Aula 07 – OS DEZ MANDAMENTOS
1º Trimestre/2014
Leitura Bíblica: Êxodo 20:1-5,7-10,12-17
“Porque o fim da Lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10:4)
INTRODUÇÃO
A partir desta Aula, iniciaremos o estudo da segunda parte do Livro de Êxodo (cap. 20-40), cujo conteúdo apresenta uma série de leis e instruções detalhadas para a vida social e cerimonial dos israelitas. Na Aula de hoje estudaremos os dez Mandamentos; analisaremos a sua importância para o povo de Israel e os princípios que Deus espera que sigamos em sua Lei.
Três meses depois da saída do Egito, Deus conduziu os hebreus pelo deserto até o Monte Sinai, onde ficaram acampados (Êx 19:1,2). Ali, Israel se tornou uma nação eleita e santa ao entrar em um relacionamento de aliança com Deus (Êx 19:3-8). A eleição divina de Israel colocou essa nação em uma posição especialmente privilegiada no mundo. Neste pacto entre o “EU SOU” (Êx 3:14,15; 20:2) e os israelitas, o Senhor fez questão de relatar Sua atuação na libertação que tirou o povo do cruel cativeiro. Para gravar na mente hebraica a importância do pacto da lei, Deus se apresentou em forma de nuvem, figura que Israel não poderia reproduzir.
No Monte Sinai, o Senhor declarou, em particular, a Moisés, a quem chamou à Sua presença, as orientações preparatórias para a entrega da Lei (Êx 19:3-6). Ali, o Senhor proferiu os Dez Mandamentos (Decálogo) que se constituíram nos estatutos perpétuos para serem obedecidos (Êx 20:6; 24:12). Tais ordenanças revelam os princípios espirituais e relacionais de Deus ao Seu povo, bem como Sua natureza santa, os quais os homens devem observar como parâmetro de conduta (Dt 33:3).
Deus espera duas atitudes em relação às Suas ordenanças: que possamos ouvir e obedecer (Dt 11:26,27). Desse modo, tornamo-nos Sua propriedade peculiar, Seu reino sacerdotal e Seu povo santo (Êx 19:5,6).
I. OS PROPÓSITOS DA LEI
1. O Decálogo (Êx 20:3-17). O Decálogo é muito mais do que um código ritual ou cerimonial. No sentido espiritual, ele revela, prioritariamente, o caráter do Deus do pacto, inspirando os homens ao temor e à reverência. Além disso, no sentido moral, o Decálogo confronta o pecado e impulsiona o homem ao comportamento que conduz à vida.
a) Seu significado. No original hebraico, “Decálogo” significa, literalmente, “dez palavras”. Segundo Leo G.Cox, “estes dizeres não foram copiados do Egito ou de outras palavras, como alguns suspeitam. As declarações do monte Sinai são nobres e inteiramente diferentes de qualquer coisa encontrada em todo o conjunto da literatura egípcia”. Deus deu estas “palavras” não como meio de salvação, porque este povo já estava salvo do Egito, mas como norma de conduta. Levando em conta que a obediência era uma cláusula para a continuação do concerto (Ex 19:5), estas “palavras” se tronaram a base de perseverança na qualidade de povo de Deus. Paulo deixou claro que a observância da lei não é meio de salvação pessoal, pois a justificação é pela fé em Cristo (Gl 2:16). A lei conduz a Cristo, mas não salva (Gl 3:24).
b) Seu aspecto relacional. Deus fez escrever o Decálogo em duas tábuas de pedra. Foram guardadas dentro da arca durante séculos. Portanto, deu-se ao tabernáculo o nome de "tenda do testemunho" para lembrar aos israelitas que dentro da arca estava a lei e que deviam viver de acordo com ela. Os primeiros quatro mandamentos compõem a primeira tábua do Decálogo e mostram a relação apropriada do homem com Deus. Têm seu cumprimento no primeiro grande mandamento: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22:37). Os últimos mandamentos têm que ver com as relações dos homens entre si e cumprem-se no amor ao próximo como a si mesmo. Somente os que amam a Deus podem em verdade amar a seu próximo.
c) Sua divisão. Segundo Leo G. Cox, “a divisão do Decálogo é entendida de modos variados. Segundo Agostinho, a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Luterana consideram Êx 20:2-6 o primeiro mandamento e dividem o versículo 17, que trata da cobiça, em dois mandamentos. O judaísmo hodierno reputa que o versículo 2 ordena a crença em Deus e é o primeiro mandamento; e combina os versículos 3 a 6 no segundo mandamento. A divisão aceita nos primórdios da igreja torna o versículo 3 o primeiro mandamento e os versículos 4 a 6 o segundo. Esta posição foi apoiada por unanimidade pela igreja primitiva, e é mantida hoje pela Igreja Ortodoxa Oriental e pela maioria das igrejas protestantes”.
d) O Decálogo é, também, para os cristãos? Sim. Os Mandamentos revelam Deus como uma Pessoa profundamente moral e amável. Como poderíamos nós, que O assumimos como Pai, não tentarmos ser como Ele? Os Dez Mandamentos aponta o caminho; também fornecem uma visão de uma sociedade justa e moral. Em Cristo, somos libertos para expressar a realidade da salvação que recebemos como uma oferta gratuita. E uma maneira pela qual podemos demonstrar nossa salvação é ter uma vida de completa harmonia com os padrões revelados por Deus nos Dez Mandamentos apresentados no Monte Sinai (cf. Rm 8:3,4).
2. Objetivos do Concerto divino. Os objetivos de Deus com a Lei foram, inicialmente:
a) Providenciar um padrão de justiça que pudesse ser alcançado. As leis de Deus eram demonstração de sua justiça por meio de símbolos e forneciam uma disciplina pela qual os israelitas poderiam ser conformados à santidade de Deus. Inicialmente, a lei foi dada ao povo de Israel, mas, de forma atemporal, os princípios norteadores da lei são eternos e contemplam a todos nós. Segundo Alexandre Coelho, “esses princípios são expostos em regras, ou seja, quando Deus desejou proteger o fruto do trabalho dos israelitas, ordenou que não se furtasse. Os princípios desse mandamento são a proteção da propriedade e a valorização do trabalho, e eles são expostos na regra ‘não furtarás’. Portanto, os princípios estão no topo, e as regras, na base. Regras podem variar com o passar do tempo, como o local e o povo, mas os princípios não” (Dt 4:8; Rm 7:12). Portanto, as leis sociais e cerimoniais mudam, mas as relações fundamentais entre Deus e o homem, e entre os homens, conforme exaradas no Decálogo, são eternas.
b) A lei de Deus também mostra o pecado do homem. Segundo Alexandre Coelho, “ela não faz do homem um pecador, mas mostra o quanto ele é inclinado a desobedecer às regras e princípios que Deus determinou. Paulo comenta isso em Romanos 5:20: ‘Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse’, isto é, fosse devidamente conhecida. ‘Pela lei vem o conhecimento do pecado’ (Rm 3:20), ou seja, o conhecimento pleno dele. ‘Mas eu não conheci o pecado, senão pela lei’ (Rm 7:7). Ou seja, Paulo deixa claro que a lei traz o conhecimento de nossos pecados. Ela não os cria, mas os denuncia”.
c) A lei mostra ainda a santidade de Deus. Segundo Alexandre Coelho, “Deus é santo, e não pode tolerar o pecado. A lei mostra que o padrão de Deus para uma vida justa deve ser buscado pelo homem. Com o passar do tempo, percebe-se que essa busca pela justiça não poderia ser alcançada sem a ajuda de um Salvador, a quem Deus enviou ao mundo, seu Filho Jesus Cristo. Apenas por Ele podemos nos aproximar da santidade de Deus e buscá-la para um viver santo neste mundo decaído”.
II. OS DEZ MANDAMENTOS (Êx 20:1-17)
A) DEVERES PARA COM DEUS
1. O primeiro mandamento – Êx 20:3 – “Não terás outros deuses diante de mim”. O versículo 2 é a introdução deste mandamento – “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão”. Neste, mostra quem tirou Israel da servidão egípcia: O SENHOR. Visto que Ele os libertara e provara que era supremo, Ele exigia absoluta prioridade a Ele: “não terás outros deuses diante de mim”. Deus proíbe o politeísmo que caracterizava todas as religiões do antigo Oriente Próximo. Israel não devia adorar, nem invocar nenhum dos deuses doutras nações. Deus lhe ordenou a temer e a servir somente a Ele (Dt 32:29; Js 24:14,15).
Para nós cristãos, este mandamento importa pelo menos três princípios:
a) A nossa adoração deve ser dirigida exclusivamente a Deus. Não deve haver jamais adoração ou oração a quaisquer “outros deuses”, espíritos ou pessoas falecidas, nem se permite buscar orientação e ajuda da parte deles (Lv 17:7; Dt 6:4; 1Co 10:19,20).
b) Devemos plenamente nos consagrar a Deus. Somente Deus, mediante sua vontade revelada e Palavra inspirada, pode guiar a nossa vida (Mt 4:4).
c) Nós cristãos devemos ter como propósito na vida, buscar a amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todas as nossas forças, confiando nEle para nos conceder aquilo que é bom para a nossa vida (Mt 6:33; Fp 3:8; Cl 3:5).
2. O segundo mandamento – Êx 20:4-6 – “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”.
O primeiro mandamento de Deus no Sinai foi “não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20:3). E o segundo mandamento foi não fazer imagens de escultura e nem se encurvar a elas (Êx 20:4-6).
Segundo Leo G. Cox, “os versículos 4 e 5 devem ser considerados juntos. Não há condenação para confecção de imagens, contanto que não se tornem objetos de veneração. No Tabernáculo (Êx 25:31-34) e no primeiro Templo (1Rs 6:18,29) haviam obras esculpidas. A idolatria consiste em transformar uma imagem em objeto de adoração e atribuir a ela poderes do deus que representa. Se considerarmos que gravuras ou imagens de pessoas possuam poderes divinos e que sejam adorados, então elas se tornam ídolos. Há formas de criaturas nos céus (anjos), na terra (animais, seres humanos) e nas águas (peixes e baleias), e nenhuma dessas formas poderia jamais representar Deus. Tentar reduzir Deus a uma figura conhecida era o mesmo que reduzir sua glória. Deus apresentou os motivos para esta proibição: ‘Ele é Deus zeloso’, no sentido de que não permite que o respeito e a reverência devidos a Ele sejam dados a outrem”. Está escrito: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de esculturas” (Is 42:8).
Observação: As palavras “porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem”(Êx 20:5) devemser interpretadas à luz do caráter de Deus e de outras Escrituras. Deus é zeloso no sentido de ser exclusivista, não tolerando que seu povo preste culto a outros deuses. Como um marido que ama a sua esposa não permite que ela reparta seu amor com outros homens, Deus não tolera nenhum rival.
Deus não castiga os filhos pelos pecados de seus pais senão nos casos em que os filhos continuem nos pecados dos pais. Castiga os que o "aborrecem" e não os arrependidos. "A alma que pecar, essa morrerá"; "o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho" (Ezequiel 18:20). Em vez disso, a maldade passa de geração a geração pela influência dos pais e quando chega a seu ponto culminante, Deus traz castigo sobre os pecadores” (Gn 15:16; 2Reis 17:6-23; Mt 23:32-36) (Hoff, Paul. O Pentateuco. Ed.Vida).
3. O terceiro Mandamento – Êx 20:7 – “Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. A proibição de usar o nome de Deus “em vão” ocorre em função de o mesmo estar intimamente ligado ao caráter divino (Êx 3:15; Lv 22:32). Assim, por causa da natureza santa do nome do Senhor, o mesmo deve ser reverenciado, invocado, louvado e bendito (Mt 6:9). Tomar o nome do Senhor “em vão” inclui o fazer uma falsa promessa usando esse nome (Lv 19:12; cf. Mt 5:33-37), pronunciá-lo de modo hipócrita ou leviano, ou amaldiçoar e blasfemar envolvendo esse nome (Lv 24:10-16). O nome de Deus deve ser santificado, honrado e respeitado por ser profundamente sagrado, e deve ser usado somente de maneira santa (ver Mt 6:9).
Era comum o uso de palavras mágicas em encantamentos no mundo antigo. Um exemplo bíblico ocorre em Atos 19:13-16, onde lemos sobre a tentativa pecaminosa de invocar o nome do Senhor Jesus, por magos que usavam o nome do Salvador como uma forma de encantamento.
4. O quarto mandamento – Êx 20:8-11 – “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar”. O sábado (mencionado pela primeira vez em Gênesis 2:1-3 e depois juntamente com o relato do maná em Êxodo 16) agora é formalmente instituído como lei à nação de Israel. Esse dia era um símbolo do descanso que os cristãos hoje desfrutam em Cristo e também da redenção que a criação desfrutará no milênio. O sábado judaico (hb. Shabbath – “cessar, interromper”), o sétimo dia da semana, começa ao pôr-do-sol da sexta-feira e termina ao pôr-do-sol do sábado. Nenhuma passagem do Novo Testamento ordena os cristãos a observar o sábado.
Conquanto o cristão não esteja mais obrigado a observar o sábado judaico, ele tem fortes razões bíblicas para dedicar um dia, em sete, para seu repouso e adoração a Deus:
a) O principio de um dia sagrado de repouso foi instituído antes da lei judaica - “E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou”(Gn 2:3). Isto indica que o propósito divino é que um dia, em sete, fosse uma fonte de benção para toda a humanidade e não apenas para a nação judaica.
b) O propósito espiritual de um dia de descanso em sete é beneficio ao cristão. No Novo Testamento esse dia era visto como uma cessação de labor e ao mesmo tempo um dia dedicado a Deus; um período para se conhecer melhor a Deus e adorá-lo; uma oportunidade para dedicar-se em casa e em público às coisas de Deus(Nm 28:9; Lv 24:8).
c) Jesus nunca ab-rogou o principio de um dia de descanso para o homem. O que Ele reprovou foi o abuso dos líderes judaicos quanto à guarda do sábado(Mt 12:1-8; Lc 13:10-17; 14:1-6).
d) Jesus indica que o dia de descanso semanal foi dado por Deus para o bem-estar espiritual e físico do homem (Mc 2:27).
e) Nos tempos do Novo Testamento os cristãos dedicavam um dia especial, o primeiro dia da semana, para adorar a Deus e comemorar a ressurreição de Cristo(At 20:7; 1Co 16:2; Ap 1:10).
B) DEVERES PARA COM O PRÓXIMO
Os últimos seis mandamentos tratam dos relacionamentos humanos e estabelecem normas de convivência de suprema importância para a sociedade.
5. O quinto mandamento – Êx 20:12 – “Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá”. Segundo Leo G. Cox, este é o primeiro mandamento em relação aos homens e rege o primeiro relacionamento que a pessoa tem com outrem: a relação dos filhos com os pais. Este mandamento é tão básico que é amplamente universal. A maioria das sociedades reconhece a importância de filhos obedientes. A melhor exegese deste versículo é a exortação de Paulo encontrada em Efésios 6:1-3, onde ele destaca as responsabilidades de pais e filhos.
Com este mandamento ocorre uma promessa. Quem honra os pais tem a garantia de vida longa. O propósito desta promessa visava a nação em sua permanência no território prometido (Israel) e o indivíduo que obedece. A promessa ainda vigora: a nação cujos filhos são obedientes permanece sob a benção de Deus, e os indivíduos obedientes aos pais têm a promessa de vida mais longa. Haverá exceções a esta regra, mas aqui destacamos sua aplicação geral.
6. O sexto mandamento – Êx 20:13 – refere-se ao respeito e à preservação da vida humana: “não matarás”. Este mandamento proíbe o homicídio, o qual insulta a Deus, o doador da vida (Gn 9:6). A existência do homem é a Sua mais importante possessão. Por isso, o Senhor expressa Seu desejo de que ela seja honrada, respeitada e preservada.
7. O sétimo mandamento – Êx 20:14 – “Não adulterarás”. Esta ordenança protege a família de sua desintegração, pois o adultério viola a santidade do matrimônio enquanto instituição criada por Deus (Hb 13:4). O Mandamento abrange o comportamento de ambos os cônjuges (Lv 20:10), muito embora a comunidade judaica, no tempo de Jesus, pareça inclinada a aplicá-la apenas à mulheres (João 8:1-11).
A concepção em vigor atualmente afirma haver exceções a esta regra; mas, isso não tem justificativa bíblica. Jesus deixou claro que o adultério está no coração e ocorre antes do ato (Mt 5:28).
Este Mandamento condena todas as relações sexuais que acontecem fora do laço matrimonial. Também infere a proibição de atos que precedem e conduzem ao ato sexual.
8. O oitavo mandamento – Êx 20:15 – “Não furtarás”. Este Mandamento refere-se a qualquer ato que despoje outra pessoa de algo que lhe pertença. Ensina o respeito à propriedade particular. Infelizmente, esse mandamento tem sido desonrado por uma sociedade desonesta e fraudulenta. O amor ao dinheiro é o pecado básico condenado por este mandamento.
Dentre os exemplos de atitudes pecaminosas que quebram este mandamento, temos: subornos e prática de corrupção; comércio de produtos adulterados; roubo de propriedade intelectual; desídia no emprego; retenção do salário dos empregados; cobrança majorada ou indevida de valores na prestação de serviços; cobrança de juros abusivos; falta de pagamento das dívidas.
9. O nono mandamento – Êx 20:16 – “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”. Este Mandamento proíbe manchar a reputação de outra pessoa com declarações falsas que podem levá-la a receber punição ou até mesmo a morte. Ensina a respeitar a reputação dos outros.
Este Mandamento focaliza tanto o indivíduo como o sistema judicial, pois de acordo com as antigas leis de Israel, uma pessoa era considerada culpada ou inocente com base na declaração de uma testemunha fidedigna (Dt 17:6). O falso testemunho arruinava gradativamente a justiça.
Portanto, seja no tribunal ou em outro lugar, nossa palavra sempre deve ser verdadeira. Não devemos divulgar um relato até que verifiquemos sua veracidade. A repetição da fofoca é imoral; antes de falar devemos averiguar a correção do que dizemos.
10. O décimo mandamento – Êx 20:17 - “Não cobiçarás a casa do teu próximo; não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo”.
Cobiçar é desejar ter o que o outro possui. Vai muito além de simplesmente admirar o bem de outra pessoa ou pensar: “eu gostaria de ter uma destes”. A cobiça inclui a inveja, que é ressentir-se do fato de outros terem o que você não tem; é possuir uma vontade incontrolável, excessiva e egoísta de apoderar-se do bem de outrem, sendo, portanto, a raiz da quebra dos demais mandamentos (Rm 7:7,8). Assim, a aliança com Deus nos convida a tratar os outros e seus bens com amor e cuidado (1Co 12:25).
CONCLUSÃO
Conquanto o Decálogo tenha sido destinado, originalmente, ao povo de Israel, o mesmo é perfeitamente aplicável à atualidade, pois estabelece a perfeita plataforma moral para a vida social de qualquer nação civilizada.
Em relação a Deus, somos instruídos a jamais permitir que nada, além dEle, ocupe o Seu lugar central em nossa vida. Portanto, cristãos autênticos não adoram e nem reverenciam imagens de criaturas que são consideradas “santas”.
Em memorial da criação, separamos um tempo (Cl 2:16,17), à parte de nossa jornada semanal de trabalho, para honrar, servir a Deus e viver para o louvor do Seu santo nome.
Em relação aos nossos semelhantes, somos orientados a valorizar a família, preservando e honrando nossos pais e a santidade do casamento. Além disso, obedecemos à orientação divina por meio de uma vida honesta, verdadeira e pura.
Jesus Cristo, em toda a Sua sabedoria, resumiu os mandamentos em duas atitudes: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos (Mc 12:29-31). Estamos atentos a essa verdade? Que o Senhor permita-nos viver de modo a honrar o Seu nome e a Sua criação.
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Elaboração: Luciano de Paula Lourenço – Assembleia de Deus – Ministério Bela Vista. Disponível no Blog: http://luloure.blogspot.com
Referências Bibliográficas:
Bíblia de Estudo Pentecostal.
Bíblia de estudo – Aplicação Pessoal.
Revista Ensinador Cristão – nº 57 – CPAD.
Paul Hoff – O Pentateuco. Ed. Vida.
Leo G. Cox - O Livro de Êxodo - Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
Victor P. Hamilton - Manual do Pentateuco. CPAD.
Alexandre Coelho – Uma jornada de Fé (Moisés, o Êxodo e o Caminho à Terra Prometida). CPAD.
FONTE: http://luloure.blogspot.com.br/
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