ASSEMBLEIA DE DEUS BRASIL

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terça-feira, 24 de junho de 2014

CAIO FÁBIO E DANILO GENTILI

The Noite – Caio Fábio diz a Danilo Gentili que sofreu abuso sexual na infância e isso contribuiu para sua saúde; Assista

The Noite – Caio Fábio diz a Danilo Gentili que sofreu abuso sexual na infância e isso contribuiu para sua saúde; Assista
O reverendo Caio Fábio concedeu entrevista ao programa The Noite, apresentado por Danilo Gentili no SBT, e falou sobre diversos assuntos ligados ao meio evangélico, e novamente causou polêmica entre os fiéis.
“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou e as igrejas ensinam escravidão”, disse Caio Fábio, sintetizando sua visão a respeito do tema.
De início, Danilo Gentili perguntou se existiam realmente casos de possessão demoníaca, fazendo menção à liturgia da Igreja Universal. O reverendo não poupou palavras para dizer que os exorcismos lá praticados são encenações: “Aquelas [possessões] ali se tiram com tapa na bunda… ‘Levanta, vamos acabar com a palhaçada’. Aquilo ali é sugestão, é psiquismo demoníaco aprendido com a cultura neopentecostal instilado nas pessoas. Aquilo ali, na maioria das vezes, é forjamento, tem até os possessos contratados para puxarem a fila dos impressionados”, disse.
“Porque só vemos milagre de araque?”, questionou Gentili. “Porque o pessoal só fica visitando milagre… Todo milagre industrial é de araque. É simples assim. Abriu uma porta e disse ‘milagre’ é mentira. Milagre é inusitado, misterioso”, respondeu Caio Fábio.
Na sequência, o reverendo fez questão de frisar que crê em milagres e narrou experiências vividas por ele, mas explicou que as práticas das igrejas pentecostais e neopentecostais são enganosas.
“Eu vi uma mulher derramando vermes pela vagina numa situação horrorosa em Manaus. É uma doença, [mas o milagre está em] você orar e o negócio parar na mesma hora. Não no dia seguinte ou duas horas depois, mas secar na hora. É chocante. Você ver pessoas em hospitais, como eu vi algumas vezes, desenganadas e morrendo, como meu amigo Zé Cury – que está vivo hoje, dono de uma pousada no Rio Grande do Norte – [estava] morrendo, desenganado, [com] septicemia – nós tínhamos sido malucos, tomadores de todo tipo de drogas, lutadores de jiu-jitsu juntos lá nos Gracie. Ele saiu um pouco da linha, perdeu a cabeça, a Polícia Federal encheu de sete tiros – mandou me chamar e disse ‘morro hoje à noite, encomenda a minha alma’, e eu falei ‘não, cara, você ainda vai viver pra caramba, não sei nem porque eu estou dizendo isso’. Botei a mão na cabeça dele e orei com toda sinceridade, simples, em nome de Jesus. O Zé Cury levantou na mesma noite. Isso faz 40 anos. Agora, [milagre] não é com hora marcada, não é ‘sexta-feira do milagre’, não tem preço nenhum a pagar, é tudo de graça, não tem rito. Só implica sinceridade, verdade, encontro humano puro diante de Deus”, resumiu Caio Fábio.
Ao longo da entrevista, Danilo Gentili e Caio Fábio dialogaram sobre questões ligadas ao Velho Testamento e suas aplicações práticas na atualidade, e chegaram à conclusão de que a narrativa do tempo da lei funciona como um prólogo para o Novo Testamento, mas já “caducou”. Nesse contexto, o apresentador questionou o reverendo sobre o dízimo, e a resposta de Caio Fábio foi pontual em afirmar que a contribuição forçada é errada.
“Eles me chamam de herege porque eu digo que essas coisas caducaram. Porque justamente se caducaram, o dízimo já era. E o dízimo ‘não pode’ [ser mexido]. É seletiva a escolha deles, quando o Novo Testamento não é seletivo, e diz em Romanos 10 ‘o fim da lei é Cristo pra justiça de todo aquele que crê’. Ponto, acabou, começou uma nova era eterna de consciência. Eles não querem porque tira deles os aparatos primitivos de controle do povo. O dízimo é um deles”, afirmou Fábio, antes de citar especificamente o caso da Igreja Universal: “Por que o Macedo está construindo aí esse ‘terreirão de Salomão’, essa coisa grandona, monstruosa? Porque ele quer, finalmente, oficializar a Universal como a captadora de recursos para o Templo de Deus, para que Malaquias 3 se torne encarnado na Universal  [...] Essa é a esperteza desse malandro”, disparou, referindo-se ao bispo Edir Macedo.
Sobre o tema “desigrejados”, nomenclatura criada a partir da constatação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último Censo em 2010 de que existe atualmente no Brasil um grupo de evangélicos não praticantes, Caio rebateu as críticas feitas por líderes religiosos aos fiéis que deixaram de congregar e disse: “Igreja é impossível não haver, igrejas somos nós. Igreja é encontro. Eu me encontrei aqui contigo e esse é um encontro igreja”, simplificou Caio Fábio, que recusou a ideia de que o relacionamento com Deus possa ser delimitado por regras eclesiásticas: “Deus é loucura pura. Essa história de racionalizar Deus é uma idiotice na qual eu não caibo. A minha inteligência é grande demais para entrar em racionalismo a respeito de Deus. Deus é absurdo”.
Sobre as constantes polêmicas entre líderes evangélicos e ativistas gays, Caio Fábio disse que Jesus veria o movimento gay “do jeito que ele viu nos dias dele”, e trataria da mesma forma como os tratou antigamente.
“Tava cheio de gay, e o que ele fez? Nada. Tava cheio de puta. O que ele fez? Nada. Tava cheio de canalha, calhorda pra todo lado, e o que ele fez? Nada. Ele acolheu quem o procurou, não perguntou coisa nenhuma. Não estava na pauta de Jesus e nem está. Essa pauta aí é uma pauta moral, ideológica, uma pauta da fragilidade da religião que introjeta culpa nas pessoas e exacerba o maior movimento de compulsão psicológica justamente para aquilo que eles proíbem”, conceituou.
O reverendo criticou ainda a ênfase dada ao tema nas igrejas evangélicas: “Pegue uma estatística e vá ver proporcionalmente neste país, onde existe a maior eclosão de compulsão gay. Nada alcança o movimento evangélico. É uma viadagem só. Você fica dizendo ‘cuidado, se virar viado é do diabo. Se tiver um comichão no furicolingo é satanás’. Tudo é diabo. Você cria meninos dizendo cuidado com o diabo e até o teu sexo natural, a tua heterossexualidade é do diabo. Tudo é do diabo. A homossexualidade então é o diabo… Uma ‘bronha’ ta danado. É tudo culpa, tudo pecado. Conclusão: uma sociedade que só introjeta pecado, vai produzir só tarados. É simples como qualquer análise psicológica te diria”.
Criticando severamente a forma como as igrejas evangélicas abordam os problemas sociais, o reverendo foi taxativo ao dizer que atualmente quase não há contribuição para que o país se torne melhor: “Não tem jeito dos evangélicos melhorarem enquanto eles piorarem o mundo para todos. Eles vão ser sempre os piores do mundo que eles pioram para os outros”.
Danilo Gentili questionou o reverendo se ele havia feito sexo antes do casamento. A resposta deixou o apresentador boquiaberto: “Com cinco anos. Tinha uma babá do meu irmão que tinha 15 e resolveu me pegar. Me viciou. Nunca mais parei, até hoje”, disse Caio. Gentili insistiu no assunto e perguntou: “Você ta falando sério? Com cinco anos? Você tinha noção do que você tava fazendo com uma babá?”. A resposta foi simples e objetiva: “Fui tendo [noção]. Primeiro eu só tinha alegrias, uma coisa gostosinha, ficava ali e ela vinha – aquela moça grande eu pequeno -. Depois de um ano, eu dizia ‘tomara que papai e mamãe vão pro cinema de novo’, porque era só quando eles iam pro cinema à noite. Eles iam três vezes por semana, e eu ficava torcendo para eles irem todo dia”, narrou Caio Fábio.
“Depois que eu me converti, isso tudo virou passado. A gente está conversando aqui de tempos acerca dos quais eu não tenho nenhum problema com eles, porque tudo que fez parte da minha vida faz parte da minha saúde hoje”, explicou.

Repercussão

Os evangélicos que assistiam ao programa criticaram Caio Fábio de forma dura: “Caio Fabio foi abusado quando criança e fez apologia ao abuso que na verdade é caso de Pedofilia… Meu Deus onde estamos?”, escreveu a psicóloga Marisa Lobo no Twitter.
Caio Fabio foi abusado quando criança e fez apologia ao abuso que na verdade é caso de ..Meus Deus onde estamos?
Sobre o conteúdo da entrevista, Marisa lamentou as palavras do reverendo: “Com todo respeito Caio Fábio, mas o senhor perdeu o juízo, que vergonha senti do senhor agora. Que Deus tenha piedade de sua alma ferida. Sabemos que existe gente podre em nosso meio Caio Fabio, mas o senhor não tem o direito de ofender nossa fé dessa maneira. Acaso o senhor é exemplo?”, questionou, antes de acrescentar: “Ele podia sim criticar os falsos profetas pois eles existem, mas não tinha o direito de generalizar”, protestou. 
FONTE:http://noticias.gospelmais.com.br/


ENCERRAMENTO DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL 2º TRIMESTRE 2014


Aula 13 – A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS


2º Trimestre_2014

 
Texto Básico: Efesios 3:8-10; 1Pedro 4:7-10

 
“Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3:10)

 

INTRODUÇÃO

A multiforme sabedoria de Deus-Pai é Cristo, “o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos” (Cl 1:26). Efésios 3:10 mostra que Cristo é a Sabedoria de Deus, o qual se expressa de muitas maneiras através da Sua Igreja. Cristo é tão grande, tão precioso, que Ele não pode ser expresso só por uma ou duas pessoas; necessita de toda a igreja para fazê-lo. Só a igreja, em sua pluralidade, pode expressar totalmente a Cristo. Cada vez que a igreja se reúne, dá testemunho e expressa o Senhor Jesus Cristo.

Estudamos neste trimestre os cinco ministérios relacionados em Efésios 4:11 -  Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres. Através destes ministérios, o Senhor capacita a igreja; mas na realidade, estes cinco ministérios são cinco expressões de Cristo; eles expressam cinco aspectos da maravilhosa Pessoa de Cristo - Cristo é o verdadeiro Apóstolo, o verdadeiro Profeta, o grande Evangelista, o bom Pastor e o grande Mestre.

Estudamos, também, nove Dons Espirituais definidos pelo apóstolo Paulo em 1Co 12:8-11. Estesdons testificam das qualidades, ou virtudes do Doador; eles são a glorificação de Cristo por meio da edificação do Corpo de Cristo - a Igreja. Através destes dons o Senhor torna a Igreja mais capaz de cumprir a missão como agente do Reino de Deus na Terra (cf At 9:31).

E em Gálatas 5:22, encontramos as nove manifestações do fruto do Espírito, que é o caráter de Cristo.

Assim é expressa a multiformidade de Cristo, a sabedoria do Pai, manifestando-se em e para pessoas simples como eu e você.

I. OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS


Ao longo deste trimestre estudamos sobre os Dons Espirituais e Ministeriais. O que foi exaustivamente estudado dá-nos uma visão clara de que a Sabedoria de Deus é multiforme e plural, e que se “manifesta em seus dons espirituais e ministeriais nas mais variadas comunidades cristãs espalhadas pelo mundo”.

1. DONS ESPIRITUAIS

Neste bloco, estudamos três grupos de dons espirituais, a saber: três Dons de Revelação(Palavra de sabedoria, Palavra de ciência - ou conhecimento e Discernimento de espíritos); três Dons de Poder (Fé, Cura e Operação de milagres); três Dons de Elocução (Profecia, Variedade de línguas e Interpretação de línguas). É certo que em nenhum destes grupos o objetivo de Paulo foi o de quantificar os Dons, ou seja, definir quantos são, mas o de qualificá-los, ou seja, discorrer sobre o objetivo e o uso correto de cada um. Vejamos uma rápida revisão do que foi estudado.

a) DONS DE REVELAÇÃO (1Co 12:8,10). Estes Dons são dados pelo Espírito Santo para que as pessoas revelem mistérios ocultos aos homens, com a tomada de atitudes e condutas que evidenciem que Deus sabe todas as coisas e que nada lhe fica oculto. São evidências da onisciência divina no meio do Seu povo. Por intermédio dos Dons de Revelação, a Igreja de Cristo manifesta sabedoria, ciência e discernimento sobrenaturais. Eles são de grande necessidade aos santos, habilitando-os a entenderem muito mais e a combaterem os espíritos do erro e suas artimanhas por toda parte.

Hoje, estamos presenciando a proliferação, inclusive dentro das igrejas, de falsas doutrinas, de imitação dos dons, de modernismos teológicos, de inovações antibíblicas, de falsos avivalistas, de "milagreiros" ambulantes, etc. Por isso que é tão importante a manifestação destes Dons na Igreja.São Dons necessários ao pastoreio – na administração e liderança da Igreja.

b) DONS DE PODER (1Co 12:4,9-11). Estes Dons mostram a Soberania de Deus, a sua Onipotência, a sua autoridade sobre as forças da natureza, sobre o ser humano, sobre os demônios. Eles são concedidos pelo Espírito Santo à Igreja a fim de auxiliá-la na propagação do evangelho, para que o nome do Senhor seja glorificado. Através dos Dons de Poder a soberania de Deus sobre todas as coisas e a Sua presença no meio da igreja são confirmadas. Jamais devem ser utilizados para a exaltação pessoal.

c) OS DONS DE ELOCUÇÃO (1Co 12:10). São dons de manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo Espírito, para a edificação, exortação e consolação do povo de Deus (1Co 14:3). A igreja precisa ter muito cuidado com a manifestação destes Dons, pois atualmente, há muita confusão e falta de sabedoria no uso dos mesmos, principalmente o de profecia. Precisamos de bastante cuidado e discernimento para que não sejamos enganados pelos falsos profetas que têm ardilosamente se infiltrados no meio do povo de Deus.

2. OS DONS MINISTERIAIS


Os Dons Ministeriais encontram-se relacionados em Efésios 4:11, a saber: Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres. É importante que se faça distinção entre os Dons Ministeriais e os “títulos ministeriais” ou os “cargos eclesiásticos”. Nos nossos dias, muitos têm confundido estes dois aspectos, que são completamente diferentes. O dom é uma concessão de Cristo, que vem diretamente do Senhor para o crente; já os “títulos ministeriais” e os “cargos eclesiásticos”, são posições sociais criadas dentro das igrejas locais.

Rememoremos, em resumo, o significado destes Dons estudados.

a) O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO. O termo grego “apostolos” significa literalmente “enviado” ou “mensageiro”; ocorre pela primeira vez na literatura do Novo Testamento em Mateus 10:2. O Senhor Jesus Cristo é reconhecido como o Supremo Apóstolo (Hb 3:1), tendo sido o modelo para os Doze, assim como para Paulo, o qual veio a ser escolhido por Deus para ser seu apóstolo entre os gentios (At 13:1-3; Gl 1:14,15; 2:7-8). A partir do Pentecostes, os Doze assumiram a proclamação do Evangelho ao mundo, tornando-se juntamente com os profetas o fundamento da Igreja (Ef 2:20).

b) O MINISTÉRIO DE PROFETA. No Novo Testamento, o ministério de profeta foi instituído por Cristo (Ef 4:7,11), para a Igreja, com o propósito de ser o porta-voz de Deus, não mais para a revelação do plano de Deus ao homem, mas para trazer mensagens divinas ao Seu povo no sentido de encorajar o povo a se manter fiel à Palavra e para nos fazer lembrar as promessas contidas nas Escrituras. Neste Novo Pacto, a profecia precisa ser entendida dentro de um contexto específico. Ela não pode ser considerada superior à revelação escrita, ou seja, as Escrituras Sagradas. Nenhuma palavra “profética” pode ter o objetivo de substituir ou revogar a Revelação Escrita, pois esta é a suprema profecia.

c) O MMINISTÉRIO DE EVANGELISTA. Os Apóstolos e Profetas lançaram o fundamento da igreja, e os evangelistas edificaram sobre esse fundamento, ganhando os perdidos para Cristo. Cada membro da igreja deve ser uma testemunha de Cristo (At 2:41-47; 8;4; 11:19-21), mas há pessoas a quem Jesus dá o Dom especial de ser um evangelista. No início da Igreja, o trabalho dos evangelistas era uma obra itinerante de pregação orientada pelos apóstolos, e parece ser justo chamá-los de “a milícia missionária da igreja”. O fato de não termos esse Dom não nos desobriga de evangelizar.

d) O MINISTÉRIO DE PASTOR. Conforme o texto de 1Pedro 5:1-4, podemos dizer que, em termos eclesiásticos, pastor é aquele que supervisiona o rebanho; é aquele que serve debaixo da autoridade do “Supremo Pastor” cuidando das “ovelhas” de Cristo; ou melhor, ele é um mordomo do Senhor, por isso deve guardar cada uma das ovelhas que lhe confiou o Sumo Pastor. O seu ministério é o de sábio conselho, correção, encorajamento e consolo. O pastor não é um voluntário, mas uma pessoa chamada por Deus. Seu ministério não é procurado, é recebido. Sua vocação não é terrena, mas celestial.

e) O MINISTÉRIO DE MESTRE. O Dom Ministerial de Mestre - ou o Dom de Ensino - é concedido por Deus a alguns de seus servos, que são vocacionados por Ele e capacitados pelo Espírito Santo, tendo como objetivo, por meio deles, instruir os discípulos do seu rebanho e defender a fé cristã contra os inimigos da Igreja. O termo mestre, que aparece em Efésios 4:11, significa literalmenteensinador, isto é, aquele que ensina segundo os processos e métodos didáticos, apelando para as faculdades lógicas da mente, da razão, inspirado pelo Espírito Santo. Aquele que tem o Dom de Mestre ocupa-se, prioritariamente, da doutrina, do ensino bíblico.

Dentro do bloco de estudo dos dons ministeriais, estudamos também as “funções eclesiásticas”, ou seja, as posições sociais na igreja local mediante as quais se exercem os dons ministeriais com reconhecimento de todos os membros daquele grupo social. Conforme vimos, duas são as funções eclesiásticas na igreja local: presbíteros e diáconos (Fp 1:1).

2.1. O PRESBÍTERO, BISPO OU ANCIÃO.

Na acepção do Novo Testamento, os presbíteros são cristãos maduros, de excelente caráter e que detêm liderança espiritual em uma igreja local. Os vocábulos: presbítero, ancião e bispo, são usados no compêndio neotestamentário com o mesmo significado (ler 1Pedro 5:1-9).

De acordo com a Bíblia de Estudo Palavras-Chaves, o termo presbíteros do grego “presbyteros”é uma forma comparativa da palavra grega “presby” que significa: “uma pessoa experiente, madura, mais velha, anciã”. Os presbíteros tomavam parte ativa no apascentamento da igreja (At 20:28) e também no ensino, pois uma das qualidades exigidas do candidato ao presbitério era que fosse “apto para ensinar” (1Tm 3:2).

Ao longo da história da igreja, a atividade do presbítero, ou bispo, caracterizou-se pelo ministério de apascentador do rebanho do Senhor e governo da igreja local, e pela dedicação ao ensino da Palavra de Deus. É o obreiro que colabora com o pastor titular da igreja, ajudando-o no cuidado e zelo do rebanho do Senhor Jesus Cristo.

2.2. O DIACONATO.

A palavra “diácono” significa “aquele que serve”. O diácono – dákonos – é o servo que coopera com aqueles que se dedicam à oração e ao ministério da Palavra. Os primeiros diáconos foram nomeados assistentes dos apóstolos.

Há dois ministérios na Igreja: a diaconia das mesas (At 6:2,3) – ação social – e a diaconia da Palavra – a pregação do Evangelho. O ministério das mesas não substitui o ministério da Palavra, nem o ministério da Palavra dispensa o ministério das mesas. Nenhum dos dois ministérios é superior ao outro. Ambos são ministérios cristãos que exigem pessoas espirituais, cheias do Espírito Santo, para exercê-los. A única diferença está na forma que cada ministério assume, exigindo dons e chamados diferentes.

O diaconato não é uma plataforma de privilégios, mas de serviço aos outros. Aqueles que se esmeram no ministério de servir aos outros em nome de Deus, recebem de Deus a recompensa – “Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (1Tm 3:13). Estêvão e Filipe foram os diáconos mais destacados no Novo Testamento. Como se segue no livro de Atos, encontramos Filipe servindo como evangelista, e Estêvão, como mestre. Uma pessoa que fielmente cumpre uma tarefa, mesmo pequena, logo será respeitada e estimada pela confiança e devoção.

II. BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS


Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pedro 4:10). “Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel” (1Co 4:2).

A expressão “despenseiro” indica o administrador da casa, o oikonomos. Cabia a esse administrador a distribuição de mantimentos e a divisão dos trabalhos para os demais servos. Mesmo tendo tal responsabilidade, tinha a consciência de que era um servo, um escravo.

Paulo declara que fora indicado para manejar a mensagem da salvação de Deus, não como alguém que tem o controle da situação, mas de quem é responsável diante do Mestre. Em 1Co 4:2 ele nos exorta a sermos fiéis na administração dos dons que o Senhor nos dispensou: “Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel”.

Se, no sentido bíblico, despenseiro é aquele que administra bens alheios, então, o detentor de um Dom Espiritual é um despenseiro de Deus. É válido ressaltar que os Dons de Deus não são dados em forma de presentes, mas, como instrumentos de trabalho. Todo servo, por mais simples que seja, recebendo um instrumento de trabalho de seu senhor e relacionado com o serviço que faz, pode saber qual o objetivo da entrega daquele instrumento: é para ser usado no serviço de seu senhor. Assim, ele será infiel se fizer como fez aquele servo que recebeu um talento – “Mas o que recebeu um talento foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor”(Mt 25:18). No dia do acerto de contas foi chamado de inútil, e condenado – “Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes”(Mt 25:30).

Assim, aquele que recebe um Dom Espiritual tem o dever de trabalhar com ele tendo como objetivo a edificação, ou o desenvolvimento da Igreja no seu todo. Será infiel se usar o Dom que recebeu em beneficio de seus interesses pessoais, e particular. O apóstolo Pedro nos exorta:Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus”(1Pe 4:10).

III. OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO


1. Os Dons, o Fruto e a Maturidade Cristã. A Bíblia Sagrada nos ensina que a maturidade espiritual do crente depende do desenvolvimento do Fruto do Espírito e dos Dons do Espírito. É válido enfatizar, que a importância do Fruto do Espírito em relação aos dons é evidente no fato que entre os dons está o fruto. Não há como o crente progredir no exercício dos dons sem o Fruto.

A salvação é instantânea, pois a vida é um milagre - surge repentinamente; o crescimento, porém, exige uma continuidade, ou seja, a formação do Fruto do Espírito não acontece num único ato, mas, é um processo formado por muitos atos “até que todos cheguemos... a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4:13). É, pois, um longo processo de formação, desenvolvimento e maturação.

A formação de qualquer fruto - da semente gerada ao fruto maduro -, será sempre um tempo prolongado. Assim, o Fruto do Espírito representa o que o homem é, fala do seu tempo andando com Deus. É, pois, o Fruto do Espírito que credencia um homem de Deus a ser respeitado, e ouvido; não são os Dons Espirituais.

2. Os Dons espirituais são diferentes do Fruto do Espírito. Este é gerado pela ação do Espírito Santo, e se desenvolve dentro do homem, ou “homem interior”; ele passa a fazer parte da personalidade do novo homem. Sendo gerado dentro do homem, o Fruto testifica das qualidades do homem, conforme ensinou o Senhor Jesus – Ou fazei a árvore boa, e o fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore” (Mt 12:33). Sendo assim, então o Fruto do Espírito testifica das qualidades do homem, ou seja, como ele na verdade o é.

Já os Dons Espirituais vêm de fora; são dados pelo Espírito Santo, que sendo Deus, no uso de sua Soberania, dá a quem Ele quer, e quando Ele quer – “Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas repartindo particularmente a cada um como quer”(1Co 12:11).

Em suma, o Fruto do Espírito é gerado no homem interior, num processo que pode ser demorado, até alcançar a maturação; enquanto o Dom Espiritual é dado pelo Espírito Santo, inteiramente pronto, completo e para uso imediato.

3. Os dons são variados, porém o fruto é único com nove características singulares.Atente bem no que diz este texto: “Mas o fruto do Espírito é...” (Gl 5:22). O artigo “o” está no singular; o “fruto” está no singular; o verbo ser (é), também, está no singular. Temos ouvido, com muita frequência, as pessoas afirmarem que os “Frutos do Espírito são nove”; outras, dizendo que “não são apenas nove”. Porém, a Bíblia diz que “o Fruto do Espírito é”; ela não diz que os Frutos do Espírito são. Portanto, o Fruto do Espírito é UM, somente. Também é verdade que esse Fruto é indivisível. Ele começa a ser formado no interior do “novo homem” ou do “crente salvo”, a partir do novo nascimento, ou regeneração.

O Fruto do Espírito pode ser comparado a uma laranja, que, sendo apenas uma, é, no entanto, formada por diversos gomos, ou partes. Neste sentido, sim, Paulo menciona nove virtudes constantes da natureza de Deus, presentes no Fruto do Espírito. Paulo menciona apenas nove, embora não se possa afirmar quantas são ao todo, porque Deus não pode ser limitado, pois é infinito.

Quantos aos Dons Espirituais são muitos e a distribuição dos mesmos não é uniforme. Insistimos na afirmação que, sendo Deus infinito, não pode ser limitado, ou quantificado naquilo que nele existe, ou no que possui. O próprio Paulo em, 1Coríntios 12:1, diz: “Acerca dos dons espirituais...”, destacando-se a pluralidade dos mesmos.

CONCLUSÃO

“A multiforme sabedoria de Deus manifesta-se, no meio da igreja, através da intervenção sobrenatural do Espírito Santo, através dos dons espirituais, dos dons ministeriais, e de outros dons, necessários ao crescimento espiritual dos crentes. Sejam quais forem os dons, os que os possuem devem fazer uso deles com humildade e fidelidade, não buscando seus interesses. Todos os dons são necessários à edificação e segurança dos salvos em Cristo Jesus” (Pr. Elinaldo Renovato).

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – M. Bela Vista. Disponível no Blog:http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 58 – CPAD.

William Macdonald - Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.

Pr. Elinaldo Renovato -  Dons Espirituais & Ministeriais(servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário). CPAD.

Efésios (Igreja, noiva gloriosa) – Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

Wayne Grudem - Teologia Sistemática. Vida Nova.

Carlos Alberto R. de Araújo – A Igreja dos Apóstolos. CPAD

FONTE: http://luloure.blogspot.com.br/

domingo, 22 de junho de 2014

A verdadeira história de São Jorge





Em torno do século III D.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge de Anicii. Filho de pais cristãos, converteu-se a Cristo ainda na infância, quando passou a temer a Deus e a crer em Jesus como seu único e suficiente salvador pessoal. Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe, após a morte de seu pai. Tendo ingressado para o serviço militar, distinguiu-se por sua inteligência, coragem, capacidade organizativa, força física e porte nobre. Foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade. 


Tantas qualidades chamaram a atenção do próprio Imperador, que decidiu lhe conferir o título de Conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções. Nessa mesma época, o Imperador Diocleciano traçou planos para exterminar os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses. Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande coragem sua fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens.

Indagado por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O QUE É A VERDADE?". Jorge respondeu: "A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e n'Ele confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da Verdade." Como Jorge mantinha-se fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o Imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Porém, este santo homem de DEUS jamais abriu mão de suas convicções e de seu amor ao SENHOR Jesus. Todas as vezes em que foi interrogado, sempre declarou-se servo do DEUS Vivo, mantendo seu firme posicionamento de somente a Ele temer e adorar.

Em seu coração, Jorge de Capadócia discernia claramente o propósito de tudo o que lhe ocorria: “... vos hão de prender e perseguir, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, e conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Isso vos acontecerá para que deis testemunho”. (Lucas 21.12:13 – Grifo nosso). A fé deste servo de DEUS era tamanha que muitas pessoas passaram a crer em Jesus e confessá-lo como SENHOR por intermédio da pregação do jovem soldado romano. Durante seu martírio, Jorge mostrou-se tão confiante em Cristo Jesus e na obra redentora da cruz, que a própria Imperatriz alcançou a Graça da salvação eterna, ao entregar sua vida a Cristo. Seu testemunho de fidelidade e amor a DEUS arrebatou uma geração de incrédulos e idólatras romanos.

Por fim, Diocleciano mandou degolar o jovem e fiel discípulo de Jesus em 23 de abril de 303. Logo a devoção a São Jorge tornou-se popular. Celebrações e petições a imagens que o representavam se espalharam pelo Oriente e, depois das Cruzadas, tiveram grande entrada no Ocidente. Além disso, muitas lendas foram se somando a sua história, inclusive aquela que diz que ele enfrentou e amansou um dragão que atormentava uma cidade.

Em 494, a idolatria era tamanha que a Igreja Católica o canonizou, estabelecendo cultos e rituais a serem prestados em homenagem à sua memória. Assim, confirmou-se a devoção a Jorge, até hoje largamente difundida, inclusive em grandes centros urbanos, como a cidade do Rio de Janeiro, onde desde 2002 faz-se feriado municipal na data comemorativa de sua morte.

Jorge é cultuado através de imagens produzidas em esculturas, medalhas e cartazes, onde se vê um homem vestindo uma capa vermelha, montado sobre um cavalo branco, atacando um dragão com uma lança. E ironicamente, o que motivou o martírio deste homem foi justamente sua batalha contra a adoração a ídolos...

Apesar do engano e da cegueira espiritual das gerações seguintes, o fato é que Jorge de Capadócia obteve um testemunho reto e santo, que causou impacto e conduziu muitas vidas a Cristo. Por amor ao Evangelho, ele não se preocupou em preservar a sua própria vida; em seu íntimo, guardava a Palavra: “ ...Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte” (Filipenses 1.20). Deste modo, cumpriu integralmente o propósito eterno para o qual havia nascido: manifestou o caráter do SENHOR e atraiu homens e mulheres a Cristo, estendendo a salvação a muitos perdidos.

Se você é devoto deste celebrado mártir da fé cristã, faça como ele e atribua toda honra, glória e louvor exclusivamente a Jesus Cristo, por quem Jorge de Capadócia viveu e morreu. Para além das lendas que envolvem seu nome, o grande dragão combatido por ele foi a idolatria que infelizmente hoje impera em torno de seu nome.

FONTE: http://www.hermesfernandes.com/

quinta-feira, 19 de junho de 2014

MAIS UMA DO CASAL HERNANDEZ

Trambicagem apostólica: Renascer tem mais de 500 ações de despejo em São Paulo



Muito se fala do contumaz inadimplemento de aluguéis da Renascer. O assunto já foi até matéria de TV. 

Há quem afirme que a prática é o modo usual da liderança da organização religiosa, o que será negado, naturalmente, pelo casal Hernandez. A quem perguntar, o casal irá responder que sim, houveram alguns casos no passado, mas o problema está superado. 

Mentira!

A Renascer, sistematicamente, não paga os seus alugueis. Pagar é a exceção.

É preciso que isto foque muito claro. Estamos diante de um proceder que não é do feitio de cristãos, mas de gente desonesta. 

E, gente de bem não pode se assentar com pessoas assim. 

“Com estes nem comais”

Para dar uma dimensão a coisa, basta saber que são mais de 500 ações –apenas no estado de São Paulo- envolvendo falta de pagamento, despejo e outras.

- 500!

Confira AQUI no site do TJSP

Uma organização com esta ficha corrida pode se chamar de igreja de Cristo?

Para de ser enganado! Alerte os incautos! Não podemos seguir com estas pessoas!

FONTE: 
http://www.genizahvirtual.com/

segunda-feira, 16 de junho de 2014

PENULTIMA AULA DA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL 2º TRIMESTRE

Aula 12 – O DIACONATO


2º Trimestre/2014

 
Texto Básico: 1Tmóteo 3:8-13

 
“ Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus”  (1Tm 3:13)

INTRODUÇÃO


Nesta Aula, trataremos a cerca do diaconato. O diácono é uma das funções eclesiásticas mais prestigiadas e difundidas nas igrejas evangélicas, seja qual for a linha teológica ou a forma de liturgia adotada.

No início da Igreja, Satanás tentou impedir o seu avanço em pelo menos três táticas: primeiro, ele tentou suprimir a igreja por meio da perseguição - pela força das autoridades judaicas (Atos 4); segundo, tentou corrompê-la com a hipocrisia - através do casal Ananias e Safira (Atos 5); e, terceiro, ele promoveu dissensões internas (Atos 6:1) - ele tentou distrair seus líderes da oração e da pregação através de algumas viúvas murmuradoras, para expor a igreja a erros e ao mal. Se Satanás tivesse obtido sucesso em qualquer uma dessas tentativas, a nova comunidade de Jesus teria sido aniquilada em sua infância.

Todavia, os apóstolos estavam alertas o suficiente para detectar “as ciladas do diabo”. Eles resolveram, então, designar “homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria”, para que cuidassem do sustento da igreja e do cuidado com os pobres, liberando os apóstolos para dedicação exclusiva a oração e ao ensino da Palavra de Deus. E assim, “crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (Atos 6:7). Acredito que todos são concordes: os diáconos são fundamentais para o bom funcionamento da obra de Deus.

I. A DIACONIA DE JESUS CRISTO


1. Significado do termo. “Diaconia” significa "ministério, serviço". Em seu sentido mais amplo, a diaconia não surgiu com a instituição de diáconos em At 6:1-7, mas permeia toda a Bíblia.

No Antigo Testamento, os profetas chamavam a atenção dos reis e do povo para os órfãos, viúvas e os pobres que estavam sendo oprimidos e privados de seus direitos. O Salmo 41:1-3 fala que Deus tem cuidado especial dos fracos e indefesos, e abençoa quem demonstra compaixão pelos necessitados.

2. A Diaconia de Jesus Cristo. Em sua Diaconia, Jesus Cristo foi "apóstolo... da nossa confissão" (Hb 13:1); foi profeta (Lc 24:19); foi evangelista (Lc 4:18-19); foi Pastor (João 10:11), mas, principalmente, Diácono por Excelência A Diaconia de Jesus Cristo cura os enfermos (Lc 4:18-19), dá pão à multidão (João 6:1-15), se faz presente aos pequeninos marginalizados (Mt 11:25), etc. Ou seja, a Diaconia de Jesus Cristo está centralizada na disponibilidade em servir o próximo.

Em sua Diaconia, Ele foi humilde. Ele demonstrou seu caráter e sua personalidade, dando exemplo de humildade, quando, na véspera de sua crucificação, tomou uma toalha e uma bacia com água e lavou os pés dos discípulos (João 13:4,5).

Para cumprir sua missão sacrificial em favor dos homens, Ele despojou-se temporariamente de sua glória plena (João 17:14). Paulo diz que Ele assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de "escravo". Jesus, "... sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz" (Fp 2:6-8). A expressão "tomando a forma de servo","significa aparecer em uma condição humilde e desprezível".

É bom enfatizar que o objetivo de Jesus Cristo nunca foi a de estabelecer uma hierarquia de poder temporal para a sua igreja, mas a de serviço, conforme demonstra sua resposta aos filhos de Zebedeu: “mas entre vós não será assim; antes, qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10:43-45).

II. A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS

1. O conceito da função. A palavra “diácono” significa “aquele que serve”. O diácono – dákonos – é o servo que coopera com aqueles que se dedicam à oração e ao ministério da Palavra. Os primeiros diáconos foram nomeados assistentes dos apóstolos. Há dois ministérios na Igreja: a diaconia das mesas (At 6:2,3) – ação social – e a diaconia da Palavra – a pregação do Evangelho. O ministério das mesas não substitui o ministério da Palavra, nem o ministério da Palavra dispensa o ministério das mesas. Nenhum dos dois ministérios é superior ao outro. Ambos são ministérios cristãos que exigem pessoas espirituais, cheias do Espírito Santo, para exercê-los. A única diferença está na forma que cada ministério assume, exigindo dons e chamados diferentes.

2. Origem do diaconato. O diaconato surgiu de um conflito social interno. Problema na distribuição de cestas básicas. No inicio da igreja era costume distribuir alimentos diariamente às viúvas pobres da congregação que não tinham outro meio de se sustentar. Alguns dos judeus de fala grega se queixavam porque as viúvas deles não estavam sendo tratadas da mesma forma que as viúvas dos hebreus (os judeus de Jerusalém e da Judéia). É muito provável que o esquecimento das viúvas helenistas não fosse proposital. A queixa acabava recaindo sobre os apóstolos, que estavam encarregados dessa distribuição (At 4:35,37). Uma medida imediata precisava ser tomada para corrigir o problema. Os apóstolos não foram negligentes nem remissos. Agiram com rapidez e sabedoria para estancar aquela hemorragia que colocava em risco a paz interna da igreja e o seu testemunho externo.

Os doze apóstolos perceberam que, com o crescimento da igreja, era necessário tomar uma providencia para tratar dessas questões operacionais. Não desejavam abandonar o ministério da Palavra de Deus para cuidar das finanças. Assim, sugeriram que a comunidade dos fiéis escolhesse “sete homens” firmes na fé para tratar dos assuntos “temporais” da igreja (cf At 6:2,3). Apesar de esses homens não serem chamados de diáconos na Bíblia, tudo indica que essa era a sua função. A palavra diácono vem do verbo “servir”, usado na expressão “servir às mesas” (At 6:2), de modo que sua função era, literalmente, “diaconar” às meses. O problema identificado (At 6:1) encontrou imediata solução (At 6:2-6), e o resultado foi o crescimento vertiginoso da igreja (At 6:7).

É digno de nota o seguinte fato: os apóstolos não ficaram na defensiva; acolheram as críticas dos helenistas e tiveram coragem de fazer uma correção de rota. Em vez de se desgastarem ainda mais no trabalho do serviço às mesas, ampliaram o quadro de obreiros. É conhecido o que Dwight Moody costumava dizer: “É melhor colocar dez homens para trabalhar do que tentar fazer o trabalho de dez homens”. Warrem Wiersbe diz que a igreja apostólica não teve medo de fazer ajustes em sua estrutura, a fim de dar espaço para a expansão do ministério (Wiersbe, Warren. Comentário bíblico do Novo Testamento, p. 556,557). É triste quando as igrejas destroem ministérios por se recusarem a modificar suas estruturas.

É bom ressaltar que a obra dos doze e a obra dos sete são igualmente chamados de diakonia (At 6:1,4) - “ministério” ou “serviço”. A primeira é o “ministério da Palavra” (At 6:4) ou o trabalho pastoral; a segunda, o “ministério junto às mesas” (At 6:2) ou o trabalho social. Nenhum ministério é superior ao outro. Pelo contrário, ambos são ministérios cristãos, ou seja, meios de servir a Deus e ao seu povo.

3. A escolha dos diáconos (At 6:3-6). Os diáconos foram escolhidos não pelos apóstolos, mas pela igreja. Dentre os membros da igreja, com credenciais preestabelecidas, sete homens foram eleitos para exercerem a diaconia das mesas. Depois de orar, os apóstolos impuseram as mãos sobre os sete homens, num gesto de concordância com a escolha da igreja.

A julgar pelos nomes dos sete homens escolhidos, quase todos eram judeus helenistas convertidos. Essa escolha foi uma concessão amável feita justamente ao grupo que havia se queixado. Dali em diante não teriam mais motivos para acusar a comunidade de preterir os helenistas. Quando o amor de Deus enche o coração, não deixa espaço para a mesquinhez e o egoísmo.

Sabemos mais detalhes apenas sobre dois desses sete diáconos: Estêvão tornou-se o primeiro mártir da Igreja; e Filipe foi o evangelista que, posteriormente, levou a mensagem cristã a Samaria e ganhou para Cristo o eunuco etíope e recebeu Paulo em Cesaréia.

III. O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO


1. Qualificações do diácono. As qualificações do diácono são semelhantes às dos presbíteros (cf. 1Tm 3 e Tito 1). Contudo, sua função é provavelmente um pouco diferente, uma vez que o diácono executa algumas das tarefas mais práticas da administração e manutenção de uma igreja. Vejamos algumas qualificações do diácono à luz de 1Tm 3:8-10.

a) Caráter Moral (1Tm 3:8 - ARA). Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância”.

O rev.Hernandes Dias Lopes, analisando o caráter moral dos diáconos, diz que eles devem ser: (1)

- Respeitáveis (3:8a). Os diáconos precisam ser dignos de respeito, ter caráter impoluto, vida irrepreensível e conduta ilibada.

- De uma só palavra (3:8b). Os diáconos precisam ser verdadeiros, íntegros em suas palavras e consistentes em sua vida. Não são boateiros dados a mexericos. Não dizem uma coisa aqui e outra acolá. Não são maledicentes nem jogam uma pessoa contra a outra. Suas palavras têm peso. Eles são absolutamente confiáveis no que dizem.

- Não inclinados a muito vinho (3:8c). Os diáconos devem ser cheios do Espírito Santo (At 6:3), e não cheios de vinho (Ef 5:18). Quem é governado pelo álcool não pode administrar a casa de Deus.

- Não cobiçosos de sórdida ganância (3:8d). Os diáconos lidam com as ofertas do povo de Deus e administram os recursos financeiros da igreja na assistência aos necessitados. Não podem ser como o Judas Iscariotes que roubava a bolsa (cf João 12:6). Não podem cobiçar o que devem repartir. Não podem desejar para si o que devem entregar para os outros.

b) Caráter espiritual (1Tm 3:9,10). “Guardando o mistério da fé em uma pura consciência. E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis”.

- Íntegros na teologia da vida (3:9) - Guardando o mistério da fé em uma pura consciência”. Aqui, o termo “mistério” significa “verdades outrora ocultas, mas agora reveladas por Deus”. Os diáconos precisam compreender a doutrina cristã, crer na doutrina cristã e viver a doutrina cristã. Sua vida, sua família e seu ministério precisam ser pautados pela Palavra de Deus.

- Provados e experimentados (Atos 6:10; 3:10). Atos 6:10 diz que os diáconos devem ser primeiramente provados. Isso significa que eles devem ser observados por algum tempo e talvez ganhar pequenas responsabilidades na igreja local. Depois de provarem ser confiáveis e fiéis, então podem receber responsabilidades maiores. Depois, exerçam o diaconato; ou simplesmente “sirvam” (1Tm 3:10 - ARC). Assim como no caso dos presbíteros, o destaque não é o cargo eclesiástico, mas o serviço para o Senhor e seu povo. Em qualquer lugar em que um homem for irrepreensível em sua vida pessoal e pública, terá permissão para servir como diácono (1Tm 3:10 – ARA).

c) Caráter familiar (1Tm 3:12) -  “Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem seus filhos e suas próprias casas”.

É satisfatório dizer que, como os bispos ou presbíteros, os diáconos não devem ter nenhuma reprovação em sua vida conjugal. Eles devem governar bem seus filhos e a própria casa. Não conseguir isso é um defeito de caráter do cristão, segundo o Novo Testamento. Isso não significa que os homens devem ser déspotas e mandões, mas que seus filhos devem ser obedientes e testemunhem a verdade.

2. A função dos diáconos e Atos 6. À luz de Atos 6 aprendemos que  os diáconos foram eleitos para “servir às mesas”, ou seja, a sua função era fundamentalmente de caráter social. Eles não podiam permitir que houvesse injustiças de caráter social na igreja. Sua tarefa especifica era recolher as ofertas que o povo de Deus trazia como sinal de gratidão ao Senhor, distribuir esses donativos no espirito adequado a todos os que estavam necessitados, para prevenir a pobreza onde quer que fosse possível fazê-lo, e por meio de suas orações e palavras baseadas nas Escrituras consolar e animar os angustiados. Com o fim de levar a bom termo tão digna tarefa, eles, assim como os presbíteros, deviam ser homens cheios de fé e do Espírito Santo (At 6:5) e de caráter ilibado.

3. A função dos diáconos hoje. Hoje, o diaconato nada mais é que um “passo inicial” do ministério, nada mais é que uma atividade ritual de portaria, de recolhimento e contabilidade de contribuições e de serviço do pão e do vinho na ceia do Senhor, atividades que podem, sim, ser exercidas pelos diáconos, mas que não se constitui, em absoluto, no papel do diaconato. Urge voltarmos ao modelo bíblico, com diáconos que administrem a ação social da Igreja, que cuidem da parte material e espiritual desta assistência, que é um “importante negócio”, que deve ser dirigido pelo Espírito Santo através de homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria. A total ausência do diaconato, quase sempre numeroso nas igrejas locais, neste assunto é uma demonstração clara e inequívoca de quanto temos negligenciado a missão social da Igreja.

CONCLUSÃO

“Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus” (1Tm 3:13). O diaconato não é uma plataforma de privilégios, mas de serviço aos outros. Aqueles que se esmeram no ministério de servir aos outros em nome de Deus, recebem de Deus a recompensa. Estêvão e Filipe tendo servido bem como diáconos, foram promovidos, conquistando uma boa posição aos olhos da igreja local. Como se segue no livro de Atos, encontramos Filipe servindo como evangelista, e Estêvão, como mestre. Uma pessoa que fielmente cumpre uma tarefa, mesmo pequena, logo será respeitada e estimada pela confiança e devoção.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – M. Bela Vista. Disponível no Blog:http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

Revista Ensinador Cristão – nº 58 – CPAD.

William Macdonald - Comentário Bíblico Popular do Novo Testamento. Mundo Cristão.

Pr. Elinaldo Renovato -  Dons Espirituais & Ministeriais(servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário). CPAD.

Efésios (Igreja, noiva gloriosa) – Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

Wayne Grudem - Teologia Sistemática. Vida Nova.

Carlos Alberto R. de Araújo – A Igreja dos Apóstolos. CPAD

(1) 1Timóteo – Rev. Hernandes Dias Lopes. Hagnos.

FONTE: http://luloure.blogspot.com.br/