ASSEMBLEIA DE DEUS BRASIL

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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

ESCOLA DOMINICAL DOMINGO DIA 1811/12



Aula 07 - MIQUEIAS – A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA


4º Trimestre/2012

Texto Básico: Miquéias 1:1-5;6:6-8
 

 

INTRODUÇÃO


Miquéias, embora tenha sido um camponês procedente de uma pequena cidade, ergueu a voz para denunciar os pecados de Jerusalém, a imponente capital de Judá. Com coragem invulgar denunciou os esquemas de corrupção no palácio, no poder judiciário e nos corredores do Templo. Miquéias denunciou a aliança espúria e o amasio vergonhoso entre os políticos inescrupulosos e os religiosos avarentos. A religião e a política se uniram pelos mais sórdidos motivos para buscar os mais perversos resultados. O propósito desse conluio maldito foi uma implacável opressão aos pobres. Os camponeses perderam as terras, as casas, as famílias e até a liberdade. Os ricos criaram mecanismos criminosos para roubarem os fracos, os oprimidos e os pobres. Esses não tinham direito, nem vez, nem voz. Os tribunais estavam ocupados por homens corruptos que, mancomunados com os ricos, vendiam sentenças por dinheiro e prostituíam sua sacrossanta vocação. Miquéias, porém, não se impressionou com a magnificência dos palácios da cidade nem com suas torres imponentes. Ele não vendeu sua consciência como os sacerdotes avarentos nem se corrompeu como os profetas da conveniência. Antes, desmascarou a liderança corrupta, chamou o povo ao arrependimento e anunciou, em nome de Deus, o juízo inevitável que viria sobre toda a nação.

I. O LIVRO DE MIQUÉIAS


1. Contexto histórico. O profeta Miquéias era originário de uma cidade chamada deMoresete-Gate (Mq 1:14) no sul de Judá, área agrícola a 40 km ao sudoeste de Jerusalém. À semelhança de Amós, era homem do campo, e provinha com certeza de família humilde. Se Isaias, seu contemporâneo em Jerusalém, assistia ao rei e observava o cenário internacional, Miquéias, um profeta do campo, condenava os governantes corruptos, os falsos profetas, os sacerdotes ímpios, os mercadores desonestos e os juízes venais, que havia em Judá. Pregava contra a injustiça, a opressão aos camponeses e aldeões, a cobiça, a avareza, a imoralidade e a idolatria. E advertiu sobre as severas consequências de o povo e os líderes persistirem em seus maus caminhos. Predisse a queda de Israel e de sua capital, Samaria (Mq 1:6,7), bem como a de Judá, e de sua capital, Jerusalém (Mq 1:9-16; 3:9-12).

O ministério de Miquéias foi exercido durante os reinados de Jotão (750-735 a.C), Acaz (735-715 a.C) e Ezequias (715-686 a.C), período de expansão e domínio assírio no antigo Oriente Próximo. O reino do Norte de Israel foi gradualmente invadido pelos assírios, o que culminou com a queda da capital de Samaria em 722 a.C., em poder do rei assírio Salmaneser V (727-722 a.C.). Acaz, de Judá, aliou-se à Assíria e modelou o culto em Jerusalém conforme as práticas assírias (2Rs 16:7-18). Mais tarde, Ezequias, o filho de Acaz, revoltou-se e grande parte de Judá foi invadida pelo rei Senaqueribe, da Assíria, mas Jerusalém foi milagrosamente poupada (2Rs 18:17-19:37).

Durante esse período, estabelece-se em Israel e em Judá um enorme contraste entre os excessivamente ricos e os pobres oprimidos, devido à exploração da classe média de Israel (Mq 2:7,9) por donos de terra extremamente gananciosos (Mq 2:1-5). Os opressores eram apoiados por líderes corruptos políticos e religiosos de Israel (cap 3). Em razão dessa má liderança, toda a nação tornou-se moralmente corrupta e pronta para o julgamento (Mq 6:9-16; 7:1-7).

Deus levantou a Assíria para ser o chicote da sua ira contra o seu povo iníquo (Is 10:5-11). Como Miquéias havia profetizado (Mq 1:2-7), Samaria caiu em poder dos invasores assírios. Judá sentiu a força do julgamento divino quando Senaqueribe marchou através da Sefelá (cadeia montanhosa situada a oeste de Judá) até os portões de Jerusalém, como Miquéias também havia predito (Mq 1:8-16), mas seu propósito foi frustrado por intervenção sobrenatural de Deus (2Rs 18.13-19.36).

Foi nesse tempo de tensões e profundas mudanças no mapa político do mundo, nesse tempo de muitas e frequentes guerras, que Miquéias foi levantado por Deus como profeta em Israel, e, sobretudo, em Judá. Miquéias chegou a testemunhar a queda de Samaria e o cerco de Jerusalém, fatos esses que ameaçavam de destruição o povo do Senhor.

2.Estrutura e mensagem.

a) Estrutura. O livro de Miquéias consiste numa mensagem de três partes principais. Cada uma das partes marca o imperativo “Ouvi” (Mq 1:2;3:1;6:1).

·         Primeira parte, referente aos capítulos 1-3, registra a denúncia que o Senhor faz dos pecados de Israel e de Judá, e de seus respectivos líderes, e a iminente ruína destas nações e suas respectivas capitais.

·         Segunda parte, referente aos capítulos 4-5, oferece esperança e consolo ao remanescente no tocante aos dias futuros, em que a Casa de Deus será estabelecida em paz e retidão, e a idolatria e a opressão serão expurgadas da terra. Miquéias finalmente olhou para o futuro e vislumbrou a vinda do Messias, o Príncipe da Paz, aquele que implantaria seu reino não pela força da espada, mas pelo poder da sua cruz. Miquéias viu pela fé a chegada gloriosa do Reino de Cristo e o resplendor da igreja, a noiva do Cordeiro (cf Mq 5:2-15).

·         Terceira parte, referente aos capítulos 6-7, descreve a queixa de Deus contra seu povo, como se fora uma cena de tribunal. Deus apresenta a sua causa contra Israel. O justo remanescente de Judá estava prestes a passar por dias sombrios em consequência dos pecados da nação. No entanto, Miquéias proclama em alto e bom som, em favor destes, palavras de fé e esperança. O profeta olha para o além do triunfo temporário dos inimigos e vê o dia glorioso de sua restauração (Mq 7:8-13). “Levantar-me-ei” é uma afirmação de fé comparável à de Jó (ver Jó 19:25-27). Em seguida, há uma oração e promessa em favor dos filhos de Abraão (Mq 7:14-20). Miquéias roga a Deus que cumpra as Palavras dos versículos 8-13. O desejo de Miquéias era que Deus voltasse a cuidar de Israel, assim como o pastor cuida de suas ovelhas. Miquéias encerra o livro, com um jogo de palavras baseado no significado do seu próprio nome: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti?” (Mq 7:18). Resposta: somente Ele é misericordioso, e pode dar o veredicto final: “Perdoado” (Mq 7:18-20).

b) Mensagem. O profeta Miquéias pregou três grandes mensagens:

·         Uma mensagem ameaçadora de juízo. Miquéias ergueu sua voz contra os pecados da cidade de Jerusalém e Samaria, anunciando o julgamento iminente por causa da violência, da injustiça social e de uma religiosidade fingida. Ele denunciou com veemência a opressão dos pobres pelos ricos. Ele desmascarou os profetas da conveniência e mostrou a desfaçatez dos sacerdotes que se vendiam por dinheiro. Ele pôs o dedo na ferida e diagnosticou os males crônicos que adoeciam a nação. Miquéias de forma contundente mostrou que o pecado atrai o juízo de Deus e os pecadores não ficarão impunes.

·         Uma mensagem de apelo ao arrependimento. Miquéias não apenas fez o doloroso diagnóstico, ele também ofereceu o remédio. Ele não apenas denunciou o pecado, mas também chamou o povo ao arrependimento. A saída para a nação não era fazer vista grossa ao pecado nem buscar alianças políticas para se proteger, mas se voltar para Deus em sincero arrependimento. O verdadeiro problema da igreja não é a presença ou ameaça do inimigo, mas a ausência e o distanciamento de Deus. O profeta Miquéias chama o povo ao arrependimento, mostrando-lhe que os desajustes sociais, a opressão política e a decadência moral eram resultado de uma religião errada. A nação está socialmente desarrumada porque sua relação com Deus está errada. Os males que assolam a sociedade são consequências do afastamento de Deus.

·         Uma mensagem de promessa de restauração. Miquéias não apenas deu o diagnóstico e o remédio, mas também prometeu a cura eficaz. Denunciar o pecado sem chamar o povo ao arrependimento produz desespero e não esperança. Onde há arrependimento há também restauração. Miquéias não é um profeta pessimista como pensam alguns estudiosos. Ele sempre oferece uma porta de saída, ele sempre anuncia o escape da graça. A misericórdia de Deus prevalece sobre sua ira. A graça de Deus é maior do que nosso pecado.

II. A OBEDIÊNCIA A DEUS


1. O conceito bíblico de obediência. Como eu disse acima, na estrutura do livro de Miquéias, cada uma das partes marca o imperativo “Ouvi” (Mq 1:2;3:1,9;6:1,2,9). O verbo hebraico empregado aqui é “shemá”. Mas este verbo não tem o sentido apenas de “ouvir, prestar atenção”, significando apenas uma comunicação ou informação, não. A expressão "ouvi" tem um sentido muito maior, mais imperioso: abarca a ideia tanto de "escutar com atenção” quanto de "obedecer''; significa acatar ordens de autoridade religiosa, civil ou familiar. Essa fraseologia é similar a de Isaias (Mq 4:1-5; Is 2:2-4), e é vista também nos ensinos de Jesus (Mt 11:15; 13:3). Portanto, a obediência deve ser precedida pela compreensão e pelo amoroso acatamento da mensagem divina (Mt 7:24,26). Somos conhecidos como crentes pela obediência a Deus e à Sua Palavra.

Obedecer de coração à Palavra de Deus é melhor do que qualquer forma exterior de adoração, serviço a Deus, ou abnegação pessoal. O culto, a oração, o louvor, os dons espirituais e o serviço a Deus não tem valor aos seus olhos, se não forem acompanhados pela obediência explícita a Ele e aos seus padrões de retidão.

A obediência é o que Deus requer do ser humano, é a sua única exigência (Dt 10:12,13). Éuma das condições para termos nossas orações respondidas (1João 3:22). Obedecer é melhor do que sacrificar e o atender é melhor do que a gordura de carneiros (I Sm.15:22).

2. A desobediência das nações - “Ouvi, todos os povos, presta atenção, ó terra, em tua plenitude, e seja o Senhor JEOVÁ testemunha contra vós, o Senhor, desde o templo da sua santidade” (Mq 1:2). Miquéias dirige-se a todas as pessoas da terra, pois Deus é o Senhor de toda a Terra (Mq 4:2,3), e todas as nações devem prestar contas a ele.

Deus soberano, Adonai-Iavé, Criador e sustentador do universo, exige atenção e obediência de todos, em todos os lugares, pois não é uma divindade tribal, mas o Deus que está assentado num alto e sublime trono e governa sobre todas as nações.

A desobediência foi sempre a razão do fracasso de todos quantos decidiram servir a Deus (Dt 8:20; Dn 9:11; At 7:39). O pecado é desobediência e a desobediência gera a indignação e a ira divinas (Rm 2:8), a reprovação para toda a boa obra (Tt 1:16). Aos desobedientes é negado o repouso divino (Hb 3:18), bem como reservado um triste fim (1Pe 4:17).

3. A ira de Deus sobre o pecado (Mq 1:3-5). A idolatria, a imoralidade e a injustiça social foram uma tríade pecaminosa que atraiu a justa ira de Deus. O cálice da ira de Deus foi se enchendo até que os pecados do povo atraíram inevitavelmente o juízo divino.

Em Jerusalém, no Templo do Senhor, o culto a Deus era realizado conforme as prescrições divinas. Todavia, não tardou para que a idolatria de Samaria e a sedução dos deuses de outros povos também penetrassem pelas portas dessa cidade. No reinado de Acaz, ídolos abomináveis foram introduzidos dentro do templo do Senhor. A porta da casa de Deus foi fechada. A impiedade tomou conta da cidade. Com a apostasia veio, também, a opressão do inimigo. Com o abandono da lei de Deus, os ricos passaram a explorar os pobres. Os juízes se corromperam para dar sentenças injustas. Os profetas e sacerdotes abandonaram o ensino fiel da Palavra de Deus, e a nação afundou num pântano nauseabundo de apostasia, corrupção e maldade. O povo de Judá ia ao Templo, mas também fazia sacrifícios nos altos, redutos de idolatria e imoralidade.

O povo havia caído na rede mortal do sincretismo religioso. Foi o próprio Deus quem estabeleceu preceitos para regulamentar o culto. Portanto, o culto verdadeiro deve ser feito segundo as prescrições divinas, e não segundo o enganoso coração humano. A igreja contemporânea, de maneira semelhante ao povo de Israel à época de Miquéias, está introduzindo muitas práticas estranhas no culto. Essas práticas, oriundas do misticismo pagão, embora agradem o povo, são rejeitadas por Deus.

Veja o texto de Miquéias 1:3: “Porque eis que o SENHOR sai do seu lugar, e descerá, e andará sobre as alturas da terra”. Aqui, o texto sagrado denota que Deus é transcendente e também imanente. Ele não apenas está no Céu, mas, também, desce para andar sobre as alturas da Terra. Ele sonda os filhos dos homens. Ele diagnostica seus pecados. O Deus do Templo, da liturgia, é também o Deus de fora do Templo e do cotidiano. O Deus do Templo é também o Deus da criação. Miquéias levanta, então, sua voz para dizer que nada passa despercebido aos olhos de Deus. Ele a tudo vê e a todos sonda. Quando o profeta diz que Deus andará sobre as alturas da Terra, usa o mesmo verbo empregado para "pisar uvas, isto é, espremê-las com os pés, e representa o total esmagamento da desobediência idólatra".

A ira de Deus sobre o pecado é aterradora. Veja o texto de Miquéias 1:4: “E os montes debaixo dele se derreterão, e os vales se fenderão, como a cera diante do fogo, como as águas que se precipitam em um abismo”. Aqui, numa linguagem poética e dramática, Miquéias descreve a aparição de Deus, como juiz, para a cena do julgamento. Sua manifestação é majestosa e também aterradora. Diante dele os montes se derretem como cera diante do fogo. Tudo o que anteriormente parecia sólido e permanente assume, de repente, o aspecto de cera derretida. Os vales se fendem como as águas que se precipitam num abismo. Sua presença é irresistível, sua sentença irreversível e sua majestade incomparável. “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10:31).

III. O RITUAL RELIGIOSO


Diante das profundas, irrefutáveis e eloquentes acusações ouvidas, o povo tenta buscar o favor de Deus. No entanto, em vez de tomar o caminho do arrependimento, busca o atalho da religião sem vida. O povo procura disfarçar sua injustiça clamorosa com rituais religiosos vazios. Miquéias acusa que os cultos eram rotineiros, mas não vinham do coração. Ele destaca três fatores importantes:

1. Os ritos sagrados sem santidade de vida são insuficientes (Mq 6:6) – “Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus altíssimo? virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano?”. O povo, convencido de sua culpa, pergunta se existe um meio de reaver o favor de Deus. Equivocadamente, o povo busca esse favor no sistema sacrificial. A solução procurada foi puramente formal. A religião meramente ritual não representa o culto verdadeiro, não agrada a Deus.

Os holocaustos eram sacrifícios legítimos e ordenados por Deus, mas precisavam ser oferecidos com a motivação certa e com vida certa. O povo queria oferecer holocaustos para ocultar seus pecados. O povo queria fazer a coisa certa, da maneira errada e com as piores motivações.

Alguém disse que “os sacrifícios eram facilmente usados como álibis da desobediência. Eles perceberam que a fumaça que subia do altar podia servir para ocultar os seus pecados. Apesar de autênticos atos cultuais, eles podem transformar-se em meio para não se prestar ao Senhor um culto verdadeiro”.

2. A ostentação religiosa sem piedade é nula (Mq 6:7) – “Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros. de dez mil ribeiros de azeite?". Se Deus não deseja determinado tipo de oferta (o holocausto), talvez a quantidade de sacrifícios o agrade: milhares de carneiros, dez mil ribeiros de azeite. O povo pensou que Deus estava interessado no tamanho da oferta. Eles ofereceram tudo (até aquilo que Deus proibira), com exceção da única coisa que ele pedia: o coração, com seu amor e sua obediência. Deus não se impressiona com ostentação. Ele não quer desempenho. Ele quer coração quebrantado, verdade no íntimo.

3. O sacrifício humano sem quebrantamento é inútil (Mq 6:7b) - "Darei o meu primogênito pela minha transgressão, o fruto do meu corpo, pelo pecado da minha alma?". O povo pensava que podia agradar a Deus, imitando os povos pagãos e oferecendo no altar o próprio primogênito. Deus jamais aceita sacrifícios humanos, que eram procedimentos pagãos(costumeiros em Canaã) e que sempre desagradou ao Senhor (2Rs 23:10; Jr 32:35;At 7:43). A lei mosaica proibia terminantemente o sacrifício humano (Lv 18:21;20:1-5). Deus quer a vida e a obediência dos homens, não a sua morte.

IV. O GRANDE MANDAMENTO


“...que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?”(Mq 6:8). Deus pede ao seu povo que transforme a religiosidade de ritos em religiosidade de vida; que transforme a liturgia ritualista em prática de justiça; que transforme o culto em obediência. Deus quer que o povo tenha uma conduta ética e moral, não as cerimônias religiosas. Deus exige do povo um triplo Mandamento:praticar a justiça; amar a misericórdia; andar humildemente com Deus. Este triplo mandamento não é mutuamente exclusivo, por isso não deve ser desmembrado. É possível praticar a justiça severa e inflexível sem misericórdia; também pode haver misericórdia sem justiça; não é raro o indivíduo professar que anda humildemente com Deus, mas oferece à justiça e à misericórdia pouco espaço em sua vida.

1. A prática da justiça (Mq 6:8). Não basta conhecer a justiça, é preciso praticá-la. Conhecê-la e violá-la é cometer um crime doloso. A justiça não pode estar presente apenas nos códigos de leis e na retórica dos tribunais, mas nas ações práticas do povo. Praticar a justiça no contexto de Miqueias é não acumular terras; é não explorar as famílias; é não distorcer a teologia, usando como legitimação ideológica; é não corromper os julgamentos; é não falsificar a Palavra de Deus.

2. A prática da misericórdia (Mq 6:8). A misericórdia é um passo além da justiça. A misericórdia oferece mais do que a justiça requer. A justiça concede o que o direito requer, a misericórdia concede o que o amor exige. A misericórdia não deve ser apenas praticada, mas também amada. Não basta fazer o que é certo, devemos fazê-lo com a motivação certa. A obediência sem amor desemboca em legalismo. Amar a misericórdia é defender o fraco, o pobre, o desprovido, o humilde, aquele que não tem vez nem voz numa sociedade que privilegia os poderosos.

3. O andar humildemente com Deus (Mq 6:8). A palavra hebraica “tsana”, traduzida por "humildemente", traz a ideia de uma aproximação modesta, com decoro. É curvar-se para andar com Deus. Se as duas primeiras instruções falam da nossa relação com os homens, esta fala da nossa relação com Deus.

- Essas três instruções são uma síntese de toda a lei de Deus. Não podemos cumprir as duas primeiras sem observar a terceira. Só podemos praticar a justiça e amar a misericórdia se andarmos humildemente com Deus. Nenhum de nós é capaz de fazer aquilo que Deus ordena sem antes nos achegarmos ao Senhor como pecadores quebrantados que carecem da salvação.

CONCLUSÃO


Diante do exposto concluímos que, o que agrada o coração de Deus é um servo obediente. As bênçãos de Deus ao povo de Israel estavam condicionadas à obediência aos mandamentos estabelecidos por Deus (cf Dt 28:1). A adoração aceitável implica em uma existência vivida em obediência aos mandamentos de Deus, cujos aspectos são morais e espirituais. Até o ritual e a forma divinamente ordenados, embora façam parte da adoração, devem ser acompanhados pelo movimento sincero do coração em direção a Deus. A adoração a Deus meramente ritualista é fútil.

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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Prof. EBD – Assembléia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com

Referências Bibliográficas:

William Macdonald – Comentário Bíblico popular (Antigo Testamento).

Bíblia de Estudo Pentecostal.

Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.

O Novo Dicionário da Bíblia – J.D.DOUGLAS.

Comentário Bíblico NVI – EDITORA VIDA.

Revista Ensinador Cristão – nº 52 – CPAD.

A Teologia do Antigo Testamento – Roy B.Zuck.

Comentário Bíblico Beacon, v.5 – CPAD.

Miquéias( A justiça e a misericórdia de Deus ) – Rev.Hernandes Dias Lopes.

2 comentários:

  1. Por incrível que pareça muitos cristãos no Brasil estão atualmente sem visão a maioria não usam a internet para evangelizar. Como ficará estes cristãos quando chegar no Brasil, uma lei que já existe nos Estados Unidos, que proíbe evangelizar através de distribuição de literatura? diz essa lei que ninguém pode mudar a fé e a crença de outra pessoa. Graças a Deus que nós estamos evangelizando o mundo inteiro através de nossos blogues. Parabéns irmão por este maravilhoso blog

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    1. Entendo, você falou tudo ,hoje muitos usam a ferramenta da informação de forma errada e fora do foco que é Jesus.Oro e peço que todos nós cristãos tenhamos mais discernimento e prudencia, não é hora de travarmos luta um contra o outro não!! Mas sim pregar e divulgar a essencia do evangelho. Obrigado por sua visita e rico e sucinto comentário. Deus seja conosco. Paz do Senhor.

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