “imitar” o seu Deus, estava a repetir-lhe o gesto, estava se mostrando semelhante ao Senhor, dando um testemunho de que era “o povo de Deus”, de que procurava seguir os passos dados pelo seu Deus.

c) Estabelecer um dia de descanso. O mandamento consiste em parar de trabalhar a cada seis dias e é extensivo a todos os israelitas, seus familiares e também servos, animais de carga, convidados, imigrantes estrangeiros e qualquer um que esteja dentro de seus portões (Êx 20:10). Mas aqui se omite uma informação que aparece em Deuteronômio e revela o aspecto humanitário do mandamento: "para que o teu servo e a tua serva descansem como tu" (Dt 5:14b). Em Êxodo, é revelado o caráter espiritual, pois se mostra que a lei do sábado deriva da criação e se refere ao sétimo dia em que Deus descansou (Êx 20:11).

Todos nós precisamos de descanso. Sem um tempo para fugir do alvoroço, a vida perde o significado. Assim como nos tempos de Moisés, não é fácil em nossos dias obter um tempo para folga, mas Deus nos lembra que sem o descanso esquecemos o propósito das nossas ocupações e perdemos o equilíbrio crucial para uma vida de fidelidade.

d) Ser um dia de adoração a Deus. Além de ser um “descanso”, uma cessação de labutas, o sábado deveria ser “santo ao Senhor”, ou seja, se os israelitas deveriam “cessar as suas obras”, deixar de trabalhar, de fazer as atividades necessárias à sua sobrevivência, deveriam separar este dia para Deus. Assim, não se tratava apenas de um “repouso semanal” para o exercício das atividades diárias, mas de um dia destinado à adoração ao Senhor, um dia dedicado a Deus.

Os judeus, no dia destinado a mostrar a sua “marca distintiva” como “propriedade peculiar de Deus dentre os povos”, reuniam-se para adorar a Deus, orando, louvando e meditando nas Escrituras. Separavam este dia para Deus, não só não realizando suas atividades diárias, mas, principalmente, reservando este tempo para adorar a Deus, para reconhecer-lhe a soberania e senhorio.

Assegure-se de que seu dia de descanso propiciará momentos revigorantes e de comunhão com Deus.

IV. UM PRECEITO CERIMONIAL

1. O sacerdote no Templo. O Quarto Mandamento é o único preceito cerimonial do Decálogo, pois os sacerdotes podiam violar o sábado e ficar sem culpa - “Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa?” (Mt 12:5). Neste texto e em seus análogos, exarados em Marcos 2:23-26 e Lucas 6:1-4, o Senhor Jesus mencionou um trecho do Antigo Testamento em que Davi comeu o pão da proposição na casa do sacerdote Abiatar, quando estava sob a perseguição de Saul (1Sm 21:6). A lei proibia que estranhos comessem do pão sagrado da proposição, o qual era restrito aos sacerdotes (Êx 29:33; Lv 22:10). Assim, o Senhor ensina que a vida está acima do sábado. Desta feita, o Senhor Jesus colocou a guarda do sábado na mesma categoria do preceito cerimonial. Para os demais preceitos de Decálogo não havia concessão, ou seja, a punição era inevitável para alguma violação deliberada e consciente.

2. A circuncisão no sábado. “E, no dia oitavo, se circuncidará ao menino a carne do seu prepúcio” (Lv 12:3). “Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão (não que fosse de Moisés, mas dos pais), no sábado circuncidais um homem. Se o homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja quebrantada, indignais-vos contra mim, porque, no sábado, curei de todo um homem?” (João 7:22,23). Aqui, Jesus lembrou às autoridades religiosas, com base na própria lei de Moisés, que a circuncisão de uma criança pode ser feita num dia de sábado. A lei prescreve que o menino deve ser circuncidado no oitavo dia de seu nascimento. Se o oitavo dia coincide com sábado a circuncisão deve ser realizada neste dia, nem antes e nem depois. Assim, Jesus mais uma vez considera o Quarto Mandamento um preceito cerimonial e coloca a circuncisão acima do sábado. Um mandamento moral é obrigatório por sua própria natureza. 

V. O SENHOR DO SÁBADO

1. O sábado e a tradição dos anciãos. Segundo o pr. Esequias Soares, “a tradição dos anciãos criou 39 proibições concernentes ao sábado. Por essa razão, o Senhor Jesus entrou diversas vezes em conflito com os escribas e fariseus”.

Em Seu conflito com os fariseus nosso Senhor salientou que eles entendiam completamente mal os mandamentos do Antigo Testamento. Buscavam tornar a obediência do sábado mais rigorosa do que Deus havia ordenado. Não era errado comer no sábado, ainda que o alimento tivesse de serobtido ao debulhar o grão da espiga nas mãos. Semelhantemente, não era errado fazer o bem no dia de sábado. As curas eram uma obra de misericórdia, e o Senhor do sábado é misericordioso.

Nos evangelhos, encontramos pelo menos seis conflitos diferentes em torno desse dia: (a) duas vezes nos sinóticos: as espigas colhidas no sábado (Mc 2:23-28; Lc 6:1-5; Mt 12:1-8) e o homem da mão ressequida (Mc 3:1-6; Lc 6:6-11; Mt 11:9-14); (b) duas vezes no evangelho de Lucas: a cura de uma enferma (Lc 13:10-17) e a cura de um hidrópico (Lc 14:1-6); e (c) duas vezes no evangelho de João: a cura de um paralítico no tanque de Betesda (João 5) e a cura de um cego de nascença (João 9). Estes textos mostram que Jesus Se declara o Senhor, o dono, o criador do sábado (Mt 12:8; Mc 2:28; Lc 6:5). Jesus disse que os seres humanos não foram criados para observar o sábado, mas que o sábado foi criado para o benefício deles (Mc 2:27).

Cumprir o Quarto Mandamento no contexto do Novo Testamento não significa apenas evitar o mal, mas também fazer o bem. Isto se vê claramente em Mateus 12:1, onde Jesus ensina a resgatar a ovelha caída numa cova no dia de sábado, não a deixando morrer. Na Parábola do Bom Samaritano (Lc 10:25-37), Jesus descreve três atitudes em relação ao próximo: (a) os assaltantes atacam, roubam e fazem apenas o mal; (b) os religiosos (o sacerdote e o levita) não fazem o mal, mas também não fazem o bem; e (c) o samaritano cumpre a lei positivamente ao fazer o bem, dedicando-se e até ajudando além do necessário. Preservar a vida e promover o bem são os princípios éticos do ensino de nosso Senhor Jesus Cristo.

2. Jesus é o Senhor do sábado (Mc 2:28). O evangelho do apóstolo João evidencia que Jesus cumpriu o sábado (Jo 15:10). Além disso, Jesus revoluciona o sábado, dando-lhe Seu devido valor, ou seja: o sábado é um dia para promover o bem, preservar a vida e possibilitar um descanso merecido.

Os religiosos da época de Jesus não faziam nada no sábado, só para não transgredir alguma lei, evidenciando uma ética pessimista e reducionista. Jesus, entretanto, mostra o valor real do sábado.

Certa vez, num dia de sábado, Jesus e seus discípulos estavam passando pelas searas. Seus discípulos entraram a colher espigas e a comer. A lei permitia que se servissem do grão no campo do seu vizinho, contanto que não se usassem a foice (Dt 23:25). Mas os fariseus, catadores legalistas de lêndeas, os acusaram de terem quebrado o sábado. Jesus respondeu à sua queixa ridícula lembrando um incidente na vida de Davi. Não era culpa de Davi estar no exílio. Uma nação pecaminosa o rejeitara. Se ele tivesse recebido seu lugar de direito, ele e seus seguidores não teriam de comer o pão da proposição. O Senhor não reprovou seus discípulos, pois eles não fizeram nada de errado.

Jesus relembrou aos fariseus que os sacerdotes violam o sábado por matar e sacrificar animais e por realizar muitas outras ocupações servis (Nm 28:9,10), mas mesmo assim ficam sem culpa porque estão ocupados no serviço de Deus. Os fariseus sabiam que os sacerdotes trabalhavam todo sábado no templo sem profaná-lo. Por que então deveriam criticar os discípulos por agirem daquela forma na presença de “Alguém” que é “maior que o templo”?(Mt 12:6).

Em Oséias 6:6, o Senhor disse: “Misericórdia quero e não holocaustos”. Deus coloca a compaixão antes do ritual. Ele preferira ver seu povo apanhando espigas no sábado para satisfazer sua fome a observar o dia tão rigidamente a ponto de infligir angústia física. Se os fariseus tivessem percebido isso, não teriam condenado os discípulos. Todavia, valorizavam a aparência externa, o formalismo, acima do bem-estar humano.

Depois o Salvador acrescentou: “Porque o Filho do Homem até do sábado é Senhor”. Foi Ele quem, em primeiro lugar, instituiu a lei; portanto, Ele era o mais qualificado para interpretar seu verdadeiro significado.

A proibição contra o serviço no sábado nunca teve o objetivo de se aplicar ao serviço de Deus (Mt 12:5), as obras de necessidade (Mt 12:3-4) ou obras de misericórdia (Mt 12:11-12).

3. Dia do culto cristão. O dia do culto cristão é qualquer dia da semana. Entretanto, o domingo é um dia especial em que os cristãos, costumeiramente, se reúnem para oferecer ao Senhor um culto mais desprendido das atividades labutais; é o dia dedicado à glorificação do Senhor vitorioso sobre a morte.

- Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou e venceu a morte no primeiro dia da semana, oferecendo-nos, assim, o maior sábado, o maior livramento: a libertação do domínio do pecado (Mt 16:9). Também foi nesse dia que Ele apareceu aos discípulos (João 20:1,19,26), impetrou a Sua bênção e outorgou a grande comissão (Lc 24:13,36,50; Mt 28:19,20).

Segundo alguns estudiosos, o Espírito Santo desceu e inaugurou a Igreja num domingo, pois o Pentecostes é comemorado cinquenta dias depois do sábado da Páscoa. E foi nesse mesmo dia que Pedro levou pelo menos três mil pessoas ao arrependimento e batismo.

Há evidências históricas de que a igreja primitiva e a igreja apostólica guardavam o primeiro dia da semana muito antes do imperador Constantino: (a) Atos 20:7 comprova que havia ceia, reunião, exortação e pregação, enquanto 1Coríntios 16:1,2 sustenta que havia campanhas e recolhimento de oferta no dia de domingo; (b) No início do segundo século da era cristã, Irineu dá testemunho de que "no dia do Senhor, todos nós, os cristãos, guardamos o dia de repouso, meditando na lei e regozijando-nos nas obras de Deus".

No Novo Testamento, a palavra correspondente a "domingo" é Kyriaké Hémeradia do Senhor(Ap 1:10). E o termo "dia do Senhor" contém a ideia fundamental da palavra hebraica "sábado", "descanso", porque o verdadeiro repouso eterno está em Cristo (Hb 4:9-11; Ap 14:13).

- Em Isaías 58:13,14 o profeta explica como reverenciar o dia do Senhor. Primeiro ele aponta o lado negativo, aquilo que não se deve fazer nesse dia: profanar o nome do Senhor, cuidar dos próprios interesses, pretender fazer a própria vontade, falar palavras inúteis. Depois, o profeta salienta a versão construtiva, aquilo que deve ser feito: considerar este dia como dia do Senhor, honrá-lo e deleitar-se em Deus. Percebe-se, então, que o objeto da reverência solene não é o dia em si, mas o Senhor do dia.

CONCLUSÃO

O Novo Testamento não exige que se guarde o sábado. Segundo Paulo, nós estamos debaixo de uma Nova Aliança caracterizada pela graça (Rm 8:6-13) e não somos julgados por causa de "dia de festa, ou lua nova, ou sábados" (Cl 2:16). Exigir a guarda do sábado como condição para a salvação não é cristianismo e caracteriza-se como doutrina de uma seita. Também não é certo dizer que o sábado foi transferido para o domingo. O sábado era uma sombra; a essência é Cristo (Cl 2:16,17). A ressurreição de Cristo marcou um novo começo, o dia do Senhor (Ap 1:10) representa esse início.

O importante não é observar o sétimo dia no sábado, ou em qualquer outro dia, de forma legalista ou casuística (Rm 14:5), mas santificá-lo como o dia da vitória do Senhor, cultuando na igreja, na devoção particular, na adoração e na santa comunhão com os irmãos. Um dia de descanso na semana, como costumeiramente fazemos aos domingos, abre-nos a perspectiva para o grande e futuro Dia do Senhor, quando cessará todo trabalho cansativo do homem (Ap 21:4). Pelo cumprimento ou não desse mandamento podemos observar o progresso ou a decadência espiritual de um povo.

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Luciano de Paula Lourenço - Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 61. CPAD.

Eugene H. Merrill – História de Israel no Antigo Testamento. CPAD.

Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.

Leo G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.

Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.

Esequias Soares. Os Dez Mandamentos – Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. CPAD.

Hans Ulrich Reifler. A ética dos dez Mandamentos. Vida Nova.

FONTE: http://luloure.blogspot.com.br/